Milionário financia navio oceanográfico para recolher plástico do oceano

20/02/2019

Na esteira dos navios oceanográficos, como o Calypso de Cousteau, está a ser ultimado na Noruega um iate moderno que terá ainda como missão retirar plástico do mar.

O milionário norueguês Kjell Inge Rokke está a patrocinar uma expedição científica que passa pela construção de um navio de 183 metros de comprimento que acomoda o mais diverso e moderno equipamento oceanográfico (incluindo veículos submarinos) para estudar os mares e retirar plástico do oceano.

Rokke controla várias empresas, incluindo algumas ligadas à produção petrolífera e outras à indústria naval e pesqueira. É considerado o 10º norueguês mais rico, com uma fortuna avaliada em 1,7 mil milhões de euros.

O projeto deverá ser lançado ao mar em 2021, com a embarcação a poder apanhar cinco toneladas de plástico por dia.

Esse plástico (e microplástico) será queimado a bordo num incinerador especial, cujas temperaturas ultra-altas destruirão gases nocivos e criarão energia térmica que pode ser usada a bordo.

O barco chama-se REV e o desenvolvimento de todo o projeto teve subjacentes preocupações ambientais.

Propulsão híbrida

O iate inicialmente chegou a ser pensado para a sua propulsão funcionar a hidrogénio, mas considerando as especificidades e necessidades da embarcação, a opção recaiu numa motorização híbrida (Diesel-elétrico).

A velocidade de cruzeiro foi reduzida a 17 nós para diminuir a pegada de carbono, havendo filtros de partículas e sistemas de medição de poluentes SOx e NOx.

Recuperação de calor

A recuperação de calor dos motores aquecerá a água e atenderá a outras necessidades a bordo das cerca de 90 pessoas que nele viajarão.

A equipa está a trabalhar com empresas de pintura para encontrar tintas para o casco que não libertem substâncias nocivas, tendo também tido uma preocupação no processo de construção a fim de reduzir ao mínimo a poluição acústica submarina.

Laboratórios de pesquisa

O iate dispõe de laboratórios de pesquisa e estudo para os cientistas fazerem o seu trabalho de investigação.

Por seu lado, sonares de última geração identificarão peixes, mapearão o leito do mar e correntes e conseguirão explorar sedimentos sob o fundo do mar sem coletar amostras.

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