O novo Hyundai Tucson é mesmo uma pedrada no charco em termos visuais. Apela a uma pose mais robusta e dinâmica, qualquer que seja o ângulo por onde se olhe. Mas tem muitos outros argumentos, posicionando-se como um dos modelos para a linha da frente dos SUV de dimensão média. Para o primeiro contacto, tivemos à disposição um Tucson híbrido com uma potência combinada de 230 CV.

Com uma carroçaria mais comprida (4,50 m), mais larga (1,87 m) e mais alta (1,65 m), o novo Tucson estreia nos SUV a sua linguagem de design ‘Parametric Design’, muito mais agressiva e diferenciadora, como se pode ver pela dianteira, com a grelha paramétrica a esconder a iluminação diurna e os indicadores de mudança de direção. Mas é mesmo visualmente que o novo Tucson se demarca, sobressaindo num panorama em que muitos dos SUV repetem fórmulas idênticas.

No interior, um grande passo em frente. Nota-se que há um maior rigor de construção, percetível, por exemplo, nas junções entre o tablier e as zonas superiores das portas, mas também em todos os painéis do habitáculo, que dispõe ainda de materiais macios ao toque em mais locais. A vertente tecnológica é sublinhada pelos dois ecrãs de 10.25” presentes no interior, um para a instrumentação, colocando em estilo ‘flutuante’ (uma fórmula algo estranha para o painel de instrumentos) e outro, tátil, para o sistema de infoentretenimento, ao centro. Fácil de manusear e com leitura otimizada, parece-nos ser uma ótima solução, até porque permite dividir as funcionalidades dispostas no ecrã. Já os comandos da climatização, que ficam – bem – fora das funcionalidades do ecrã tátil são também eles táteis em fundo preto brilhante, o que quer dizer que as dedadas vão ficar visíveis.

Os comandos físicos ficaram limitados ao essencial, havendo também a possibilidade de contar com botões para a seleção dos modos de caixa (D, N, P e R), embora seja solução que nem sempre se revela prática, sobretudo quando se quer fazer uma manobra com maior rapidez, porque a unidade de controlo ‘embirra’ que o carro tem de estar imóvel para se selecionar outro programa de condução. O painel de instrumentos digital pode ser personalizado e varia também consoante o modo de condução escolhido na consola central.

Os bancos cómodos e a boa posição de condução reforçam o bom ambiente a bordo, com destaque ainda para o espaço disponível, em especial nos bancos traseiros, com boa amplitude para as pernas e em altura. Os espaços de arrumação são em grande número, o que incrementa a funcionalidade para os ocupantes.

Boa condução

Ao volante da versão híbrida, o Tucson revela muito bons argumentos, sendo também mais um produto de clara evolução de competências. Com 230 CV de potência e 350 Nm de binário máximo, este SUV mostra uma postura dinâmica ambiciosa, ganhando velocidade com enorme facilidade e de forma progressiva – sem esticões e repelões, o Tucson ganha ritmo suavemente, mesmo quando ativado o modo Sport, que torna este modelo mais assertivo e desportivo.

No modo Eco, a máquina elétrica de 44.2 kW (60 CV) entra frequentemente em ação, sobretudo em ritmos constantes e em cidade, tornando a condução mais silenciosa e igualmente despachada, já que o binário elétrico assim o permite. A bateria de polímero de iões de lítio, com 1.49 kWh, permite andar sem ativar o motor de combustão por algum tempo, sendo mais generoso nesse aspeto do que alguns outros híbridos com bateria de menor capacidade, o que é natural. A desaceleração vai recarregando a bateria, permitindo por isso uma utilização constante da condução elétrica.

O consumo num pequeno trajeto de cerca de 50 quilómetros, com grande variedade de traçados, rondou os 5,8 l/100 km, o que nos pareceu muito bom, alternando entre os modos Eco e Sport.

Bastante positivo é o equilíbrio dinâmico, oferecendo boa comodidade em mau piso e estabilidade acima da média em curva, tirando partido de um chassis rígido em termos estruturais e de uma suspensão evoluída de braços múltiplos no eixo traseiro. A direção também ajuda a manter uma postura muito agradável na condução, tanto em ritmo de autoestrada, como em trajetos encadeados.

Em suma…

O Tucson é muito mais do que uma ‘cara’ apelativa. Tem muitos outros créditos, a começar pela qualidade geral de construção e dos materiais, a que se junta ainda uma muito positiva abordagem do modelo híbrido. Neste modelo, com 230 CV e 350 Nm, a vivacidade está garantida, permitindo igualmente baixos consumos sem grande esforço. Um enorme passo em frente e um dos SUV que se posiciona, desde logo, na linha da frente do seu segmento.

Com um preço de 38.650€, o Tucson revela-se como um modelo muito apelativo e será fácil convencer os potenciais clientes do progresso conseguido.

Ficha Técnica
Hyundai Tucson Hybrid

Motor térmico Gasolina, 1598 cc, 4 cilindros em linha, turbo, intercooler
Potência: 180 CV às 5500 rpm
Binário: 265 Nm às 1500-4500 rpm
Motor elétrico 60 CV/44.2 kW
Binário 264 Nm
Bateria Polímero de iões de lítio, 1.49 kWh
Potência combinada 230 CV
Binário combinado 350 Nm
Transmissão Dianteira, caixa automática de 6 vel.
Aceleração 0-100 km/h 8,0 s
Velocidade máxima 193 km/h
Consumo de combustível 5,6 l/100 km
Emissões (CO2) 127 g/km
Preço 38.650€

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.