O C-HR assume-se como um dos modelos mais relevantes para os últimos anos da Toyota, não só a nível europeu, como também em Portugal, mercado no qual a marca ganhou em três pontos com a chegada deste SUV: cresceu em volume de vendas, ganhou notoriedade e trouxe inovação estética e tecnológica para a marca. Os responsáveis da marca recordam como o C-HR conseguiu alterar o percurso da Toyota no Velho Continente, tornando-se num dos casos de sucesso para a companhia.
Agora, depois de já ter chegado a modelos como o Corolla de nova geração, o sistema híbrido 2.0 Dynamic Force chega ao C-HR, afirmando-se como uma alternativa de maior polivalência face ao 1.8 Hybrid de 122 CV, destacando-se desde logo pela sua maior potência – 184 CV, o que lhe permite registar prestações melhoradas face ao congénere híbrido de menor potência. Ao fazê-lo, beneficia bastante a agradabilidade da condução.
Sistema híbrido de quarta geração, recorre a um novo motor a gasolina de 2.0 litros de uma família completamente nova de motores Toyota. Com redução de perdas internas e uma eficiência térmica de 41%, ‘casa’ bem com a ideologia da marca de oferecer mais potência e melhoria de capacidades dinâmicas sem prejudicar os consumos e emissões.
Face ao 1.8 Hybrid, a potência é superior em 50%, enquanto o consumo aumenta apenas 10%. As emissões de CO2 estão cifradas em 118 g/km (WLTP) para um consumo combinado de combustível de 5,3 l/100km.
Tecnicamente, a configuração deste sistema híbrido não varia em relação ao que já conhecemos: o motor 2.0 de combustão interna – de novo desenvolvimento, com 152 CV e 190 Nm – apresenta uma configuração de ciclo Atkinson e injeção dupla (direta e indireta D-4S) e controlo variável de válvulas também com atuação elétrica para maior eficiência de combustão (eVVT-i), a que se juntam os dois motores/geradores (MG1 e MG2) maiores e mais potentes com uma potência de 80 kW e 202 Nm.
A bateria híbrida de Níquel-Hidreto Metálico (Ni-MH) apresenta uma maior densidade energética, sendo que, se a energia total de cada módulo foi mantida, o número de módulos foi aumentado para responder ao motor elétrico que é mais potente, ao mesmo tempo permitindo maior absorção de energia durante a travagem regenerativa.
Como se comporta?
Uma melhoria evidente em todos os aspetos em relação ao 1.8 Hybrid. O primeiro dos aspetos a registar é que o novo sistema híbrido é muito mais eficaz nas prestações, permitindo a adoção de ritmos mais fortes sem esforço, sobretudo quando se circula em autoestrada ou vias rápidas, permitindo-se a manter uma velocidade de cruzeiro sem grandes flutuações em subidas.
A marca adianta que se tentou configurar o sistema para oferecer uma relação mais direta entre a pressão no acelerador e a rotação do motor térmico quando este está a ser utilizado, por exemplo, em autoestrada, o que se pode considerar que foi alcançado na grande maioria dos casos, evitando-se em boa medida a existência de momentos em que o motor 2.0 parece em esforço.
Quanto aos consumos, tivemos oportunidade de experimentar o novo C-HR por dois tipos de percurso, um maioritariamente de estradas nacionais (no qual a GNR também quis ‘fotografar’ os C-HR) e outro de autoestrada. No primeiro, com uma condução normal e sem exageros de maior, obtivemos uma média de 4,9 l/100 km, sendo que no final do percurso, após cumprir cerca de 50 quilómetros pela A8, o consumo médio subiu para os 5,7 l/100 km! O que é muito positivo atendendo a que os percursos mais rápidos são pouco favoráveis à eficiência. o C-HR 2.0 Hybrid Dynamic Force fica assim muito perto do consumo médio anunciado de 5,3 l/100 km em WLTP, mas admitidamente, um pouco mais de suavidade no acelerador poderá tornar esse valor até excessivo!
De resto, dinamicamente, o mesmo conceito de estabilidade e de segurança a curvar que já caracterizava o C-HR, mantendo-se por isso um carácter eficaz e capaz de agradar a quem procura uma proposta mais dinâmica, até porque esta versão mais potente conta com afinação distinta da suspensão, embora não na sua geometria, bem como direção assistida também reformulada (para ser mais natural), sendo este último ponto aplicável também ao 1.8 Hybrid.
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