M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
É assumido que, no futuro, todos os automóveis vão ter motores elétricos e que os motores de combustão estão condenados à extinção. Existem até estudos que afirmam que os automóveis a gasolina vão desaparecer completamente da estrada entre 2025 e 2030. Mas estas previsões são talvez demasiado otimistas. É que as marcas automóveis continuam a gerar mais patentes para motores a gasolina que para elétricos.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Esta é a conclusão do relatório Automotive Patent Trends 2018, compilado pela plataforma analítica Cipher Automotive, a única no mundo especializada na indústria automóvel, e publicado pela Aistemos, que faz análises com base numa inteligência artificial. De acordo com o relatório, a indústria automóvel registou um total de 105.500 patentes relativas a motores a gasolina em 2017, contra apenas 92.200 para motores elétricos.

No entanto, a diferença entre estes números tem ficado cada vez mais reduzida desde 2008, com os elétricos a diminuírem mais a diferença em 2012, e os motores a gasolina a registarem uma ligeira recuperação em 2016. A manter a tendência atual, vai faltar uma década para os motores elétricos passarem para a frente.

As marcas japonesas têm feito mais avanços nos modelos autónomos que as europeias, com destaque para a Toyota, que tem 21.200 patentes novas relativas a motores elétricos, contra apenas 12.400 para motores a gasolina, seguindo-se a Honda com 6000 contra 5400. Entre os construtores ocidentais, o destaque vai para a Ford, que tem 3700 patentes novas para motores a gasolina contra 2200 para elétricos. Deste lado do globo, apenas a BMW regista mais patentes elétricas que para motores a gasolina, por 1700 contra 1600.

A diferença entre os construtores asiáticos e europeus parece abismal, mas os primeiros têm tendência para registar patentes para cada pequeno incremento, enquanto as marcas europeias e americanas apenas o fazem para desenvolvimentos com diferenças notórias face a tecnologias anteriores. Construtores como o Grupo PSA ou a Fiat Chrysler são os que têm contribuído menos avanços tecnológicos, muitas vezes adquirindo tecnologias desenvolvidas por outros.

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