As emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em Portugal apresentaram um aumento de 1,2% no ano de 2022 em comparação com o ano anterior, revelam estimativas preliminares divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), contrariando, assim, a tendência decrescente desde 2017.
Os dados do INE referentes a 2022 destacam que este foi o ano “mais quente dos últimos 92 anos”, apresentando um valor médio da temperatura média do ar de 16,64 ºC. Os incêndios rurais afetaram uma área de 110,2 mil hectares, com mais de um quinto localizado em Área Protegida, sendo aproximadamente 90% desta área situada no Parque Natural da Serra da Estrela.
Embora 2022 tenha registrado o quinto menor número de ocorrências de incêndios rurais no período de 2014-2023 em Portugal continental (10.390 ocorrências), a área ardida foi a terceira maior, segundo o estudo do INE.
O aumento registado no ano passado foi impulsionado principalmente pelo aumento das emissões no setor de energia (+2,1%) e no setor de processos industriais e uso de produtos (+0,5%).
Quanto à qualidade do ar em Portugal, o ano de 2022 teve em média 28,2% dos dias classificados como muito bons e 45,6% como bons. Estes valores representam uma ligeira queda em comparação com os números de 2021, que eram de 31% e 45,9%, respetivamente.
Apesar do aumento populacional assinalado no país (+46.249 habitantes) e do aumento do consumo privado em 5,6%, houve uma redução de 10,5% no consumo interno de materiais extraídos do ambiente.
Por setores, a atividade de construção registou o maior aumento na geração de resíduos, com um acréscimo de 1,1 milhões de toneladas.
Paralelamente, observou-se uma melhoria na eficiência na gestão de resíduos setoriais e urbanos, com os rácios das quantidades geradas por unidade de PIB diminuindo em 2,0% e 6,4%, respetivamente.
O estudo do INE também refere que o indicador da preparação de resíduos para reutilização e reciclagem retomou uma tendência de crescimento, atingindo 33%, ficando ainda 18 pontos percentuais abaixo da meta de 55% estabelecida para 2025.
A contribuição das fontes de energia renovável para a produção de eletricidade aumentou, atingindo 61% do total em 2022, em Portugal. Nesse ano, o consumo de energia primária e final aumentou 2,4% e 2,3%, respetivamente, aproximando-se dos níveis pré-pandemia (2017-2019).