O líder do campeonato, Ricardo Teodósio (Skoda), apesar de participar — é um dos 39 inscritos (15 R5) –, não vai marcar pontos neste rali, pelo que o duelo entre os pilotos dos Hyundai – Armindo Araújo e Bruno Magalhães, respetivamente, 2.º e 3.º classificados – promete ser renhido.
Nestas contas pode interferir João Barros (Skoda), que o ano passado apenas foi suplantado na derradeira classificativa e com alguma controvérsia pós-rali no domínio dos bastidores.
«O teste que fizemos em Mesão Frio, que terminou com a vitória no rali, foi muito produtivo e entusiasmante», referiu o piloto de Paredes. «Os testes são sempre muito importantes e nesta prova queremos proporcionar a todos uma boa exibição e alcançar um excelente resultado», acrescentou João Barros, muito motivado e a caminho da boa forma, após alguns acidentes de percurso nos últimos tempos.
Com o título a ser pouco mais que uma miragem, Miguel Barbosa (Skoda), José Pedro Fontes (Citroën) e Pedro Meireles (VW Polo GTI R5), são nomes a ter em conta na discussão pelos lugares cimeiros.
De referir que Paulo Meireles (Hyundai i20 R5) e Carlos Matos (Peugeot 208 T16 R5) estão de regresso, enquanto Nuno Rodrigues da Silva vai fazer dupla, com António Dias no Skoda Fabia R5.Ricardo Teodósio não pontua
Ao abdicar da conquista de pontos – os pilotos escolhem para participar oito dos nove ralis do calendário e contam apenas os sete melhores resultados – Ricardo Teodósio adianta o objetivo desta participação a feijões:
«Vamos realizar um verdadeiro teste. Queremos fazer esta prova sem qualquer tipo de pressões e tirar importantes conclusões para as duas provas seguintes, essas sim, vitais para o nosso objetivo».
Para o piloto do Skoda, «alinhar o carro e experimentar soluções novas para a Marinha Grande e Algarve é o que pretendemos fazer, embora a vitória seja sempre agradável, mesmo que não sirva para conquistar pontos», sublinhou Ricardo Teodósio, que já experimentou o novo Skoda Fabia R5.
A presença de Luís Miguel Rego, atual campeão açoriano, é um dos motivos de interesse. O piloto de Ponta Delgada faz dupla, como é habitual, com o vimaranense Jorge Henriques e vai alinhar, integrado na estrutura da ARC Sport, ao volante do Ford Fiesta R5, uma vez que o Skoda Fabia R5 apenas é utilizado no campeonato dos Açores.
«Conseguir uma boa rodagem para aumentar a nossa competitividade úm dos objetivos», adiantou Luís Miguel Rego.
«Há mais de sete anos que não faço um rali fora dos Açores, por isso vamos tentar ao máximo conseguir um bom resultado, embora importante seja a experiência, a rodagem, perceber e aprender com a realização do máximo de quilómetros possíveis», acrescentou o campeão açoriano.
Mudança para terra no horizonte
O Rali Terras de Aboboreira conta com o apoio de três municípios, facto realçado pelo presidente da FPAK, Ni Amorim, que sublinhou «a importância de uma duradoura relação dos clubes com as autarquias».
A prova volta a realizar-se em asfalto, mas o objetivo é que seja em piso de terra. O presidente da FPAK está sensível a tal pretensão e revelou mesmo que «tentámos a troca com Mortágua, mas não foi possível. A mudança não depende só de mim, mas de um conjunto de fatores», elucidou o responsável federativo.
Na verdade, as classificativas da Aboboreira e do Marão são um palco de nível mundial e permitem desejada variedade de troços.
Marco de Canaveses é uma das novidades
O palco do shakedown e da qualificação será um troço (3,49 km) em Manhuncelos, que decorrerão na manhã do dia 6 de setembro.
Após a partida (16 horas), os concorrentes cumprirão o troço Rio Tâmega (10,21 km) em dupla passagem. Entre ambas, há um reagrupamento em Amarante.
Os concorrentes dirigir-se-ão, após a 2.ª passagem pela referida classificativa, para Baião. Antes do reagrupamento no parque do Tijelinho, efetuarão, em ligação, o reconhecimento da superespecial (1,52 km) , no centro daquele vila e que na ocasião já estará devidamente montada.
Ao todo, 21,94 km ao cronómetro no 1.º dia de rali.
No dia seguinte (sábado), após a partida (9.00 horas) de Marco de Canaveses, são três as classificativas a percorrer em dupla passagem: Marco/Rios de Emoção (10,95 km), outra das novidades deste rali; Baião/ Vida Natural (10,36 km), sem alterações face a 2018, e Carvalho de Rei (11,21 km), com o início encurtado.
O final da manhã, haverá um reagrupamento, seguido de parque de assistência em Marco de Canaveses.
Marão pode decidir
A concluir, a especial mais extensa — Marão (17,32 km) — terá apenas uma passagem. Tal como ano passado, utiliza em grande parte a N15 e vai terminar nas imediações da pousada.
Em Ansiães, praticamente a meio da classificativa, haverá reforço dos meios de segurança presentes no local.
Os concorrentes do campeonato Norte entrarão em ação na superespecial de Baião e não cumprirão a derradeira classificativa (Marão).
Após a derradeira assistência em Marco de Canaveses, o pódio final no centro de Baião está previsto para as 19.40 horas, após um dia com 82,36 km em classificativas.
Com 10 classificativas (total de 104,3 km), o Rali Terras da Aboboreira promete emoção do primeiro ao último quilómetro.