Há automóveis de muitas formas e feitios, mas o estilo que nos últimos tempos tem tido maior sucesso sem dúvida que é o SUV. A procura é tanta que até os fabricantes de superdesportivos, que em princípio não os imaginaríamos a produzi-los, tiveram de os incluir no seu catálogo, e já são inclusivamente os modelos que mais vendem.

 

Apesar de ser dos mais desejados pela maioria dos compradores, a oferta no segmento SUV na variante coupé era até agora dominada pelas marcas premium, com a respetiva etiqueta de preço a condizer. A Renault já tinha ensaiado o segmento com o Koleos e o Kadjar, mas nenhum deles “rouba” suspiros a quem os vê passar.

Com 1571 mm de altura, 4568 mm de comprimento e 2720 mm entre eixos, estamos perante um SUV-C cujo design tem alguma inspiração na concorrência, mas executado ao gosto do público com uma frente que já nos é familiar do Captur, um logo sobredimensionado e a assinatura luminosa em LED a formar um C. A linha de cintura elevada e a curva fluida do tejadilho conferem o estilo coupé e são as responsáveis pelo design sedutor. Na traseira a linguagem estética mantém-se com a faixa luminosa ao longo do portão a unir os farolins traseiros que formam também um C.

A versão micro-híbrida 12 V conta com um alternador/motor de arranque ligado a uma bateria de iões de lítio colocada sob o assento do passageiro, e um motor a gasolina com 1.3 litros com 140 CV associado uma caixa automática de dupla embraiagem EDC de 7 velocidades. Não são de esperar emoções fortes ao demorar 10 segundos a atingir os 100 km/h, mas em contrapartida consegue ser moderadamente económico com consumos na ordem dos 5,8 litros em ciclo combinado. No interior encontramos elementos comuns à atual família Renault, nomeadamente o ecrã de infoentretenimento com orientação ao alto e o painel de instrumentos totalmente digital. O toque de exclusividade é dado pelo equipamento RS Line que inclui superfícies que imitam o carbono, bancos em pele sintética com costuras a vermelho, cor que aliás predomina um pouco no resto do interior também nas luzes de ambiente coloridas.

O espaço é suficiente para acolher quatro adultos com muitos locais para arrumar objetos, e a boa notícia é que nos bancos traseiros o espaço em altura não é prejudicado pelo declive do tejadilho que só se torna acentuado já depois dos encostos de cabeça. A bagageira nesta versão é a que mais espaço tem: 513 litros, face aos 480 litros da versão híbrida por causa do espaço ocupado pela bateria.

Ao volante a estética RS Line não coincide com o desempenho, remetendo-nos para uma condução relaxada em detrimento de qualquer ambição desportiva, ainda que o ícone do sistema de navegação assuma a forma de um Fórmula 1. A afinação da suspensão para o firme não impede que o conforto esteja num nível excelente e o Arkana tenha um comportamento muito preciso em curva.

Tendo o design e o preço como fortes argumentos, o Renault Arkana não defrauda quem procura um SUV coupé com uma estética que cause impacto. Com uma significativa distância ao solo (20 cm), está tão à vontade no “estacionamento criativo” na cidade, como naquele lugar onde mais ninguém consegue estacionar nas idas à praia na época balnear.

Renault Arkana mild-hybrid 1.3 TCe 140
Motor: 1332 cc, gasolina 4 cilindros, injeção multiponto
Potência: 140 Cv/ 5600 rpm
Binário: 260 Nm/ 3200 rpm
Transmissão: caixa automática de dupla embraiagem EDC de 7 velocidades
Aceleração 0-100 km/h: 9,8 s
Velocidade máxima: 205 km/h
Consumo: misto – 5,8 l/100 km (WLTP)
Dimensões: (c/l/a) 4658/1821/1576 mm
Peso: 1433 kg
Bagageira: 513 litros
Preço: a partir de 31 605 euros

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