As aspirações de Sébastien Loeb (Prodrive) na luta pelo triunfo na edição 2024 do Dakar esfumaram-se na penúltima etapa. O piloto francês teve problemas graves de suspensão ainda na primeira parte da etapa e perdeu quase uma hora e meia, entregando a Carlos Sainz (Audi) a hipótese de voltar a vencer o Dakar e à Audi a possibilidade de se estrear a vencer. Nas Motos, Rui Gonçalves (Sherco) foi forçado a abandonar.

Partindo para a penúltima etapa ainda com ambições de atacar Sainz na liderança do Dakar, Loeb não teve a cooperação do Hunter T1+ da Prodrive, com um braço de suspensão dianteira a ceder ainda no início da tirada. Isso obrigou a que tivesse de esperar pela chegada da sua assistência, mas os danos na classificação geral são definitivos: ao perder quase uma hora e meia para o vencedor da etapa de hoje, que foi novamente Guerlain Chicherit (Toyota Overdrive Racing), o francês ficou arredado de forma definitiva da discussão pelo primeiro lugar do Dakar.

Tanto mais que Sainz fez o terceiro melhor tempo do dia, gastando mais 5m35s do que Chicherit e apenas mais três segundos do que Guillaume de Mevius (Toyota Overdrive Racing), que ficou no segundo posto da etapa. Ainda assim, no meio de todo o azar, Loeb tirou partido dos problemas alheios de Lucas Moraes (Toyota Gazoo) para permanecer nas posições do pódio, neste caso em terceiro, com a possibilidade de chagar a de Mevius, que passou de quarto para segundo da Geral em apenas 24 horas.

Carlos Sainz vai partir para a última etapa com uma vantagem de 1h27m06s sobre de Mevius, enquanto este tem apenas oito minutos de vantagem sobre Loeb, pelo que o segundo lugar continua a ser hipótese para o francês da Prodrive. Quanto ao triunfo, em condições normais já não foge a Sainz que, aos 61 anos de idade, poderá fazer história na modalidade… Mas no Dakar, é sempre preciso chegar ao fim primeiro. Lucas Moraes, que era o terceiro da Geral, caiu para sétimo, vendo gorado um resultado final que seria certamente muito mais honroso do que o atual.

Nos Challenger, a dupla Ricardo Porém/Augusto Sanz (MMP) fez o sétimo tempo, ocupando precisamente o sétimo lugar na classificação geral, enquanto a dupla João Monteiro/Nuno Morais (South Racing Can-Am) fez o 13º tempo, logo à frente de outra equipa lusa, a da Francosport, composta por Mário Franco/Daniel Jordão, que ontem utilizou o seu ‘joker’ para, não terminando a etapa devido a problemas com o seu buggy, estar hoje à partida. Na Geral, João Monteiro e Nuno Morais estão na 13ª posição, ao passo que a dupla da Francosport está na 22ª posição. O objetivo é ver a meta, amanhã.

Nos SSV, a penúltima etapa foi de enorme emoção e indecisão, já que o líder, Xavier de Soultrait (Sébastien Loeb Racing), parecia ter tudo para obter um triunfo tranquilo, mas uma má prestação no dia de hoje, no qual perdeu dez minutos, associada a uma penalização de dez minutos por ter obstruído de forma continuada Sara Price (South Racing Can-Am) deixou tudo em aberto na luta pelo triunfo na categoria.

Face às incidências da etapa de hoje, foi Jérôme de Sadeleer (MMP) a vencer a tirada, com meros dois segundos de vantagem sobre Gerard Farrés (South Racing Can-Am), com os dois a envolverem-se num intenso duelo pela vitória na 11ª etapa. Na Geral, de Soultrait segurou o comando, mas por apenas 2m49s de vantagem sobre Sadeleer, enquanto Price, que estava em segundo e tinha vencido a etapa de ontem, teve uma etapa negativa e perdeu 53m12s para o vencedor da mesma.

A dupla portuguesa João Ferreira/Filipe Palmeiro (Can-Am), que chegou a ocupar as posições de pódio e a sonhar com a luta pelo triunfo na categoria, terminou a etapa com o quinto melhor tempo, a 24m40s de Sadeleer, mantendo-se na quinta posição da geral, embora mais perto do quarto classificado, Yasir Seaidan (cerca de 15 minutos separam-nos).

Nas Motos, mais uma baixa no contingente luso, já numa fase em que a ‘praia está à vista’. Rui Gonçalves (Sherco) não evitou uma queda à passagem do km 12 e sofreu uma lesão no ombro, tendo sido levado para o hospital para verificações médicas. O motard luso era 24º e estava a recuperar lugares depois de um problema mecânico o ter atrasado na primeira semana.

Regressando à corrida e à luta pelas posições do pódio, Ross Branch (Hero) venceu a etapa de hoje, mas Ricky Brabec (Honda) tem a prova controlada, ficando com o segundo lugar, a apenas 32 segundos de diferença, ao passo que o seu colega de equipa Adrien Van Beveren fez o terceiro tempo, gastando mais 3m17s. Na Geral, Brabec continua com mais de dez minutos de vantagem sobre Branch e terá a prova no ‘bolso’, enquanto Beveren está a pouco mais de quatro minutos de diferença do homem da Hero, embora superá-lo seja já tarefa difícil.

Quanto aos outros motards lusos em prova, António Maio (Yamaha) foi 27º, pouco à frente de Bruno Santos (Husqvarna) e de Mário Patrão (KTM), que foram os 30 e 31º na etapa, respetivamente. Gad Nachmani (KTM) foi o 81º e Alexandre Azinhais (KTM) o 97º.

Na classificação geral, António Maio mantém o 18º posto, com Bruno Santos a ser agora o 28º e Mário Patrão o 29º, liderando no Veteran Trophy. Alexandre Azinhais segue em 66º e Nachmani, que compete com a licença lusa, está em 93º.

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