A tecnologia de baterias tem evoluído muito nos últimos anos, com a procura por materiais mais eficientes que o lítio, mas esta continua a ser a tecnologia mais vulgarmente usada em telemóveis, computadores portáteis e automóveis elétricos. E aumentar a vida útil de todos estes aparelhos sem estarem ligados à corrente é cada vez mais uma necessidade. O lítio tem limitações não só na quantidade de carga que pode acumular, como também na quantidade de produto disponível e no seu impacto ambiental. A alternativa mais racional para baterias é o sódio.
Um dos elementos mais comuns na Terra e essencialmente barato de extrair, o sódio tem como limitação as dimensões dos seus iões, o que obriga a repensar o modo como a energia circula dentro da bateria. Os iões de sódio não conseguem passar pelo carbono do elétrodo positivo, o que levou os engenheiros do Laboratório de Metalurgia e Materiais da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, a encontrar uma alternativa.
Uma simulação em computador levou o grupo de investigadores a estudar o efeito da fusão de sódio com fósforo, e uma equipa associada da Universidade de Cambridge completou as experiências físicas. O resultado foi prometedor, com a criação de um elétrodo em que a união do sódio e do fósforo forma ligações em forma de hélice, dando origem a um elétrodo que tem uma capacidade de carga sete vezes superior à carga equivalente dos elétrodos de grafite usados em baterias de lítio.
Os resultados destas experiências, que começaram em 2016, já foram publicados no jornal científico da Sociedade Americana de Químicos, mas ainda apenas providenciam uma base de trabalho, estando ainda longe da sua aplicação prática. Mas aguardamos com expectativa a chegada de baterias com uma autonomia sete vezes superior às atuais, com a mesma dimensão e peso e com materiais de base mais baratos.