O comissário holandês Timmermans é o rosto principal de todo o processo “Green Deal” (Acordo Verde Europeu) e tudo indica que o pacote de mobilidade urbana que Bruxelas disponibilizará seja da ordem de 20 mil milhões de euros.
A verba será entregue aos Estados-Membros através de fundos regionais da UE, com o objetivo de apoiar os desafios relacionados com a redução de poluição do ar, mudanças climáticas e bem-estar dos cidadãos.
Manuel Marsilio, secretário-geral da CONEBI (Confederação da Indústria Europeia da Bicicleta) elogia o compromisso: “Começamos a preencher a lacuna entre a utilização da bicicleta e outros modos de mobilidade na agenda da UE. Este apoio de alto nível é necessário para que a UE financie as autoridades locais e os governos nacionais relativamente a infraestruturas de ciclismo, reduções de IVA, bonificações de compra de bicicletas e e-bikes, além de ‘pedalar’ em desenvolvimentos de mobilidades urbanas inteligentes e conectadas”.O anúncio segue a proposta da Comissão da UE da criação de um pacote para a bicicleta de 13 mil milhões de euros destinados a infraestruturas e acesso a bicicletas elétricas distribuído por seis associações europeias (CIE, CONEBI, ECF, ECF, ECLF, IMBA EU e EBMA), acompanhadas por atividades intensivas de lobby público e privado em Bruxelas.
Kevin Mayne, Presidente da CIE (Indústrias da Bicicleta Europeias), explica a importância do anúncio. “O primeiro ponto é o nível em que o anúncio foi feito; este foi o cerne absoluto da formulação de políticas da UE, que é o primeiro passo para a utilização da bicicleta. Em segundo lugar, foi a clareza do endosso, a bicicleta é, juntamente com os outros modos, uma responsabilidade essencial da UE, não oculta na política de transporte local. Esta é uma grande inovação para o setor”.
Jill Warren e Morten Kabell, presidentes da ECF (Federação Europeia de Ciclismo), veem nestes anúncios “a oportunidade de pressionar com medidas mais concretas, para andar de bicicleta, nas propostas de recuperação da UE e trabalhar com as nossas organizações e membros para garantir que os Estados-Membro estejam prontos para investir os fundos alocados em melhorias e incentivos à utilização da bicicleta, que atinjam os nossos objetivos de mais e melhor ciclismo para todos na Europa”.
Processo está longe de terminar
Em comunicado divulgado pela ABIMOTA – Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas, Ferragens, Mobiliário e Afins, a CONEBI – Confederação da Indústria Europeia de Bicicleta, salienta, contudo, que “o processo está longe de terminar porque esses anúncios precisam de se transformar em planos e orçamentos que podem ser distribuídos pela EU”.