Juntamente com a eletrificação, a Renault aposta também no reforço da temática da tecnologia como garante de novas abordagens em termos de vivência a bordo de um automóvel, tirando partido dos avanços em termos de conectividade e de aplicações úteis para fins lúdicos ou funcionais.

A recente apresentação do Renault Espace trouxe consigo mais uma fundamentação para o reforço da tecnologia a bordo, sendo visto como um elemento de diferenciação, cada vez mais, para viagens distintas em termos de vivência.

Beneficiando do conceito OpenR Link já visto nos modelos Megane, Austral e Espace, o elemento tecnológico promete abrir novas avenidas em termos de partilha de viagens, até por ação do envolvimento, cada vez mais profundo, de gigantes tecnológicos como a Qualcomm ou a Google, em espectros diferentes.

A parceria com a Google é, aliás, vista por muitos fabricantes como um passo em frente. A Renault, pelo seu lado, confia numa série de tecnologias integradas por parte da marca americana, como comandos por voz, assistente virtual ou acesso à Play Store, a loja de aplicações que permite descarregar e enriquecer a experiência a bordo, sobretudo em família ou amigos, numa medida que visa um melhor aproveitamento do tempo de viagem.

Para a marca gaulesa, a nova era do setor automóvel define-se, cada vez mais, numa ideia de experiência de viagem com base no conteúdo e partilha. O acesso a aplicações de terceiros é determinante para este contexto, já que além das aplicações destinadas ao auxílio da condução e integradas diretamente no veículo, como é o caso do Waze (navegação por GPS) e do EasyPark (app de ajuda ao estacionamento pago), prevê um maior número de aplicações para fins lúdicos de ocupantes.

Aquando da revelação do novo Espace, existiam já 28 apps compatíveis com o sistema OpenR Link da Renault, algumas das quais criadas em parceria com a Renault ou pensadas para tirar melhor partido no veículo. Entre elas estão a Amazon Music, com música de alta definição, ou a Karacal, que permite oferecer oferecer informações consoante o local em que se viaja, ao estilo de um guia turístico, revelando curiosidades ou informações.

Outras apps com foco desportivo, como a leitura de notícias do jornal L’Équipe, foram também criadas, dando ao condutor outro alcance em termos de perceção tecnológica.

Em termos familiares, o grande destaque vai para a implementação de jogos coletivos, como o SongPop, exclusivo para o Espace e no qual todos os membros da família podem jogar com mais de 140 mil títulos musicais de vários géneros e estilos em que os passageiros competem entre si com tablets ou smartphones.

Ou seja, para a marca francesa, tal como para muitas outras do mercado, a conectividade do automóvel deixa de se esgotar no momento em que é adquirido, com o seu foco a virar-se da estanquidade tecnológica para uma era em que o automóvel é um centro evolutivo capaz de receber novos conteúdos, os quais podem também influenciar o próprio desempenho do veículo.

Esta foi, aliás, uma das áreas em que Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, mais tem reforçado desde que acedeu à liderança da companhia, indicando que é cada vez mais essencial ter uma posição tecnológica muito forte para fazer face a marcas rivais, como as do Grupo Stellantis ou Grupo Volkswagen.