A corrida inicial foi emotiva da primeira à última volta, quando se deu o momento decisivo: um toque, tipo chega para lá, entre Edgar Florindo (Cupra TCR) e o estónio Robin Vaks (Honda Civic Type R), que liderava e acabou contra os ‘rails’. Florindo ficou com caminho livre para vencer, apesar dos protestos do seu adversário.
No final, ambos os pilotos foram chamados ao colégio de comissários desportivos; todavia, a classificação final manteve-se.
«Numa manobra estúpida, ele foi por dentro na curva e tocou-me à saída, atirando-me contra os rails. Nunca pensei perder a corrida daquela maneira», explicou Vaks.
Edgar Florindo tinha uma opinião bastante diferente:
«Rodei sempre atrás do Vaks e na última volta aproximei-me bastante e planeei ultrapassá-lo naquela curva. Se lhe dei um toque? Sim, houve um contacto entre nós, mas porque ele não deixou espaço. Concretizei um sonho, que era vencer em Vila Real, no circuito da minha terra», referiu o piloto do Cupra TCR.Na 2.ª corrida, Francisco Mora (Cupra TCR) venceu e reforçou a liderança do campeonato, depois de ter desistido na véspera, na sequência de um despiste. Desta vez, assumiu o comando no arranque e manteve-o até ao final, embora passasse por alguns momentos de stress, devido ao toque sofrido logo a seguir ao arranque.
“Devido ao ‘toque’ que levei, ainda na primeira volta, do Robin Vaks, o carro ficou com a traseira desalinhada, tornando-o muito instável. Aliás, ainda tive um pequeno percalço e quase batia. O resultado acabou por ser bom e corresponde ao objetivo que eu perseguia», referiu o vencedor, que ganhou por duas vezes em três participações em Vila Real.
Quando a tecnologia ajuda
Robin Vaks e Mattias Vahtel vieram da Estónia, mas quando chegaram à capital transmontana já timham ideia concreta do traçado onde nunca tinham rodado.
Os jovens estónios da ALM Honda Racing fizeram trabalho de casa: treinos no simulador e visionamento de vídeos onboard da edição 2018 do WTCR em Vila Real.
Foi no Estoril, em Abril último, que Vaks e Vahtel se estrearam nos novíssimos Honda Civic Type R construídos pela italiana J.A.S. Motorsport.
«Preparei as corridas de Vila Real no simulador com pessoas que nos dão um ‘feedback’ positivo do nosso progresso. Neste circuito não há muito tempo nos treinos livres e por isso o trabalho no simulador é perfeito», referiu Robin Vaks.
Com apenas 16 anos, Mattias Vathel cumpre a primeira época em corridas de carros de turismo, na sequência de uma carreira iniciada no karting,
«O meu objetivo como piloto é evoluir e chegar, a médio prazo, ao WTCR. Tenho consciência que será um desafio muito difícil, mas um jovem como eu tem que ser ambicioso e colocar a fasquia a um nível elevado», acrescentou.
Classificações
TCR Ibérico: 1º, Francisco Mora, 75 pontos; 2º, Robin Vacks, 66; 3º, Mattias Vahtel, 54; 4º, Edgar Florindo, 40; 5º, Gustavo Moura, 33; 6ºs, Joaquim Santos e Daniel Teixeira, 28; 8º, Gabriela Correia, 16; 9º, Pedro Marques, 14.
Equipas: 1º, Veloso Motorsport, 115 pontos; 2º, ALM Honda Racing, 105; 3º, Bompiso Racing Team, 46; 4º, Speedy Motorsport, 33; 5º, Vektra Motorsport, 20