O mistério do champanhe por abrir na sala de troféus da Sauber/Alfa Romeo

06/06/2019

As equipas de Fórmula 1 são conhecidas por terem os seus troféus todos guardados em coleções cuidadas, havendo um pouco de tudo: capacetes, troféus (o caso da McLaren é bastante conhecido por ter ficado até com as taças dos pilotos), pneus ou, naturalmente, os carros de competição. Também há quem guarde as garrafas de champanhe das idas ao pódio, como sucede com a Alfa Romeo, anteriormente conhecida por Sauber F1.

No entanto, na sala de troféus da equipa em Hinwill, uma das 27 garrafas de champanhe usualmente utilizadas para celebrar os pódios permanece por abrir. E não se trata de uma garrafa qualquer, mas sim a do triunfo de Robert Kubica no GP do Canadá de 2008, precisamente um ano depois de sofrer aquele que viria a ser um dos maiores acidentes de sempre da Fórmula 1 – ironicamente, não o acidente que lhe causou maiores lesões, que teria lugar alguns anos mais tarde ao volante de um carro de ralis.

Efetivamente, o GP do Canadá foi de sonho para a equipa de Hinwill, então controlada pela BMW (renomeada na época BMW Sauber), com uma ‘dobradinha’ protagonizada por Kubica e Nick Heidfeld, emocionante para todos os elementos da formação. A história da garrafa, graceja a própria Alfa Romeo (na prática, a Sauber), é uma de “política, paixões e invejas”.

“Na sequência daquele triunfo, uma disputa benigna, mas uma disputa, seja como for, tomou forma sobre a posse daquele despojo de vitória. A Sauber e a BMW queriam ambas guardar aquela recordação, o instrumento do champanhe mais doce que alguma vez provámos. Pedimos e suplicámos, mas então, naquela ocasião, foi o gigante alemão a vencer ‘A Batalha das Garrafas’: a original está orgulhosamente exposta no seu museu de Munique até hoje, a Fórmula 1 produziu uma réplica que foi para a Suíça. Naquele dia, escolhemos abdicar daquela memória preciosa em favor dos nossos parceiros. Foi o que fizemos, com estilo e magnanimidade. Para continuarmos a construir mais grandes memórias no futuro”, refere a equipa de Hinwill, olhando para aquele acontecimento na semana que antecipa mais uma edição do GP do Canadá, a disputar no circuito Gilles Villeneuve.

Porém, se a garrafa foi para a Alemanha, o troféu de vencedor ficou em Hinwill: “A partir daquele momento, chamámos-lhe ‘aquele de quem nem sequer lhe demos um cheiro”.