Também a Fórmula 1 segue o caminho da sustentabilidade e, embora mantenha o foco nos motores híbridos com um motor de combustão associado, a modalidade irá começar a utilizar combustíveis sustentáveis, com o intuito de atingir a neutralidade carbónica a partir de 2021.

Os primeiros barris de combustível 100% sustentável, produzido a partir de resíduos e desenvolvido de acordo com os padrões específicos da Fórmula 1, foram já entregues às fabricantes de unidades de potência híbridas que estão presentes na categoria (Mercedes-AMG, Ferrari, Renault e Honda), dando continuidade a um plano estratégico traçado pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) de atingir uma maior sustentabilidade ecológica.

O Presidente da FIA, o francês Jean Todt, explicou que a federação “assume a sua responsabilidade na orientação do automobilismo e da mobilidade rumo a um futuro de baixo carbono para reduzir o impacto ambiental das nossas atividades e contribuir para um planeta verde”.

Nesse plano da FIA, aprovado na mais recente Assembleia Geral Anual, foi decidido que se pretende chegar à neutralidade carbónica em 2021 para atingir um patamar isento de emissões em 2030. A FIA garante ainda que irá trabalhar com as federações dos respetivos países e membros para apoiar os seus esforços para se tornarem mais ‘verdes’ e melhorarem a sustentabilidade ambiental.

O Departamento Técnico da FIA tem vindo a investigar e a desenvolver este novo combustível, com as especificações bastante rigorosas da modalidade, assumindo-se como um biocombustível produzido a partir de biorresíduos refinados, não utilizáveis por seres humanos ou animais. Os primeiros barris estão com as fabricantes de unidades de potência para que os seus fornecedores de combustíveis possam desenvolver os seus próprios biocombustíveis com vista à sua utilização quando a nova regulamentação de motores for introduzida (em 2026).

A ideia é que este avanço possa depois ser transposto para as estradas públicas, onde os carros com motor de combustão continuarão a ter um peso importante.

O mesmo foi explicado por Ross Brawn, diretor desportivo para a Fórmula 1, que deu conta do papel da Fórmula 1 como “plataforma para a introdução de avanços de nova geração para o mundo automóvel. Estamos entusiasmados pela força dos combustíveis sustentáveis que se alinham perfeitamente com o nosso plano de zero emissões enquanto desporto em 2030”.

Além disso, o britânico, ex-responsável de equipas como a Benetton, Ferrari e Mercedes-AMG, referiu que o objetivo é agora construir um mapa “para o motor híbrido que reduz as emissões e que tenha um benefício real para os carros de produção. Acreditamos que temos a oportunidade de fazê-lo com a nova geração de motores que combinam tecnologia híbrida com os combustíveis sustentáveis”.