Smart forease Concept: Ao volante de uma peça única em Lisboa

06/11/2018

O convite surgiu de forma inesperada e versava a oportunidade única de conduzir um concept, modelo que não tem produção prevista e que antecipa a nova faceta da smart para o futuro elétrico irreverente em cidade. Apenas faltou o convite a São Pedro para trazer um pouco mais de bom tempo, já que o smart forease Concept não tem tejadilho… Nem hipótese de cobertura.

O encontro estava marcado para a manhã de segunda-feira no Village Underground, junto ao Museu da Carris, com o forease concept a surgir em Lisboa para uma demonstração bastante rara: dar aos jornalistas portugueses a sensação de conduzir uma unidade verdadeiramente única, mas com muitos cuidados para não ‘arruinar’ peça tão exclusiva.

Apresentado no Salão de Paris em comemoração do 20º aniversário da marca da Daimler, este concept mostra uma visão da smart para um citadino divertido e irreverente, completamente a ‘céu aberto’, alimentado por uma motorização elétrica que é em tudo semelhante à dos smart EQ atualmente à venda. O condutor é ‘colocado’ no centro da azáfama da cidade, mas sem produzir qualquer ruído ou poluição, uma vez que o seu motor elétrico não produz qualquer emissão poluente. Em termos visuais, o seu estilo minimalista é um tributo aos pioneiros concept cars “crossblade” (2001) e “forspeed” (2011) da smart.

O modelo segue bem de perto o lema original da smart, que é “reduzir ao máximo, defendendo a autêntica mobilidade urbana que continua a ser o conceito subjacente à marca”. A imagem aproxima-se bem de perto àquilo que comummente se denomina ‘barchetta’, graças à ausência de um tejadilho e ao para-brisas de menores dimensões. Já as jantes parecem robustecer o tamanho do forease.

Assim, vamos para o volante. A abertura da porta faz-se numa pega superior e instalamo-nos, sendo de notar o piso elevado, tal como no modelo de série, devido à instalação das baterias sob o piso. De resto, tudo igual, mas o volante, que parece emprestado do K.I.T.T. do ‘Justiceiro’, obriga a habituação extrema. Isto porque ao virar o volante nas curvas mais apertadas, ‘falta’ aro para agarrar! Não é prático, mas é por isso mesmo que este smart é um concept e não um modelo de produção em série. Mas, vamos realmente expostos ao ambiente que nos rodeia, tornando o carro quase numa peça invisível face ao mundo envolvente.

Em boa verdade, o capítulo da condução não foi muito elaborado, sobretudo porque o percurso estava limitado ao interior daquele espaço fechado – o forease é protótipo sem homologação para circulação em estrada pública – e o piso era basicamente o empedrado com uma curtíssima faixa de asfalto mais ou menos liso. Ainda assim, deu para perceber que o conforto não era uma das características mais importantes do concept, até por causa das jantes e do pouquíssimo curso da suspensão.

O ambiente a bordo é jovial e não esquece os pontos de referência com o fortwo cabrio que se pode encontrar à venda. Nota para os diversos detalhes tecnológicos, como os dois ecrãs redondos no lugar das saídas de ventilação central no tablier. Os instrumentos podem ser utilizados, por exemplo, para apresentar os conteúdos da app “ready to”, que permite ao condutor partilhar o seu smart com amigos ou monitorizar as suas funções.

O volante cortado em cima faz com que, nas curvas, falte aro para agarrar. Uma questão de hábito que aqui e tratando-se de um concept, faz sentido pelo estilo, acima de tudo.

Deixamos o smart com a sensação de uma experiência diferente, sobretudo pela noção de abertura aos elementos. Mas, a oportunidade era imperdível. Afinal, quantas vezes é que se pode conduzir um carro que, muito certamente, estará destinado a passar a sua eternidade num museu fechado?

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