À partida, o Swift tem logo o benefício de uma plataforma mais ligeira e rígida do que na geração anterior (denominar HearTect), o que lhe permite ser assim mais ágil e eficiente, mas os engenheiros da marca japonesa deram um passo mais além e decidiram tornar este utilitário num modelo híbrido ‘suave’ capaz de surpreender em dois aspetos: na economia proporcionada e nas prestações. São menos de 900 kg na balança, o que é um trunfo importante.
Comecemos por explicar o que é esta solução de hibridação ‘suave’. Até aqui, muitos já terão conhecimento do que são os híbridos, ou seja, modelos que juntam um motor elétrico ao tradicional de combustão interna para assim poder reduzir um pouco mais os consumos e as emissões e, ao mesmo tempo, melhorar as prestações. No entanto, esses sistemas são geralmente um pouco mais dispendiosos em termos de produção e, subsequentemente, no preço de venda ao público, além de acrescentarem mais peso. Ora, no segmento dos utilitários, o preço é um argumento forte e nenhuma das marcas está nele para… perder dinheiro.
Por isso, a solução mais simples é aquela que a Suzuki aplicou no seu Swift: o usual motor de combustão, neste caso um gasolina de 1.0 litro sobrealimentado de três cilindros (BoosterJet), que surge associado a um pequeno motor/gerador elétrico de apenas 3 CV e a uma bateria de iões de lítio que se carrega unicamente nas fases de travagem ou com a inércia. A marca dá-lhe o nome de Smart Hybrid Vehicle by Suzuki – o tal SHVS. Bem insonorizado e com bons níveis de refinamento geral, o motor de combustão é auxiliado pelo tal motor/gerador elétrico nas fases de aceleração quando se exige mais ao conjunto, pelo que os seus 111 CV estão perfeitamente à altura de todas as exigências.
Chega mesmo a surpreender pelo fôlego que oferece a partir de rotações muito baixas, uma ‘cortesia’ da assistência elétrica que faz com que os 170 Nm de binário (máximo disponível às 2000 rpm) se mostrem sempre prontos para entrar em ação, evitando assim o recurso frequente à bem escalonada caixa manual de cinco velocidades, com relações curtas.
Assim, subidas ou recuperações exigem pouco mais do que o pedal do acelerador a fundo e, quanto muito, uma redução ocasional para manter o ritmo ‘vivo’. Mas, não precisará de fazer este exercício muitas vezes, dada a disponibilidade deste conjunto mecânico.
Por outro lado, resta dissipar apenas mais uma dúvida: o Swift SHVS não é um híbrido ‘puro’, pelo que não anda de forma 100% elétrica, mesmo que a bateria de iões de lítio e o motor/gerador permitam um maior aproveitamento do sistema start/stop, que é muito eficaz a entrar em funcionamento, desligando o motor sem precisar de estar completamente parado. Útil no para-arranca.
E os consumos? O conjunto motriz deste Suzuki joga aqui uma forte cartada, já que no nosso ensaio alcançámos uma média de 4,9 l/100 km, não muito longe dos 4,3 l/100 km anunciados pela companhia nipónica.
Ágil como convém
Menos interessante é a parte dos materiais do habitáculo. Muito plástico duro em praticamente todos os locais, mas também é algo que a grande maioria dos seus rivais utilizam (o Nissan Micra, por exemplo, tem interior mais cuidado, assim como o Ford Fiesta, apenas para mencionar dois), pelo que não se pode dizer que o Swift esteja fora de tom nesse aspeto. Fora de qualquer crítica está o nível da construção, uma vez que tudo está solidamente integrado no habitáculo. Muito espaço também a bordo para arrumar pequenos objetos.
Na instrumentação, um bom detalhe é o ecrã central do computador de bordo TFT que mostra diversas informações ao condutor, como a pressão do turbo, as forças G, o tempo do start-stop e o nível de combustível poupado com a paragem do motor. Além disso, mostra também o funcionamento do sistema motriz.
Nota alta na segurança
Em termos de segurança, a versão ensaiada faz uma boa apologia do ‘value for the money’, com iluminação LED, cruise control adaptativo e um conjunto de tecnologias de segurança Dual Sensor Brake Suport: com uma câmara monocular, o sistema permite a travagem de emergência autónoma e alerta de saída de faixa de rodagem com intervenção na direção. O funcionamento do sistema de alerta de colisão é, por vezes, extra-zeloso, alertando para obstáculos que são controlados. Mas, como o sistema não ‘sabe’, mais vale prevenir, o que até nem é mau. Do leque de equipamento de série de todos os Swift fazem ainda parte a câmara traseira e os bancos aquecidos.
O último argumento do Swift estará no preço: com um custo de 17.949€ (com campanha comercial), este Suzuki seria já uma proposta muito recomendável, mas há ainda a possibilidade de ‘descascar’ mais 1000€ ao valor caso opte pelo financiamento da marca, o que faz com que seja um conjunto muito aliciante.
Nota final
Uma pequena caixinha de surpresas este novo Swift. Ligeiro e ágil na sua ‘pedalada’, é a competência da mecânica 1.0 BoosterJet com assistência híbrida que faz com que o Swift seja divertido em todas as suas facetas, sem que, com isso, nos obrigue a ser visita assídua de uma gasolineira. Com ótimo nível de equipamento e habitabilidade ao nível dos melhores no segmento, o Swift tem tudo o que se pode recomendar – até porque os pecadilhos que se lhe podem apontar também são encontrados noutros concorrentes.
Suzuki Swift 1.0T GLX SHVS
Motor: Gasolina, três cilindros em linha, turbo, injeção direta
Cilindrada: 998 cm3
Potência: 111 CV às 5500 rpm
Binário: 170 Nm às 2000 rpm
Velocidade Máxima: 195 Km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Transmissão: Tração dianteira; caixa manual de 5 velocidades
Peso: 975 kg
Consumo Combinado: 4.3 l/100km
Emissões de CO2: 97 g/km
Preço versão ensaiada: 17.949€
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