No que diz respeito a Vettel, que desde a sua vinda para a Ferrari não conseguiu ainda contrariar o favoritismo dos Mercedes-AMG na luta pelo título, é o reputado jornalista Joe Saward, que na sua crónica ‘Business of Motorsport’ dá conta da possibilidade de o alemão se retirar da Fórmula 1 no final deste ano, citando “o rumor mais chocante que começou a espalhar-se no paddock no Mónaco”.
“Uma escolha que, de certa forma, se seguiria àquela de Nico Rosberg, que abandonou a F1 depois de vencer o título de 2016 consciente do facto de que muito dificilmente teria sucesso naquele objetivo novamente”, acrescenta Saward, apontando ainda que, caso isso se confirme, “a grande questão, claro, é saber quem é que seria o sucessor de Vettel”.
“Os nomes que têm circulado por agora são os de Sérgio Perez, Kevin Magnussen, Romain Grosjean ou Valtteri Bottas”, refere ainda. Porém, com o contrato de Vettel a terminar apenas no final de 2020 e com nenhum daqueles nomes a ser, propriamente, o de um piloto consensual para fazer regressar a Scuderia aos triunfos, dificilmente algum daqueles nomes chegaria ao lugar de piloto de competição da Ferrari.
Por outro lado, a equipa italiana surpreendeu no presente ano ao escolher o jovem monegasco Charles Leclerc para suceder a Kimi Raikkonen, mas os erros recentes do Mónaco, de ambas as partes, parecem ter fragilizado o relacionamento entre piloto e equipa.
Depois de já ter tido algumas situações em que criticou as escolhas da formação em termos de estratégia, a prova em Monte Carlo trouxe a Leclerc a agrura de ficar de fora na Q1 por erro da Ferrari, que julgou ter um tempo suficiente para passar à fase seguinte. Após a qualificação, o piloto admitiu que teria de arriscar na corrida, logo num circuito onde ultrapassar é tarefa quase impossível, mas nas primeiras dez voltas Leclerc surpreendeu Lando Norris e Romain Grosejan. Até cometer um erro na ultrapassagem a Nico Hulkenberg, batendo com a roda traseira direita num rail em Rascasse e cumprindo uma volta completa com um pneu furado, acabando os detritos do mesmo por danificar o fundo do SF90.O site italiano Formulapassion.it revela num artigo que “o GP do Mónaco deverá provavelmente custar caro à Ferrari”, fundamentando que as relações entre a gestão da Ferrari e a equipa de empresários de Leclerc “estão já próximas do ponto de rutura”.
Aquele site indica ainda que o jovem piloto, promovido este ano da Fórmula 2, desobedeceu às ordens da Ferrari, que pretendia uma subida mais gradual e segura de posições contra aquela que acabou por ser a atitude mais destemida de Leclerc e que, em última instância, ditou o seu abandono no Mónaco.