É um ano em cheio para a Kia. Além do Picanto, cujo ensaio pode ler aqui, a marca conta agora com o Rio, na sua quarta geração, e ainda este ano com um atrevido Stinger, o modelo que ninguém esperava que a Kia lançasse, mas que Peter Schreyer, responsável de design da Hyundai e Kia, em boa hora decidiu que deveria ir para produção. Mas, regresse-se ao Rio e ao seu foco utilitário.
Na sua quarta geração, o Rio assume-se como um dos modelos que mais evoluiu de uma fase para outra, acabando até por ser surpreendente na compostura global que exibe, graças a uma combinação de qualidade, funcionalidade e dinâmica de condução que está entre as melhores do segmento.
A este respeito, um dos primeiros atributos que se lhe pode destacar é mesmo a sua prestação dinâmica muito eficaz, com um chassis muito bem concebido e uma suspensão que neutraliza bem o mau piso sem que, com isso, ‘estrague’ a capacidade de oferecer alguma diversão ao volante. Isto porque o Rio consegue curvar de forma segura e rápida, mesmo que o seu objetivo principal seja o de oferecer conforto aos seus ocupantes. E cumpre bem. A assistência correta da direção e a posição de condução refletem ainda um trabalho mais elaborado ao nível da condução. Um verdadeiro passo em frente por parte da Kia e uma prova de que os esforços da marca estão a pagar os seus dividendos.
Motor cumpridor
O motor 1.2 CVVT a gasolina assume-se mais como uma proposta para viagens tranquilas do que para aqueles que almejam a toadas mais rápidas, mas não deixa de formar uma proposta muito competente sobretudo em terreno citadino com os seus 84 CV de potência. É expedito a acelerar e também cumpre bem nas recuperações de velocidade, exibindo elasticidade q.b. para a maior parte das situações, desde que a estrada não tenha grandes inclinações ou não se pretenda recuperar velocidade de forma imediata.Contudo, permite já ritmos agradáveis e beneficia ainda de uma caixa de velocidades que mostra precisão e acerto no escalonamento. O consumo médio de 5,5 l/100 km advoga ainda boa economia, algo que pode ser essencial para os compradores que olham muito para a autonomia.
Espaços aumentados
Face ao Rio da geração precedente, este novo modelo está mais comprido (em 15 mm) e mais largo (em 5 mm), mas mais baixo (5 mm), o que se lhe permite ganhar um pouco mais na dinâmica, oferece-lhe também outros argumentos na habitabilidade. Com uma distância entre eixos de 2,58 metros, o novo Rio merece elogios pelo desafogo do interior, com os ocupantes dos bancos traseiros a contarem com muito espaço para as pernas e altura suficiente até para quem é mais alto. Além disso, a bagageira, com os seus 325 litros (mais 37 do que o antigo) destaca-se neste segmento como uma das mais úteis.
O interior foi também muito melhorado, mesmo que simples na sua funcionalidade, não havendo grandes luxos (predomina o plástico), mas primando pelo rigor de construção, que está num patamar muito elevado. Os principais comandos são de fácil acesso e estão bem posicionados, havendo ainda que mencionar o caso do ecrã tátil de 7″ que surge na consola central (de série no nível mais avançado), centro nevrálgico do sistema de infoentretenimento e de funções acessórias multimédia. Enfim, simples, mas competente. A terminar, sublinhe-se o sempre tranquilizante facto de contar com garantia de sete anos.
Veredicto
Sem grandes exageros, o Kia Rio é uma evolução enorme face ao seu antecessor, tendo todos os argumentos para se tornar num dos protagonistas do segmento. Ágil, dinamicamente elogiável e com muito espaço a bordo, o Rio tira ainda partido de um motor que é cumpridor nas suas tarefas, mesmo que não seja um portento de força: esse papel está reservado para os 1.0 T-GDI de 100 CV e de 120 CV. Seja como for, o Kia Rio tem tudo para se assumir como um dos novos protagonistas do seu segmento, em especial quando se considera o campo da relação preço/equipamento.
Características | |
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Motor | 4 cil. em linha, injeção multiponto |
Cilindrada | 1.248 cc |
Potência | 84 CV/6.000 rpm |
Binário | 122 Nm/4.000 rpm |
Transmissão | Caixa manual de 5 velocidades, tração dianteira |
Vel. máxima | 170 km/h |
0-100 KM/H | 12,9 seg |
Consumo | 4,8 l/100 km |
Emissões CO2 | 109 g/km |
Comp/larg/alt. (mm) | 4.065/1.725/1.450 |
Distância entre eixos (mm) | 2.580 |
Peso | 1.167 kg |
Mala | 325-980 litros |
Depósito | 45 litros |
Suspensão dianteira/traseira | Independente McPherson/eixo de torção |
Pneus série/ensaiado | 185/65 R15 |
Travões dianteiros/traseiros | Discos ventilados/discos |
Preço (ensaiado) | A partir de 16.500€ (EX: 18.700€. Com campanha fica em 16.200€) |
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