M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Rodrigo Duterte tem sido um dos mais controversos presidentes das Filipinas, desde que assumiu o cargo público mais importante desta nação asiática. Duterte declarou guerra ao crime organizado e à corrupção, e não se tem coibido de fazer demonstrações de força. Neste caso, voltou a ordenar a destruição pública de mais um grupo de automóveis de luxo apreendidos, tal como já tinha feito em fevereiro.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Desta vez, foram destruídos 76 automóveis e motociclos, incluindo vários modelos da Mercedes, Porsche e Lamborghini, no valor total de 5,5 milhões de dólares (4,75 milhões de euros). A administração presidencial divulgou a cerimónia pública, onde Duterte observou todos os procedimentos, que foram feitos com dois bulldozers. Estes veículos fizeram parte de um grupo de 800 que entraram no país ilegalmente, e que se destinavam a ser vendidos a membros do crime organizado.

Logo na primeira demonstração, há cinco meses, Duterte foi questionado porque é que os carros não foram leiloados em hasta pública, aproveitando o dinheiro para o orçamento de estado. O presidente das Filipinas respondeu que não queria dar a membros do crime organizado a oportunidade de adquirir estes veículos através de intermediários ou com nomes falsos.

Estas manifestações públicas pretendem reforçar a imagem de lei e ordem que Duterte está a tentar implementar no seu país, e que passa por guerra sem tréguas aos traficantes de droga, mas também por purgas de jornalistas. A destruição de automóveis apreendidos retira ao crime organizado a oportunidade de demonstrarem o seu sucesso financeiro em atividades ilegais.