O LBX é o mais recente SUV da Lexus e vai assumir o papel de modelo de entrada na marca japonesa de alto requinte. Apesar disso, mantém toda a qualidade que se esperaria de um automóvel da Lexus, apostando novamente na tecnologia híbrida para se destacar num segmento que é cada vez mais povoado.

Longe vão os tempos do CT 200h, o compacto de segmento C que, por muito tempo, era o modelo de acesso à gama da Lexus. Agora, na época dos SUV, esse papel caberá ao novo LBX, mas com aspirações diferentes: o objetivo deste novo modelo passa por atrair novos clientes, mais jovens, para se tornar também numa automóvel de conquista.

A admissão é feita por Jun Takahashi, Engenheiro-Chefe Assistente do projeto do LBX, explicando ainda que é um modelo “inspirado de e para a Europa, numa abordagem ao requinte num segmento mais acessível”. A própria denominação LBX, acrónimo para ‘Lexus Breakthrough Crossover’, referencia isso mesmo, a procura de se lançar num novo segmento, sempre com atenção aos detalhes e ao conforto dos ocupantes, na já tradicional ideia de ‘omotenashi’.

O estilo é um dos seus melhores predicados, com uma postura mais robusta e musculada, estreando uma nova identidade da Lexus na dianteira. A base é a mesma do Toyota Yaris Cross, a GA-B, embora com modificações importantes para se adequar aos princípios de dinamismo e de conforto da marca. Como nos refere Takahashi, na apresentação dinâmica realizada em Valência, Espanha, a base é conhecida, mas há uma liberdade relativamente grande para trabalhar e desenvolver a técnica embarcada, desde as ligações ao solo à própria motorização híbrida.

A suspensão, por exemplo, foi pensada para oferecer um compromisso mais apurado entre conforto e agilidade, sendo que apenas a versão de tração integral tem eixo traseiro multilink – as de tração dianteira recorrem ao conceito de barra de torsão atrás. Também a insonorização foi melhorada, com o incremento do número de materiais isolantes que tendem a reduzir o ruído a bordo – algo que nos pareceu bastante bem conseguido no primeiro contacto efetuado em Espanha. Os vidros reforçados, por exemplo, são um bom exemplo, tornando o habitáculo num ‘casulo’ muito bem protegido.

Sentir e viver

Com 4190 mm de comprimento, 1825 mm de largura e 1560 mm de altura, o LBX tem pose altiva, sustentando-se ainda nas jantes de grandes dimensões, ao passo que o interior revela excelente construção e acabamentos de nível premium, não havendo concessões apesar de ser o modelo de acesso. Nota-se que a Lexus teve grande preocupação em manter o nível elevado, com materiais premium e macios praticamente em toda a área superior do habitáculo. Há a possibilidade de contar com revestimentos sustentáveis (vegan).

Noutra inspiração japonesa, a Lexus define o interior por intermédio da filosofia de cockpit ‘tazuna’, em que os comandos e informações estão facilmente acessíveis ao condutor. Este tem à sua frente um painel de instrumentos de 12.3” totalmente personalizável, adicionando-se ainda um head-up display opcionalmente que complementa as informações de condução.

Ao centro está um ecrã tátil em orientação vertical de 9.8″, inclinado e que conta com a possibilidade de se conectar aos sistemas Android Auto e Apple CarPlay, dispondo ao mesmo tempo de serviços conectados e assistente virtual para responder a comandos por voz. O sistema da Lexus pode ser atualizado remotamente (‘over-the-air‘) para melhorar ou introduzir funcionalidades.

A climatização tem alguns comandos separados para maior facilidade de acesso, numa excelente decisão por parte da Lexus, estando entre os bancos também alguns botões para modos de condução e o ‘EV’, que força o modo elétrico.

As portas abrem por intermédio do ‘e-latch’, dispositivo eletrónico que também está relacionado com os sistemas de segurança, nomeadamente, com o assistente de ângulo morto, impedindo por exemplo a abertura das portas caso sejam detetados peões ou ciclistas em aproximação para evitar um contacto acidental.

Nota, também, para a iluminação ambiente com 64 tonalidades, para a chave digital com até cinco utilizadores a poderem partilhar a chave e para o sistema de som premium da Mark Levinson com até 13 altifalantes para uma qualidade de som de elevado nível a bordo. Os clientes da marca terão liberdade para escolherem diferentes personalidades e atmosferas de forma a personalizarem o habitáculo.

Se a bagageira está em bom nível, com 402 litros de capacidade, beneficiando ainda de portão elétrico, os lugares posteriores estão apenas na média do que é oferecido no segmento.

Motorização eletrificada

Quanto à motorização, a Lexus recorre ao sistema híbrido com base no motor a gasolina 1.5 de três cilindros com 90 CV de potência e 120 Nm de binário, destacando-se por uma elevada eficiência de funcionamento e sistema VVT-iE, além de processo de combustão melhorado, com tecnologias inspiradas na Fórmula 1.

Este motor está associado a um motor elétrico de 69 kW/93 CV e a uma nova bateria bipolar de níquel-hidreto metálico (NMH), com elevada densidade energética (1.0 kWh), permitindo maior entrega da potência e maior recarga, também, ajudando a melhorar as prestações. O sistema híbrido define-se como um novo transeixo, desenhado para poupar peso e espaço, embora ofereça uma potência 17% superior face a unidades convencionais do mesmo tamanho.

A potência combinada é de 136 CV, enquanto o binário máximo é de 180 Nm, o que permite ao Lexus acelerar dos zero aos 100 km/h em 9,2 segundos (9,6 segundos na versão de tração integral). Os consumos começam nos 4,4 l/100 km, para emissões de CO2 desde 100 g/km.

Boas impressões

Em Valência, pudemos efetuar um primeiro contacto com o novo LBX nas versões mais equipadas, Cool e Relax, que começaram por surpreender pela robustez geral de condução, denotando uma enormíssima solidez e excelente insonorização (apenas pontualmente ofuscada pelos momentos em que o acelerador é pressionado a fundo).

Mas, em percursos urbanos, essa é uma circunstância que não se verifica, pelo que o ambiente citadino é muito agradável, com este modelo a estar dotado de boa visibilidade geral e de boa posição de condução (direção ajustada eletricamente), quase ao nível de uma berlina comum.

Neste cenário dá também primazia ao modo elétrico sempre que possível, oferecendo boas respostas, desde que o acelerador seja pressionado de forma dócil e não de maneira agressiva. Mas, o Lexus LBX não se fica pelo território urbano. O SUV compacto sobressai também pelas suas ‘maneiras’ em estradas nacionais, aqui mostrando ótimo controlo de movimentos e direção precisa (ainda que não seja propriamente informativa), com amortecimento cuidado que tanto dinamiza o conforto, como dá autorização para curvas feitas com maior decisão.

Fora da cidade, o sistema híbrido torna mais comum a entrada em cena do motor de combustão, que se faz ouvir amiúde, sobretudo quando é necessário ganhar velocidade de forma rápida, mas não se torna excessivamente intrusivo, enquanto as prestações são bastante boas. Com dois modos de condução, ‘Normal’ e ‘Eco’, há maior suavidade na entrega da potência neste último, pensado para a poupança. O botão ‘EV’, que força o modo elétrico só atua em velocidades de cidade, ou seja, até aos 50 km/h.

Num detalhe curioso, as versões mais equipadas contavam com patilhas atrás do volante que, embora atuassem como métodos de regeneração ao incrementar a desaceleração, também funcionavam como passagens de caixa simuladas – a diferença não é substancial e, com efeito, até é possível arrancar em sexta (simulada), mas pode gerar mais algum entrosamento na condução.

Também muito bom o nível de consumo, já que num percurso de 160 quilómetros com todos os tipos de estrada e velocidades, o registo obtido foi de 4,4 l/100 km, o que é verdadeiramente revelador da eficiência deste sistema híbrido que também foi trabalhado pela Lexus, embora não tenha funcionamento substancialmente distinto do que se pode encontrar noutros modelos da marca ou até no Toyota Yaris Cross.

Destaque também para o sistema ‘Predictive Efficient Drive’ que faz uma leitura por intermédio dos dados de GPS do trânsito e da estrada, adequando a utilização do sistema híbrido consoante a situação esperada por diante.

Repleto ainda de sistemas de segurança ao abrigo do conjunto Lexus Safety System+, o LBX beneficia de garantia de dez anos ou 160 mil quilómetros para as baterias.

As primeiras entregas estão previstas para março, com a versão Elegant a ser proposta por 38.500€, sendo preciso esperar por junho para se assistir à chegada da versão mais acessível (34.950€) já bem dotada de equipamento de série, com jantes de 17″, bancos em tecido, ar condicionado automático e ecrã multimédia de 9.8″, entre outros itens.

Em suma

O novo LBX representa um novo passo para a Lexus, que assume grande ambição com este novo modelo, muito em linha com os gostos dos condutores europeus. Design conquistador, postura dinâmica muito competente e uma grande dose de refinamento são atributos que dão ao LBX um posicionamento muito forte no segmento dos SUV compactos premium.

FICHA TÉCNICA
LEXUS LBX
Motor de combustão: Gasolina, 1490 cc; três cilindros em linha; atmosférico, injeção direta
Potência: 90 CV às 5500 rpm
Binário: 120 Nm entre as 3600 e as 4800 rpm
Motor elétrico: Síncrono de ímanes permanentes; 69 kW/93 CV; 185 Nm (AWD: motor traseiro de 4.7 kW/6 CV; 52 Nm)
Bateria: Níquel-hidreto metálico (NMH); 1 kWh
Potência combinada: 136 CV
Binário combinado: 180 Nm
Transmissão: Tração dianteira, caixa CVT (AWD: Integral)
Acel. 0-100 km/h: 9,2 seg. (AWD: 9,6 seg.)
Vel. máxima: 170 km/h
Consumo (WLTP): N.D. 4,4 l/100 km (consoante equipamento)
Emissões CO2 (WLTP): 100 g/km (consoante equipamento)
Dimensões (C/L/A): 4190/1825/1550 mm
Distância entre eixos: 2580 mm
Bagageira: 400 – 994 litros (consoante equipamento)
Peso: 1280 – 1350 kg (consoante equipamento)
Pneus: 215/60 R17 (base)
Preço: 38.950€ (versão base mais tarde desde 34.500€)

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