A aparência do renovado Astra não indica grandes transformações, mas o mesmo não poderia estar mais longe da verdade. Se as linhas são familiares e oferecem um ideal de continuidade, toda a gama Astra foi renovada e melhorada com o intuito de baixar os níveis de emissões poluentes e os consumos, contando para isso com um coeficiente aerodinâmico de apenas 0,26 cd.
Todo o chassis foi renovado, não só para melhorar a eficiência, mas também a condução, tirando partido de muitos componentes mais leves, a que se juntam ainda novas suspensões (os amortecedores são novos) e o já conhecido eixo traseiro com paralelogramo de Watt. A direção conta com um novo programa de assistência variável para sensação de condução mais direta.
Em suma, todos estes atributos têm o mérito de baixar consumos e emissões (menos 21% nas emissões, garante a Opel), mas também de proporcionar uma condução extremamente ágil e segura. Com efeito, o Astra, que já era um modelo de aptidões dinâmicas elogiáveis, ganha um novo fôlego na sua missão, sentindo-se leve na condução e, mais importante, estável em curva, até porque a direção bem configurada dá a confiança necessária para ser-se mais aguerrido. Em troca, não perde conforto, o que é uma verdadeira benesse: na variante carrinha (Sports Tourer), continua a oferecer ótimos níveis de conforto, mesmo em piso muito deteriorado.
Boa surpresa
Os mais distraídos tenderão a pensar que as novas motorizações implantadas no renovado Astra são as mesmas que modelos como o Grandland X já incorporam, ou seja, unidades criadas pelo Grupo PSA, da qual a Opel faz parte desde 2017, mais concretamente as 1.2 a gasolina e a 1.5 turbodiesel. No entanto, as novas motorizações usados no Astra são ainda unidades desenvolvidas sob égide da General Motors (GM), anterior proprietária da Opel, adaptadas à arquitetura do modelo familiar. Não deixa de haver, por isso, uma certa nostalgia de um passado não muito longínquo.Em análise, a motorização 1.5 Diesel de 122 CV de potência, com turbo de geometria variável e injeção direta, destacando-se por sistema de ‘limpeza’ dos gases de escape por Redução Catalítica Selectiva (SCR) com recurso ao aditivo Adblue e ainda um filtro de partículas (DPF) para manter as emissões de CO2 e de NOx em patamares baixos.
Havendo escolha entre caixas manual de seis velocidades ou automática de nove, foi com esta última que ensaiámos a carrinha da Opel, sendo particularmente agradável de conduzir, com binário disponível desde rotações muito baixas e, depois, distribuído ao longo do conta-rotações até cerca das 4000 rpm, o que contribui para uma bem-vinda desenvoltura de utilização que acentua valores de prestações muito interessantes.
A caixa automática é extremamente suave na sua atuação, ajudando na possibilidade de se adotar uma condução mais dinâmica ou mais tranquila. Com efeito, ajudando à ideia de agilidade do Astra, este motor permite-lhe rodar com folgada desenvoltura, sendo este casamento uma boa surpresa.
Único ponto verdadeiramente a melhorar prende-se com o refinamento de funcionamento do motor. Se as prestações são boas e em ritmo de cruzeiro não há nada que se lhe possa apontar, a frio e ao ‘ralenti’ exibe algumas vibrações e ruído que deverá ser melhorado.
Familiar competente
A bordo, o Astra presenteia-nos com um novo painel de instrumentos, com ecrã digital para oferecer uma boa parte das informações de condução e simples de entender e de visualizar, ao passo que o sistema de infoentretenimento, também uma novidade, passa a ter uma atuação rápida e simplificada, com claros benefícios para a interface com o condutor. Na versão de ponta, a Multimédia Navi Pro, tem-se recurso a ecrã de 8.0 polegadas e conectividade com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay.
Quanto a equipamento, destaca-se o sistema de faróis LED IntelliLux, que amplia a funcionalidade da iluminação, com uma tecnologia ainda pouco comum no segmento, dispondo de controlo automático dos máximos, por exemplo. Ao nível da segurança, há atualização do sistema de câmaras e software, com a câmara dianteira a conseguir detetar agora peões, emitindo um alerta caso o condutor esteja distraído.
Na versão carrinha, a Sports Tourer, os preços começam vão dos 25.650 euros até aos 37.310 euros, aqui com a versão Ultimate, com o 1.5 Turbo Diesel e a caixa automática de nove velocidades, um preço que, sendo elevado, é compensado pelo muito equipamento oferecido, tanto de conforto, como de segurança.
VEREDICTO
A carrinha Opel Astra saiu aprimorada com o seu facelift de meio de ciclo e, se visualmente, a aparência não se diferencia em muito do modelo lançado em 2016, as melhorias técnicas introduzidas traduzem-se num modelo mais eficiente, tirando partido de novas motorizações e de afinações aerodinâmicas que permitem baixar as emissões poluentes e os consumos sem afetar minimamente as prestações ou a agilidade de condução, motivo pelo qual foi aliás alvo de elogios aquando da sua chegada ao mercado.
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