A nova geração do Porsche Panamera inova em muitos elementos, mas é na tecnologia de chassis que se destaca, ao apresentar o Porsche Active Ride para acerto dinâmico em tempo real de cada uma das quatro rodas. Em Leipzig, na Alemanha, pudemos efetuar um primeiro contacto com esta novo modelo e, também, ficar a conhecer o desempenho impressionante do sistema de controlo de chassis.

Ainda envoltos em grandes medidas de secretismo, os protótipos de desenvolvimento do novo Panamera estiveram à nossa disposição para um primeiro contacto dinâmico no centro de testes da Porsche em Leipzig, local de produção deste e do Macan e de onde saem 180 unidades por dia.

O grande foco era testar a versatilidade da suspensão Porsche Active Ride, que é uma das grandes novidades da nova geração (G3) do Panamera e que evolui substancialmente face à suspensão pneumática adaptativa (PASM) também presente de forma evoluída no novo Panamera. Mas, o conceito sofre uma melhoria.

Com efeito, esta tecnologia de ponta recorre a uma suspensão pneumática de câmara única, amortecedor de dupla válvula e, como grande novidade, uma pequena bomba hidráulica elétrica diretamente associada ao amortecedor e que permite à suspensão compensar de forma ampla e evidente os diversos movimentos da carroçaria em diferentes momentos.

O novo Panamera pode alterar, dessa forma, o amortecimento e a altura ao solo de forma independente em cada uma das rodas, atuando sempre em prol do modo de condução selecionado, ora para maior dinamismo, ora para maior conforto.

Rapidez incontestada

Com o tablier e portas completamente tapadas por um pano preto para evitar olhares indiscretos, sentámo-nos ao volante de unidades do Panamera E-Hybrid de 680 CV de potência máxima, cujas prestações são imensamente rápidas, sobretudo quando selecionado o modo ‘Sport Plus’. O modelo acelera de forma impressionante, colocando toda a potência no asfalto com intensidade emocionante, sem perdas de motricidade e com um forte impulso do motor elétrico de 140 kW/190 CV, que é aqui um fator importante e que até assume as rédeas de forma preferencial quando o modo ‘Hybrid’ é escolhido a partir do seletor no volante.

Mas, a ideia deste primeiro contacto que se estendeu por cerca de 20 quilómetros foi mesmo a de avaliar a suspensão. E não é menos impressionante.

A suspensão adapta-se constantemente aos movimentos de carroçaria, diferenciando-se também a sua atuação consoante o modo de condução escolhido. Ou seja, no modo Comfort ou Hybrid, há uma compensação mais focada no conforto de movimentos, providenciando uma maior estabilidade em curva, por exemplo, ao mesmo tempo que as irregularidades e desníveis do asfalto são absorvidos com notável sobriedade. Aliás, o Panamera ‘flutua’ pelo mau piso.

Nos modos mais desportivos de condução (‘Sport’ e ‘Sport Plus’), a suspensão opera de maneira a tornar a passagem em curva mais eficaz, com um trabalho notável no desempenho para que exista estabilidade a velocidades muito altas. Verdadeiramente impressionante e tudo feito de maneira natural.

Ou quase. Há momentos em que o funcionamento da suspensão é verdadeiramente sentido, por exemplo, ao acelerar ou travar fortemente. Em ambos os casos, o amortecimento altera-se para que a distância ao solo seja sempre a mesma, compensando dessa forma os movimentos longitudinais para a frente (em travagem acentuada) ou para trás (ao ganhar velocidade). Embora a suspensão ludibrie as forças da gravidade, o condutor não consegue e, talvez por falta de hábito, sente-se a afundar no banco, sobretudo em travagem…

A direção tem elevada precisão e o comportamento deste novo Panamera é o que se pode esperar de um Porsche: eficaz, acutilante e muito convincente. Mais relevante, sem que o novo sistema Porsche Active Ride lhe retire naturalidade ou o foco na condução, mas claramente auxiliando em todos os momentos. A única exceção à impressão positiva residiu na intromissão algo excessiva do assistente de manutenção na faixa de rodagem, que poderá beneficiar de algum acerto até ao lançamento, já que, no protótipo conduzido, retirava alguma margem ao condutor, o que não é bem o que se espera num desportivo, mesmo que mais focado num segmento superior de luxo e refinamento.

A abordagem altamente modular da suspensão compreende vários benefícios em termos dinâmicos e funcionais, servindo como um excelente argumento para sublinhar o refinamento tecnológico de um modelo de ponta como o Panamera. Efetivamente, o desenvolvimento tecnológico do chassis atinge aqui novos níveis de desempenho e de interação, com a Porsche a demonstrar um preciosismo ímpar neste departamento.

O novo Porsche Panamera já está disponível para encomenda, com preços a partir dos 134.341 euros na versão base, enquanto o Panamera 4 tem um preço inicial de 141.118 euros. Já o Panamera Turbo E-Hybrid começa nos 206.824 euros. As entregas na Europa têm início previsto em março de 2024.

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