Carlos Sainz (Audi) mantém o comando na 46ª edição do Dakar, disputada na Arábia Saudita, mas não evitou um pequeno susto na décima etapa da prova, ao ver-se obrigado a parar devido a problemas com o seu carro. No entanto, o seu único rival na luta pela vitória à geral, Sébastien Loeb (Prodrive) também teve os seus próprios problemas e não capitalizou, por inteiro, com as dificuldades do ‘Matador’ da equipa alemã. Ainda assim, com duas etapas pela frente, os dois primeiros nos Autos estão separados por 13m22s. Nas Motos, Ricky Brabec (Honda) colocou uma mão sobre o triunfo à geral, após o triunfo na etapa de hoje.

No Dakar, nada pode ser dado como certo até ao momento em que se cruza a meta. Para Sainz, cujo fantasma da perda de um título do Mundial de Ralis com a meta à vista irá estar sempre presente, a etapa de hoje não foi nada tranquila. O piloto espanhol viu-se obrigado a parar por cerca de dez minutos ao km 248, valendo-lhe então o auxílio do companheiro de equipa Mattias Ekström para ajudar a colocá-lo em prova rapidamente. A estratégia da marca alemã de colocar os outros dois carros como suporte de Sainz dá frutos.

Ambicionando recuperar bastante tempo a Sainz, também Loeb acabou por ter os seus próprios contratempos, parando por cerca de cinco minutos à passagem do km 300, dando novamente a Sainz alguma margem para respirar fundo. Na meta, Loeb ganhou cerca de sete minutos a Sainz, fazendo descer a diferença entre ambos para 13m22s, com o francês da Prodrive a ter, na prática, apenas o dia de amanhã para conquistar o triunfo (o último dia é mais de consagração do que de competição a sério… embora isso possa variar consoante as posições à entrada dessa etapa).

Com a atenção focada na classificação geral, foi Guérlain Chicherit (Toyota Overdrive) a vencer a tirada de hoje, ficando à frente de um lote de pilotos nada usuais na tabela – uma prova de que muitos estão já a pensar em levar as suas máquinas até final do que arriscar em façanhas momentâneas de um dia. Brian Baragwanath (Century) ficou com a segunda posição, a 5m43s do francês, enquanto o terceiro lugar da etapa coube a Benediktas Vanagas (Toyota Gazoo Baltics), gastando mais 6m04s.

Para complementar os dados relativos aos primeiros, Sébastien Loeb foi o 17º e Carlos Sainz foi o 25º. Lucas Moraes (Toyota Gazoo), que é o terceiro da classificação geral, foi apenas o 12º da etapa.

Nos Challenger, Ricardo Porém, que tem como navegador Augusto Sanz num MMP, ficou com o oitavo posto, logo à frente da dupla João Monteiro/Nuno Morais (Can-Am South Racing), em etapa ganha pelo brasileiro Marcelo Tiglia Gastaldi. A dupla da Francosport, Mário Franco e Daniel Jordão, ainda não chegou à meta à data deste artigo. Na Geral, Porém ocupa a sétima posição, a menos de um minuto do sexto classificado, enquanto Monteiro e Morais estão na 13ª posição.

Nos SSV, após o desaire de ontem com os seus problemas com a bomba de combustível do seu Can-Am, a dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro obteve o quinto tempo da etapa, insuficiente porém para subir na classificação geral, na qual ocupa a mesma posição. Recorde-se que a dupla era segunda classificada da geral à entrada da etapa de ontem.

O triunfo na etapa coube à americana Sara Price, que obteve a sua primeira vitória no Dakar, juntando-se a apenas duas outras mulheres a consegui-lo – Cristina Gutiérrez e Jutta Kleinschmidt, esta sendo também a única a vencer um Dakar à geral (2001). Na prova atual, Price ganhou sete minutos ao líder da classificação geral, o francês Xavier de Soultrait (Sébastien Loeb Racing), mas este pode controlar com tranquilidade, dispondo de 20m26s de diferença para a atual segunda classificada. A dupla Ferreira/Palmeiro está a 1h15m do comandante.

Nas Motos, Ricky Brabec (Honda) estreou-se, finalmente, a vencer uma etapa no Dakar e, mais importante, consolidou o seu comando na classificação geral, já que Ross Branch (Hero) perdeu mais 3m45s ao longo do dia de hoje. A Honda conseguiu mesmo um excelente resultado ao colocar os seus três pilotos nas três primeiras posições com Ignacio Nacho Cornejo a ficar a apenas dois segundos e Adrien Van Beveren a 20 segundos.

Rui Gonçalves (Sherco) foi o melhor português nas duas rodas, com o 11º lugar, ao passo que António Maio (Yamaha) foi o 24º e Mário Patrão (KTM) o 30º, sendo este seguido pelo estreante Bruno Santos (Husqvarna), que continua a dar excelente conta de si. Alexandre Azinhais (KTM) foi o 84º e Gad Nachmani (KTM) foi o 93º.

Na Geral, o topo da classificação é agora detido de forma mais segura por Brabec, que tem 10m54s de avanço sobre Branch, sendo que este tem Adrien Van Beveren no seu encalço, estando separados por menos de um minuto. Ignacio Cornejo, na quarta posição, também se pode considerar na disputa, situando-se a três minutos do segundo classificado, pelo que as duas últimas etapas ainda podem resultar em mudanças nas posições mais baixas do pódio.

Quanto aos portugueses, Maio continua em 18º lugar, ao passo que Gonçavez é o 24º, enquanto mais atrás Bruno Santos passou para 29º, seguido por Patrão, no 30º lugar. Azinhais surge classificado no 64º lugar e Nachmani na 94ª posição.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.