Cresci a odiar aquela estrada. A vê-la como mera obrigação familiar. Páscoa, Natal e verão eram altura de ir ver o avô Arnaldo e a avó Tina, o que implicava fazer aquelas cinco horas de caminho duas vezes num fim de semana. Cinco horas debaixo de calor alentejano numa altura em que não havia ar condicionado. Cinco horas por estradas de paralelos ou de alcatrão maltratado quando as suspensões dos carros nada disfarçavam, e por paisagens secas, tristes, monótonas, que tinham por única alternativa o embalo do walkman – enquanto as pilhas durassem ou até a comichão causada pela esponja […]
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