Rali Terras de Aboboreira: Armindo Araújo não deu hipóteses

A dupla Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia Evo), com uma exibição categórica, impôs-se sem margem para reticências no Rali Terras de Aboboreira e reconquistou a liderança do Campeonato de Portugal, após uma prova em que o público acatou o pedido da organização: ficou em casa.

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A prova do Clube Automóvel de Amarante teve outro protagonista – o francês Adrien Formaux (Ford Fiesta R5 MK II) – que se bateu taco-a-taco com o piloto de Santo Tirso. Ambos estiveram muito acima da concorrência, mas o jovem piloto apoiado pela federação gaulesa começou mal o último dia: penalizou dois minutos por avanço na saída do parque fechado e hipotecou desde logo provável vitória.

De qualquer modo, Adrien Formaux só não venceu, em termos absolutos, a primeira classificativa, ou seja, foi o mais rápido em cinco das seis especiais. «Adorei os troços e foi uma magnífica experiência para o futuro, em particular para o próximo Rali de Portugal», referiu ao MOTOR 24 o piloto que foi a grande sensação do rali, pese embora o ilusório 5.º lugar final.

Para quem nunca tinha estado em Portugal, nada mau…

Em termos de Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), Armindo Araújo teve atuação perfeita, ao invés dos adversários mais diretos, nomeadamente Bruno Magalhães e Ricardo Teodósio, bem como José Pedro Fontes, que estiveram sempre longe da discussão pelo triunfo.

O campeão nacional tinha imperiosa necessidade de vencer. Mas não conseguiu melhor que o 2.º lugar, o que remete para um duelo entre Armindo e Bruno a discussão pelo título, ainda que a vantagem esteja agora toda do lado do piloto de Santo Tirso.

«Era uma prova decisiva e queríamos recuperar a liderança. Preparámos bem este rali e o pensamento foi sempre dar o máximo e atacar no troço mais extenso. A experiência do Mundial foi muito importante neste capítulo», sublinhou Armindo Araújo na hora de festejar importante triunfo, acrescido do bónus (3,32 pontos) por ter ganho quatro especiais em termos de CPR.

Apesar da vantagem conquistada em termos de campeonato, Armindo sublinhou ao MOTOR 24 que «não há muito a gerir, pois quem ficar à frente do outro é campeão».

Uma luta em que Ricardo Teodósio será espetador atento, embora o piloto algarvio tenha prometido que «na minha terra a música será outra».

O campeão nacional «queria a vitória, mas nem sempre é como desejamos», confessou Teodósio, vítima de um furo lento no penúltimo troço. O triunfo na power stage foi prémio de consolação.

Em plano de destaque esteve Miguel Correia, que terminou no pódio. O piloto bracarense rubricou meritória atuação e o 3.º lugar alcançado «é fruto de muito trabalho e empenho. Quero repetir», sublinhou o piloto do Skoda Fabia, que fez dupla com António Costa. «A maior dificuldade foi manter a concentração e gerir as emoções, mas consegui dar a volta por cima», acrescentou Miguel Correia.

Favoritos aquém do esperado

Sabor amargo para Bruno Magalhães teve o 4.º lugar. Uma má escolha de pneus – intermédios – condicionou o desempenho do piloto do Hyundai i20. «Os adversários foram mais afoitos e escolheram melhor», lamentava Bruno ao final da manhã.

De qualquer modo, «o resultado não foi surpresa, pois sabíamos que este rali ia ser muito difícil. Nos troços mais rolantes o carro comporta-se melhor, mas nos encadeados falta-lhe tração, não gasta pneus traseiros», explicou Bruno Magalhães.

«Gostávamos de ter ficado um lugar mais à frente, mas o Miguel Correia fez um excelente rali», referiu o piloto do Team Hyundai Portugal.

No plano oposto ao bracarense esteve José Pedro Fontes. O piloto do Citroën C5 não encontrou, ao longo do rali, explicação para um desempenho tão abaixo das expectativas.

«Em condições normais não perdemos tanto tempo; temos andamento, o carro está bom, a equipa trabalha bem. Sinceramente, não sei», confessou Fontes 6.º classificado, a mais de dois minutos do vencedor.

No duelo entre pilotos açorianos, ambos em Skoda Fabia, o campeão regional Luís Miguel Rego (7.º), a readquirir o ritmo, levou a melhor em relação a Rafael Botelho (8.º), estreante absoluto no continente.

Outros vencedores

O veterano Adruzilo Lopes, em dupla, com José Janela (Mitsunbishi Llancer Evo IX) dominou o grupo RC2N.

Nas 2 RM, o grane ausente foi Pedro almeida: os problemas com os pernos das rodas do Peugeot 208 Rally4 voltaram a acontecer no shakewdown e o piloto de Famalicão optou por não alinhar.

Daniel Nunes e Nuno Mota Ribeiro impuseram-se, na derradeira classificativa, na luta reservada aos Peugoet 208 e triunfaram com escassas vantagem – 3,2 segundos face aos irmãos açorianos Ruben e Estevão Rodrigues. Um duelo empolgante!

Ricardo Sousa e Luís Marques completaram o pódio da categoria.

A dupla Vítor Pascoal/José Faria (N5) venceu o grupo X5 da prova-extra.

No Campeonato Norte de Ralis, novo triunfo da dupla Lucas Simões/Simplício Gonçalves (Mitsubsihi Lancer Evo VI).

Classificação final

1.º Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia), 1.08.40,5 horas

2.º Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia), a 32,4 segundos

3.º Miguel Correia/António Costa (Skoda Fabia), a 59,7 segundos

4.º Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Hyundai i20), a 1.13,6 minutos

5.º Adrien Fourmaux/Jamoul Renaud (Ford Fiesta), a 1.41,7 minutos

Campeonato

1.º Armindo Araújo, 151,51 pontos

2.º Bruno Magalhães, 142,63

3.º Ricardo Teodósio, 111,77

4.º José Pedro Fontes, 85,01

5.º Pedro Meireles, 50,05

Próxima prova:

Rali Casinos do Algarve, dias 14 e 15 de novembro

Ver mais em:

www.terrasdaboboreira.pt

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