A NASA tinha lançado a Opportunity em junho de 2003 para chegar a Marte em janeiro de 2004, aterrando cratera de Gale. A confirmar-se uma aterragem bem-sucedida, contava-se que a sonda fosse capaz de funcionar durante 90 dias, percorrendo uma distância máxima de 1000 metros graças aos painéis solares. Estes contavam com uma luz muito mais difusa para fornecer energia ao veículo explorador, devido à distância maior entre o Sol e Marte. No entanto, foi capaz de funcionar durante 15 anos, percorrendo nada menos que 45 quilómetros, deixando de funcionar numa depressão batizada pelos astrónomos como Vale da Perseverança. Um final apropriado, diriam aqueles que possuem um espírito mais romântico, até porque desde 2005 que uma das rodas já não virava.
Uma sonda semelhante, a Spirit, tinha aterrado em Marte 20 dias antes da Opportunity, e conseguiu funcionar até 2011. A Opportunity conseguiu planear percursos à volta de obstáculos e descer inclinações até 32 graus. O recorde máximo de distância diária que percorreu foi 220 metros, em 2005. Os dados que enviam de volta para a Terra foram extensos, documentando mais de 217 mil imagens, incluindo 15 fotografias panorâmicas a cores. Conseguiu também enviar informação para análise sobre 52 rochas, assim como informação microscópica e espetrométrica sobre outros 72 objetos. Conseguiu também encontrar hematite, comprovando a existência de água em Marte, pois aquele mineral apenas se forma na presença desta.
A Opportunity “morreu”, mas as missões da NASA em Marte continuam, pois a sonda InSight aterrou no passado dia 26 de novembro. Tanto a NASA como a ESA, a Agência Espacial Europeu, têm já missões planeadas para 2020. E já está em investigação a criação de um veículo capaz de carregar todo o material necessário para uma colónia científica humana.
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.