A temporada de 2020 tem sido pouco emotiva em termos de lutas pelos triunfos, com os dois Mercedes-AMG, ora de Lewis Hamilton, ora de Valtteri Bottas, a dominarem até aqui, com algumas intromissões de Max Verstappen e do seu Red Bull. Porém, o GP de Itália deste ano voltou a causar grandes surpresas e a revelar um vencedor inesperado.
Partido de décimo na grelha, Pierre Gasly soube estar no sítio certo no momento certo para capitalizar com as incidências da corrida e, graças a uma prestação sem erros para um ainda jovem piloto, cruzou a linha de meta em primeiro, depois de resistir à pressão de Carlos Sainz, ao volante do seu McLaren, nas voltas finais.
A prova até parecia encaminhada para um resultado bem diferente, já que Hamilton arrancou melhor e abriu uma vantagem cada vez maior sobre o segundo classificado, que era Carlos Sainz, depois de Valtteri Bottas ter feito um mau arranque e caído para sexto lugar, atrás ainda de Lando Norris (McLaren), Sergio Perez (Racing Point) e de Daniel Ricciardo (Renault), terceiro, quarto e quinto, respetivamente.
Com Hamilton destacado na frente, à 18ª volta dá-se um momento decisivo, quando Kevin Magnussen para o seu Haas pouco antes da entrada das boxes, com problemas mecânicos, causando a entrada do safety car em pista. De imediato, Hamilton e Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) decidem parar para mudar de pneus, mas ignoram o sinal indicador de via das boxes fechada, pelo que, viriam a ser admoestados com penalizações de dez segundos cada um. Assim, embora Hamilton liderasse a prova depois de os demais pilotos pararem, teria ainda de cumprir uma penalização nas boxes que lhe viria a custar muitos lugares.
À 26ª volta, outro momento decisivo, com Charles Leclerc a concluir a presença deprimente da Ferrari na sua corrida ‘caseira’ com um enorme acidente na última curva, a Parabolica, obrigando a uma interrupção da prova para remoção do carro e arranjo da barreira de pneus. Apesar da violência do embate, o piloto monegasco, que no ano passado venceu este mesmo Grande Prémio, saiu ileso. Muito antes, na sexta volta, já Vettel havia abandonado com problemas de travões no seu SF1000, quando era 17º classificado. Uma prestação muito pobre para aquela que é a formação mais antiga do campeonato.No reatamento da corrida, após uma partida com os carros na grelha, Hamilton rapidamente tratou de cumprir a sua penalização, caindo de primeiro para último, a 30 segundos da liderança. Gasly herdou a liderança e passou a ter atrás de si, pouco depois, o espanhol Carlos Sainz, que teve de se haver entretanto com o Racing Point de Lance Stroll e com os Alfa Romeo de Kimi Raikkonen e de Antonio Giovinazzi.
Gasly e Sainz mantiveram um duelo à distância nas últimas 15 voltas, com o espanhol da McLaren a conseguir recuperar de uma desvantagem de cerca de quatro segundos para um segundo na penúltima volta, mas nunca conseguiu estar em posição de tentar uma verdadeira ultrapassagem ao francês da AlphaTauri, apesar de ter estado muito perto da traseira do carro italiano na travagem para o final da reta da meta no início da última volta.
Assim, para gáudio dos italianos – a AlphaTauri continua a ser uma equipa italiana, para todos os efeitos -, Gasly festejou uma vitória merecida, enquanto Sainz não escondeu alguma desilusão pela oportunidade falhada de uma vitória, que seria a sua primeira da carreira. Stroll viria a fechar o pódio, com um terceiro lugar muito importante para a formação que é pertença do seu pai.
Norris foi o quarto, oferecendo dessa forma um ótimo resultado de conjunto à McLaren, resistindo a Bottas, que teve uma prova sempre ‘preso’ no meio de outros pilotos, queixando-se de alguns problemas no seu carro, enquanto Ricciardo terminou em sexto.