Ponto final no desenvolvimento de motores de combustão interna para a Europa. A Nissan revelou que não irá investir na adequação dos seus futuros automóveis à norma Euro 7 (que irá propor valores de emissões de CO2 bastante apertados), apostando ao invés no reforço da sua estratégia de eletrificação para o Velho Continente.
A partir de 2023, a marca japonesa terá uma gama completamente eletrificada e sem modelos de motor de combustão ‘puros’, o que quer dizer que o Micra está agora no seu derradeiro ano de vida antes de um hiato de um ano no segmento até à chegada de um novo utilitário 100% elétrico produzido com base na plataforma CMF-BEV (que também dará origem ao novo Renault 5 elétrico).
Nissan 100% elétrica em 2030
Essencial para esse objetivo é o lançamento de novos modelos eletrificados, seja de forma híbrida, seja de forma totalmente independente dos motores de combustão. No primeiro caso, a marca aposta em versões híbridas do Juke, Qashqai e X-Trail já para este ano, enquanto os novos Ariya e Townstar ampliam a oferta no caso dos modelos 100% elétricos (há ainda uma versão retocada do Leaf).
Com estes atributos, a Nissan espera que, até 2026, 75% do seu mix de vendas na região europeia seja eletrificado, com a ambição de chegar a 100% até ao final da década. Este anúncio consubstancia um papel fulcral na concretização da Ambition 2030, a visão de longo prazo da empresa para capacitar a mobilidade e não só.
A marca recorda que, “com o início da eletrificação e com o lançamento do primeiro Leaf estabeleceu-se um marco ao dar o pontapé inicial para a tendência de eletrificação”. Contas feitas, a Nissan pretende ampliar a sua pegada elétrica face aos mais de 577.000 automóveis elétricos atualmente na estrada, capitalizando com mais de 12 anos de experiência nos automóveis sem emissões de combustão.
Os novos modelos previstos para este ano, inseridos na estratégia Nissan Ambition 2030, suportam-se também na força da aliança para conseguir o melhor de três mundos: seja pela eletrificação pura, seja pela hibridação convencional, seja também pelo novo sistema e-Power desenvolvido pela Nissan inicialmente no Japão e agora transferido para a Europa.
Ao longo dos próximos dois anos serão dados a conhecer outros desenvolvimentos, incluindo um novo modelo de estilo SUV que será totalmente elétrico, já previsto como um concept revelado recentemente, e que será produzido na fábrica britânica de Sunderland.
A Nissan aponta que as inovações na bateria são agora um ponto fulcral, dividindo-se entre o foco nas baterias de iões de lítio e nas de estado sólido, que são vistas como o próximo passo lógico para a eletrificação das marcas automóveis. Quanto às baterias de iões de lítio, a Nissan olha para passos como a supressão do cobalto na sua conceção para torná-las mais ecológicas e acessíveis, tendo como plano a redução do seu custo em 65% até 2026.
Por outro lado, as baterias de estado sólido, cujo lançamento no mercado deverá ocorrer em 2028, são o passo seguinte, estando a marca a trabalhar numa nova fábrica no Japão que irá ser inaugurada em 2024 com vista ao desenvolvimento de novos conceitos nesta área. As primeiras unidades de testes estarão prontas em 2026 para lançamento nos anos subsequentes. A sua chegada ao mercado é vista como fundamental na medida em que vai reduzir o peso, o custo e os tempos de carregamento. No total, no seu desenvolvimento das baterias, a Nissan adianta que já foram investidos quase oito mil milhões de euros.
Adicionalmente, a Nissan argumenta que só o trabalho nos automóveis não é suficiente. Ao invés, adianta que se está a preparar todo um ecossistema de reaproveitamento relacionado com os veículos elétricos e com as baterias, incluindo processos tão importantes como a reciclagem ou a segunda vida aplicável para as baterias. A Nissan dá-lhe o nome de ‘EV360Zero’.
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.
