Houve polémica no início e no final da prova, mas no final prevaleceu o neerlandês Max Verstappen. Hamilton arrancou melhor do que Verstappen e assumiu o comando, evaporando assim a vantagem que o piloto da Red Bull detinha com a sua pole position. Na travagem para a curva 6, Verstappen efetuou um ataque no final da longa reta do circuito de Yas Marina, com o seu monolugar por dentro a forçar Hamilton a deixar a pista, embora mantendo o comando.
Verstappen e a Red Bull pediram que Hamilton devolvesse a posição, a exemplo do que o neerlandês tinha feito no anterior GP da Arábia Saudita, mas a direção da corrida decidiu que não era necessária qualquer investigação ao comportamento de ambos os pilotos, pelo que as posições se mantiveram, com Hamilton a abrir uma vantagem cada vez maior sobre Verstappen (apesar dos seus pneus macios contra os médios de Hamilton).
Verstappen ainda parou primeiro nas boxes para tentar contornar a liderança de Hamilton, mas após a paragem do britânico e da ajuda de Sergio Pérez (Red Bull) – que ‘tapou’ o piloto da Mercedes o tempo necessário para que Verstappen ficasse a menos de dois segundos – a mesma toada foi registada em pista, com Hamilton a abrir uma vantagem que o deixou a salvo de qualquer ataque.
Sem nada a perder, a Red Bull decidiu jogar com estratégias alternativas, parando Verstappen para um jogo de pneus duros completamente novo durante uma fase de safety car virtual, enquanto Hamilton ficou em pista. A diferença subiu então para 16,5 segundos e Verstappen ainda começou por ganhar alguns segundos, mas a oito voltas para o final, voltou a ser de 11 segundos, o que efetivamente deixou Hamilton com o oitavo título na mão.
Mas o golpe de teatro chegou a na volta 53 das 58 da corrida, quando Nicholas Latifi (Williams) perdeu o controlo do seu carro e embateu na barreira da curva 12, uma das últimas do circuito. Hamilton já não parou nas boxes, mantendo-se com os seus pneus bastante gastos, ao passo que Verstappen voltou a rumar às boxes e montou pneus macios no seu Red Bull, esperando que houvesse tempo para um recomeço.Após alguma indecisão, a limpeza rápida da pista e dos destroços do Williams, possibilitaram que os pilotos com uma volta de atraso entre Verstappen e Hamilton passassem o safety car, restando assim uma única volta de competição, crucialmente a última e com Hamilton e Verstappen praticamente colados.
Com pneus mais frescos e macios, Verstappen passou Hamilton logo na primeira tentativa ainda antes das longas retas do circuito de Yas Marina, resistindo depois às tentativas de Hamilton para recuperar a posição nas duas retas seguintes. O título estava nas mãos de Verstappen, com sentimentos contraditórios nas duas equipas.
Toto Wolff, diretor da equipa Mercedes-AMG, queixou-se a Michael Masi, Diretor de Corrida, sobre a decisão de deixar passar os pilotos atrasados entre Verstappen e Hamilton, chegando mesmo a exigir que a classificação que contasse fosse a da penúltima volta, mas a resposta foi clara: “Chama-se corridas motorizadas”, respondeu Masi.
Para a Red Bull, foi o milagre que procuraram ao longo de toda a prova, como o próprio diretor da equipa, Christian Horner, chegou a dizer. Mas o mérito foi para o piloto, que quebrou a hegemonia de Lewis Hamilton e, sobretudo, da Mercedes-AMG, que havia vencido todos os títulos de pilotos desde 2014, quando se deu a entrada em vigor da nova regulamentação híbrida. Para a Mercedes ficou a consolação do título de construtores, até porque Pérez desistiu a três voltas do final.
Fernando Alonso e Esteban Ocon, ambos da Alpine, ficaram em oitavo e nono, com Charles Leclerc (Ferrari) a garantir o último ponto disponível.
Os dois pilotos que fizeram hoje a sua última prova na modalidade, Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi, da Alfa Romeo, abandonaram.
https://twitter.com/F1/status/1462447967026221068/photo/1