As ambições da Peugeot para esta variante carrinha são bastante elevadas, argumentando com o facto de ser o estilo usualmente mais comprado pelos clientes portugueses no concorrido segmento C. Tecnicamente, partilha muitos dos elementos com a versão compacta de cinco portas, ou seja, a plataforma modular EMP2 e toda a componente tecnológica a bordo.
Porém, indissociável de todo o conceito está o desenho: uma mescla de agressividade e especificidade que presta grande atenção à vertente aerodinâmica, trabalhando primeiramente na eficiência desta carroçaria, com painéis esculpidos mas portas e linha de tejadilho otimizada. Na dianteira, nada de muito diferente em comparação com o ‘hatchback’, notando-se a presença de faróis esguios e estilizados com tecnologia LED de série (Matriz LED nos níveis de equipamento superiores) e as ‘presas’ do leão alinhadas com os faróis para funções de iluminação diurna.
Bem distinta é a traseira. Ou seja, a Peugeot não se limitou a ‘esticar’ a carroçaria do 308, mas sim a criar um modelo quase independente, com um pequeno elemento na forma de um pequeno spoiler integrado na própria tampa da bagageira, logo abaixo do óculo. Um detalhe que dá, efetivamente, outra presença a este modelo.
Mais espaçoso e mais tecnológico
Ora, o tratamento independente também se faz notar nas dimensões, já que a Station Wagon é mais volumosa do que o compacto de cinco portas. Com um comprimento de 4633 mm (mais 60 mm), a distância entre eixos é de 2732 mm, mais 55 mm do que na berlina, permitindo mais 129 mm de espaço para os joelhos na segunda fila. Isso permite assim que os ocupantes dos bancos traseiros – dois, de preferência – viajem com conforto e com amplo espaço para as pernas e em altura.A bagageira é inferior à das versões com motor unicamente a gasolina ou gasóleo, tendo 548 litros, uma capacidade mais do que suficiente para as necessidades familiares. Para se tornar ainda mais prático, o novo 308 SW possui um banco traseiro rebatível em 3 secções (40/20/40), de série.
Mais impressionante é a configuração do interior associada ao elevado rigor de construção, havendo uma atenção ao detalhe digna de modelos premium, sobretudo nas versões de equipamento mais recheadas. A combinação do sistema i-Cockpit em nova evolução com ecrã de 10” atrai bastante pela aparência e funcionalidade tecnológica, sendo parametrizável com modos de visualização distintos, como o de navegação. No nível de equipamento GT, adota tecnologia 3D de visualização.
Como já é usual noutros modelos que usam o conceito i-Cockpit, a combinação de volante de pequeno diâmetro e painel de instrumentos elevado pode não agradar a todos ou obrigar a algumas concessões por parte do condutor, mas não nos parece que seja um grande problema para a grande maioria dos condutores.
Muito positivo é também o novo sistema de infoentretenimento i-Connect Advanced assente em ecrã tátil também de 10” a revelar-se fácil de utilizar, mesmo que nem sempre intuitivo à primeira vista. Dispõe de janelas múltiplas com widgets ou atalhos, tal como num tablet, podendo circular entre menus, da esquerda para a direita e de cima para baixo. O sistema beneficia de navegação conectada TomTom, com a visualização do mapa na totalidade do ecrã de 10” e atualizações realizadas ‘Over-The-Air’.
Já a climatização continua a estar ‘absorvida’ neste ecrã, o que acaba por não ser ideal mas, por outro lado, é possível aceder ao mesmo por via de botão de atalho.
De resto, a sensação de qualidade e robustez é muito elevada, traduzindo-se numa proposta bastante completa e acolhedora, naquela que é facilmente uma das mais interessantes de ‘sentir’ no seio do segmento, aproximando-se verdadeiramente do conceito premium em todos os aspetos.
Competência elétrica
Integrada na estratégia da Peugeot, esta carrinha coloca o destaque nas versões eletrificadas híbridas plug-in (PHEV), havendo versões de 180 CV e de 225 CV, sendo esta a escolhida para ensaio, embora ambas contem com a mesma configuração técnica: motor 1.6 PureTech de 180 CV associado a um motor elétrico de 81 kW situado no eixo dianteiro, no qual se faz também a tração. O conjunto é, depois, complementado por uma caixa automática de oito velocidades e-EAT8 e por uma bateria de iões de lítio de 12.4 kWh.
De acordo com a marca, estão prometidos 64 quilómetros de autonomia em modo elétrico, mas este será um valor apenas conseguido com condução manifestamente cuidada. De forma mais corrente, será bastante fácil percorrer entre 55 e 60 quilómetros sem emissões, dependendo do estilo e do tipo de percurso.
O consumo obtido em condições de utilização normal foi de 2,6 l/100 km no fim dos primeiros 100 quilómetros do ensaio (com bateria a 100%), passando depois para um valor em modo híbrido de 3,6 l/100 km. Este é também um ótimo valor, sobretudo por manter uma elevada eficiência uma vez terminada a carga utilizável da bateria.
O 308 SW Hybrid está disponível com dois tipos de carregadores embarcados: um monofásico de 3.7 kW, de série, e outro de 7.4 kW, igualmente monofásico, opcional. Os tempos de carregamento variam pois em virtude do carregador embarcado escolhido e da tomada. A partir de uma ‘wallbox’ de 7.4 kW e com o carregador de bordo de 7.4 kW, o tempo de carregamento é de 1h55. Com o carregador de bordo de 3.7 kW numa tomada reforçada Green Up de 16 A, a carga completa leva 3h50, enquanto uma tomada comum de 230 V obriga a esperar 7h05 por uma carga completa.
Fruto de um acerto muito equilibrado do chassis, a envolvência de condução é muito boa, dando ao condutor uma sensação muito precisa de controlo, com reações rápidas e agilidade elogiável. Consegue fazê-lo sem prejudicar o conforto, que é também um dos objetivos óbvios das carrinhas familiares, mesmo que se note, nalgumas lombas, relativa firmeza.
VEREDICTO
O novo Peugeot 308 é, decididamente, um passo em frente em todos os aspetos. O visual é um ponto de destaque, assim como a sua funcionalidade acrescida que promete ajustar-se às necessidades das jovens famílias que também apostam na competência da condução e na qualidade de construção.
Com a sua vertente híbrida muito competente, valendo-se de elevada eficiência, e de uma componente tecnológica embarcada que lhe dá muita sofisticação, o modelo da Peugeot pode ainda ser visto como um concorrente para os automóveis declaradamente Premium, uma vez que toda a experiência a bordo deste 308, como a qualidade de construção e a condução estão num excelente patamar.
FICHA TÉCNICA
Peugeot 308 SW Hybrid e-EAT8 225 GT Pack
Motor de combustão: Gasolina, quatro cil. em linha, inj. direta, turbo, intercooler
Cilindrada: 1598 cm3
Potência: 180 CV às 6000 rpm
Binário: 250 Nm às 1750 rpm
Motor elétrico: síncrono de íman permanente, 81 kW/110 CV, 320 Nm
Bateria: Iões de lítio, 12.4 kWh
Potência combinada: 225 CV
Binário combinado: 360 Nm
Transmissão: Dianteira, caixa auto e-EAT8
V. Máxima: 235 km/h (135 km/h em modo EV)
Aceleração 0-100 km/h: 7,6 s
Consumo médio (WLTP): 1,1 l/100 km
Emissões CO2 (WLTP): 25 g/km
Autonomia elétrica (WLTP): 64 km
Carregamento (0-100%): 1h40 a 7.4 kW (AC); 3h25 a 3.7 kW (AC); ~7h a 2.3 kW
Dimensões: (C/L/A) 4636/1852/1442 mm
Distância entre eixos: 2732 mm
Pneus: 205/55 R19
Peso: 1762 kg
Bagageira: 548-1574 litros
Preço: 44.170€
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| AVALIAÇÃO | |
Qualidade geral 9 | |
Prestações 9 | |
Espaço 8.5 | |
Segurança 9 | |
Condução 9 | |
Consumos 8 | |
Preço/equipamento 8.5 | |
8.7 PONTUAÇÃO GERAL | |
