O Nissan Qashqai aproxima-se da sua fase final de comercialização, enquanto se espera pela chegada da nova geração, mas aquele que continua a ser um dos SUV mais vendidos da Europa não desarma em argumentos. Agora, com a motorização turbodiesel de entrada em aliança à eficaz caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades, que transforma a condução em prática fácil.

Alvo de um facelift recentemente e agraciado com a chegada de novos motores a gasolina, o Qashqai permanece como um dos SUV mais importantes no seu segmento, embora seja uma mecânica já conhecida que esteja aqui a ensaio. Trata-se do motor turbodiesel de 115 CV aliado a uma caixa automática de dupla embraiagem (DCT) de sete relações, trazendo assim maior comodidade de condução.

Sendo o motor já uma boa base pela sua elasticidade e disponibilidade desde baixos regimes, o 1.5 dCi tira partido da configuração da caixa, que consegue ser bastante eficaz no aproveitamento dos 260 Nm de binário, movendo o Qashqai com energia e competência. As primeiras relações têm escalonamento mais curto para melhores reações no arranque e momentos subsequentes, por oposição às duas últimas, mais longas, que estão adaptadas para conter os consumos.

Apesar das boas prestações gerais, também se percebe que o motor é explorado de forma muito prática e quase até ao seu limite: pouco fica por extrair deste bloco e, mesmo que disfarce bem a sua potência modesta, em velocidades de autoestrada, quando o percurso se inclina ou com mais carga a bordo, nota-se algum esforço, mesmo que pouco mais se lhe pudesse ser exigido. Algo que também fica evidente quando se olha para contabilização do tempo dos zero aos 100 km/h – 13 segundos.

Reação menos agradável é a muito ocasional insistência em ‘arrastar’ a mesma mudança por mais tempo do que o desejado. Gostávamos, ainda, de ter patilhas atrás do volante para controlo sequencial da caixa.

Daquilo que não resta dúvidas é de que a caixa automática atribui-lhe um carácter de condução mais simples, sobretudo em cidade, com outra paz de espírito associada, ao mesmo tempo promovendo uma interessante eficácia. O consumo médio cifra-se nos 5,6 l/100 km, o que está de acordo com o valor obtido no ciclo WLTP, que é de 5,3 l/100 km.

De resto, o Qashqai continua a ser um modelo muito equilibrado e sólido na sua condução, com dinâmica segura em que o conforto dita leis, mesmo quando equipa jantes de 18 polegadas, que lhe dão um pouco mais de credenciais dinâmicas sem retirar conforto. A direção continua a ser um pouco artificial.

O interior é bem construído, com materiais de boa qualidade, sobretudo na parte superior do tablier, com muitos revestimentos macios, combinados na parte inferior com os esperados plásticos mais rijos. Atrás espaço adequado para dois ocupantes, três com algum aperto, sendo de destacar que o piso relativamente plano ajuda neste aspeto.

Nota para o muito equipamento de série do Qashqai, que traz seis airbags, ecrã tátil de 7.0″ com conexão aos sistemas operativos Apple CarPlay e Android Auto, além de faróis com tecnologia LED, travão de parque elétrico e cruise control. A variante N-Connecta oferece mais alguns equipamentos opcionais por um valor de 31.050€, embora a gama comece com o Business Edition, nos 29.350€.

VEREDICTO

O bem-sucedido Qashqai continua a resistir no seu segmento, valendo-se agora de mais uma tecnologia de conveniência, neste caso, da caixa automática de sete velocidades associada ao motor 1.5 dCi de 115 CV. Oferece-lhe boa desenvoltura de condução e simplicidade de operações, sendo por isso uma opção a ter em conta para quem pretende eficácia e compostura sem a obrigatoriedade de usar o pé esquerdo para o pedal da embraiagem com um custo adicional de 1500€ face às respetivas versões de caixa manual.

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