No entanto, na sala de troféus da equipa em Hinwill, uma das 27 garrafas de champanhe usualmente utilizadas para celebrar os pódios permanece por abrir. E não se trata de uma garrafa qualquer, mas sim a do triunfo de Robert Kubica no GP do Canadá de 2008, precisamente um ano depois de sofrer aquele que viria a ser um dos maiores acidentes de sempre da Fórmula 1 – ironicamente, não o acidente que lhe causou maiores lesões, que teria lugar alguns anos mais tarde ao volante de um carro de ralis.
Efetivamente, o GP do Canadá foi de sonho para a equipa de Hinwill, então controlada pela BMW (renomeada na época BMW Sauber), com uma ‘dobradinha’ protagonizada por Kubica e Nick Heidfeld, emocionante para todos os elementos da formação. A história da garrafa, graceja a própria Alfa Romeo (na prática, a Sauber), é uma de “política, paixões e invejas”.
“Na sequência daquele triunfo, uma disputa benigna, mas uma disputa, seja como for, tomou forma sobre a posse daquele despojo de vitória. A Sauber e a BMW queriam ambas guardar aquela recordação, o instrumento do champanhe mais doce que alguma vez provámos. Pedimos e suplicámos, mas então, naquela ocasião, foi o gigante alemão a vencer ‘A Batalha das Garrafas’: a original está orgulhosamente exposta no seu museu de Munique até hoje, a Fórmula 1 produziu uma réplica que foi para a Suíça. Naquele dia, escolhemos abdicar daquela memória preciosa em favor dos nossos parceiros. Foi o que fizemos, com estilo e magnanimidade. Para continuarmos a construir mais grandes memórias no futuro”, refere a equipa de Hinwill, olhando para aquele acontecimento na semana que antecipa mais uma edição do GP do Canadá, a disputar no circuito Gilles Villeneuve.
Porém, se a garrafa foi para a Alemanha, o troféu de vencedor ficou em Hinwill: “A partir daquele momento, chamámos-lhe ‘aquele de quem nem sequer lhe demos um cheiro”.