Nesse aspeto, o novo A 160 acerta em cheio. Um modelo com a motorização de 1.3 que foi desenvolvida em parceria com a Aliança Renault-Nissan e que entretanto se tornou fundamental em diversos modelos de diferentes marcas, incluindo a Mercedes-Benz, com a variante A 200 de 163 CV de potência. Aqui, porém, versão mais modesta na potência, mas que sabe ‘defender-se’ com bons argumentos, nomeadamente pela notória eficácia e parco ruído de funcionamento. Essa sua qualidade faz com que seja particularmente discreto na sua utilização, mesmo quando as rotações se elevam.
Aliás, o bloco de quatro cilindros tem uma particularidade interessante no sentido em que aplica uma das tecnologias desenvolvidas no motor do imponente Nissan GT-R, ou seja, o revestimento interno dos cilindros para redução da fricção e melhoria na transferência do calor.
Sem que seja um velocista, este motor a gasolina é desenvolto para uma condução sem sobressaltos, primando mais por uma experiência fluida e equilibrada do que por respostas frenéticas. Associado a uma caixa manual de seis velocidades, este A 160 destaca-se, sobretudo, pelas suas reações em baixos regimes, estando o binário de 180 Nm disponível num valor tão baixo quanto as 1375 rpm, o que lhe permite, por isso, registar boa elasticidade para performances que estão até um pouco acima do que seria de esperar, com aceleração dos zero aos 100 km/h em 10,9 segundos e uma sensação de condução bem conseguida.
O sistema start-stop extremamente eficaz ajuda bastante na contenção dos consumos, sobretudo ao desligar o motor a velocidades abaixo dos 20 km/h sempre que o veículo fica em ponto morto, o que é especialmente útil em para-arranca. O sistema de modos de condução Dynamic Select permite variar entre parâmetros distintos da resposta do acelerador, peso da direção e climatização, mas não se notam diferenças gigantescas nas respostas, embora em modo ECO haja, então, maior benevolência com os consumos, em contraponto com o Sport, que torna a direção um pouco mais ‘pesada’ e a resposta do acelerador ligeiramente mais ‘urgente’.
Outro atributo que ajuda na apreciação a este modelo é a sua pose sólida na condução, com um compromisso acertado entre dinamismo e conforto, mercê de acerto de chassis bem conseguido e de pneus de 16 polegadas, mais ‘amigos’ no caso de passagem por pisos empedrados ou muito esburacados. Neste compromisso, o A 160 denota agilidade, entrando de forma direta em curva e controlando bem o rolamento da carroçaria, apesar de no eixo traseiro estar uma configuração mais simples de barra de torção.
Introdução geral
Nesta versão, não há mesmo como enganar. O Classe A tem uma abordagem mais simples do universo da conectividade, com o MBUX a fazer uso de uma configuração de ecrãs duplos de apenas 7 polegadas, ao contrário dos de 10″ que equipam as variantes mais equipadas.
A habitabilidade também merece boa nota, com possibilidade de albergar quatro ocupantes com conforto e espaço. Atrás, o túnel central atrapalha um pouco mais a conveniência de levar um terceiro passageiro. Mas, numa abordagem sucinta, mesmo os adultos terão comodidade na hora de viajar atrás – desde que não sejam dois. Também notórios foram os ganhos na bagageira, que disponibiliza agora um valor entre os 370 e os 1210 litros.
Algo que não mudou substancialmente face ao Classe A anterior é a sensação de alguma claustrofobia a bordo, uma vez que a linha de cintura é elevada e a superfície vidrada, mesmo que melhorada, não corresponde a um ambiente luminoso no interior. Mas esta acaba por cair no ‘caixote’ das apreciações subjetivas…
E o preço?
VEREDICTO
Parece que a Mercedes-Benz acertou no seu plano ‘Simplex’ para acesso à marca. O Classe A não perdeu nenhum dos elementos de charme que o destacou no momento de lançamento, sobretudo no que diz respeito à composição de tecnologia, ao mesmo tempo que aproveita a tendência crescente das vendas a gasolina em comparação com a queda dos motores a gasóleo, até mesmo em Portugal.
Dito isso, o nosso mercado deverá observar no Classe A uma porta de acesso impar para acesso à marca alemã, adequando-se em estilo e funcionalidade ao que um condutor de classe média poderá desejar.
Conforto, motor eficiente e poupado, que não é prodigioso nas prestações, mas muito equilibrado na forma como se coloca ao dispor do condutor e, não menos importante, a qualidade tradicional da Mercedes-Benz, que ainda é muito atrativa. Entre os compactos de segmento C, o Premium ganha espaço e este Classe A em variante 160 tem tudo para encher as medidas de quem quer chegar à conhecida marca de Estugarda.
Mercedes-Benz A 160
Motor: Gasolina, quatro cilindros em linha, Turbo, injeção direta
Cilindrada: 1332 cc
Potência: 109 CV às 5500 rpm
Binário: 180 Nm às 1375 – 3500 rpm
Transmissão: Tração dianteira; caixa manual de 6 velocidades
Peso: 1350 kg
Comp/Larg/Alt (mm): 4419/1440/1796
Distância entre eixos (mm): 2729
Bagageira: 370-1210 litros
Velocidade Máxima: 200 Km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,9 segundos
Consumo Combinado: 5,8-5,5 l/100 km (medido: 6,2)
Emissões de CO2: 127-132 g/km
Pneus: 206/60 R16
Preço desde: 27.599€
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