Seat Leon: uma geração diferente num admirável mundo novo

25/05/2020

A quarta geração quer marcar a diferença. O primeiro modelo integralmente conectado da marca e propõe várias opções de propulsão. Fomos conhecer a versão 1.5 eTSI de cinco portas, numa ação adequada ao admirável mundo novo.

Pé ante pé, roda ante roda, o mundo volta a girar e a regressar às suas rotinas. Talvez esta normalidade não seja mais do que uma mera “questão de estatística”, como escreveu, em 1931, Aldous Huxley, na sua obra maior, “Admirável Mundo Novo”. Porventura, esta nova realidade não será assim tão “admirável”, como já sugeria o visionário escritor inglês, mas é seguramente mais flexível e adaptável.

A Seat demonstrou isso mesmo ao apresentar o seu novo Leon de uma forma, no mínimo, inovadora. Foi a primeira apresentação oficial do pós-confinamento, em Portugal. Mais em casa não seria possível, uma vez que a organização tratou de entregar o Leon à porta da residência dos jornalistas – para, no final do dia, os recolher no mesmo local. Uma ação diferente e que prova a “capacidade de inovar e de criar novas soluções, com o mesmo rigor, para cumprir os objetivos de divulgação deste fantástico automóvel”, como explicou Teresa Lameiras, diretora de Marketing & Comunicação da Seat Portugal.

Mudar expressão

Conforme combinado, às 16h em ponto, já um elemento do staff da Seat Portugal ligava para entregar a chave da quarta geração do Leon 1.5 eTSI FR DSG7 de 150 cv, na versão de cinco portas (a carrinha ficará para mais tarde) e na cor vermelho sangue; todo ele higienizado, refira-se, e com um kit de proteção sanitária individual dentro do habitáculo.

O primeiro impacto visual surpreende. E agrada. Nunca a Seat havia alterado tanto a expressão do Leon ao longo das anteriores três gerações.

Esta carroçaria de cinco portas viu o comprimento aumentado em 86 mm (muito graças aos para-choques mais volumosos); a largura estreitada em 16 mm e apresenta-se, nesta geração, 3 mm mais baixo.

A renovação da linguagem estética passou pelo exterior e pelo interior – que goza de uma luz ambiente muito envolvente. A intenção foi vincar a sua personalidade e harmonizar as suas proporções, elevando-lhe o status. Na frente, saltam à vista as semelhanças com o Tarraco, nomeadamente, o novo desenho da grelha, em posição vertical, que torna a frente ainda mais expressiva, mas de linhas suaves. A traseira é percorrida, em toda a largura, por um feixe luminoso. Conta com indicadores de direção dinâmicos, faróis full LED e luzes de boas-vindas.

Refira-se que o novo Leon é o primeiro modelo da marca integralmente conectado, assegurando a conectividade no interior e para o exterior (navegação com funções e serviços online), incluindo Full Link com Android Auto e wireless CarPlay.

Existem razões de peso para tantos cuidados com o novo Leon. Num contexto particularmente adverso para a indústria automóvel, este é um modelo nuclear para a marca, contando já com 2.3 milhões de unidades vendidas, em todo o mundo, desde a primeira das quatro gerações, lançada em 1999.

Com os olhos colocados no presente e no futuro, o Leon aposta em várias tecnologias de propulsão: gasolina (TSI), Diesel (TDI), Gás Natural Comprimido (TGI), mild-hybrid (eTSI), e híbrido plug-in (eHybrid), deixando aos seus adeptos a opção pela forma que melhor sirva os seus interesses de locomoção.

A segurança também não foi esquecida. Contempla vários sistemas de assistência ao condutor, incluindo cruise control adaptativo preditivo, assistência de travagem e de emergência, elementos que o tornam no modelo mais seguro de sempre da marca.

Outra das mais-valias do Leon é a plataforma MQB Evo, uma base competente para corresponder às diferentes necessidades dos condutores.

Passeio pelo Guincho

O percurso sugerido na apresentação levou-nos ao Guincho, onde foi possível fotografar o modelo junto à variante carrinha – ainda só disponível para imagens.

A posição de condução é baixa e confortável, mas firme, devido aos bancos desportivos FR. O Leon continua a gozar de uma excelente ergonomia e a alavanca da caixa é um interruptor mínimo, tendência da indústria, admitamos, mas a que custa a habituar.

As patilhas da DSG de sete velocidades encontram-se nas costas do volante, sendo de destacar o novo monitor central tátil de utilização fácil e intuitiva.

Ainda em relação ao habitáculo, o espaço continua… em grande, sobretudo, nos lugares traseiros, onde não falta amplitude de movimentos para as pernas. E isto sem roubar na capacidade da mala: 380 litros.

Já na estrada, oportunidade para desfrutar de um belo dia de sol e uma vista ainda mais bonita aos olhos habituados ao período de confinamento. Com roadbook manual, memórias de tempos idos, sossegado no banco do lado, foi altura de improvisar percursos. As respostas deste propulsor de 150 cv entre as 5.000 e as 6.000 rpm, sempre acompanhadas por uma banda sonora adequada (do motor), são convincentes. Cumpre a aceleração 0-100 km/h em 8,4 segundos e alcança os 221 km/h. Mas o Leon é ainda mais interessante em regimes de rotação inferiores. A combinação do motor eTSI a gasolina com a componente elétrica (110 kW) e a parceria com a DSG 7, rápida e inteligente, atribui um enorme dinamismo em vários regimes de circulação.

Em cidade, aconselha-se o modo Normal, mas junto à praia, com as irregularidades do asfalto, nada como o Comfort para as suportar. Para o regresso a casa? O modo Sport. Havia ainda tempo, é certo. Mas o melhor era cumprir o horário previsto. Ou não previsse a ação a entrega, em casa, de um cabritinho assado, com um vinho tinto a preceito. Admirável mundo novo.