O protótipo DS E-Tense Performance é uma espécie de automóvel de desenvolvimento continuado de soluções definidas pela marca na Fórmula E, onde participa sob a denominação DS Penske (depois de alguns anos em parceria bem-sucedida enquanto DS Techeetah), procurando demonstrar a sua viabilidade para aplicação nos automóveis de produção em série.
Com efeito, desde que entrou na modalidade, a DS Automobiles tem visto muita da tecnologia migrar da competição para a estrada, com três princípios fundamentais: acelerar a investigação e o desenvolvimento técnico, aumentar a notoriedade da marca e fomentar a eletrificação dos carros de estrada.
Note-se, a este respeito, que a DS Automobiles foi uma das primeiras marcas automóveis a empenhar-se na Fórmula E, há dez temporadas, estabelecendo também um compromisso para com a transição energética da sua gama. Já com uma gama eletrificada desde 2022 (híbrido plug-in ou elétrico), será a partir deste ano que cada novo automóvel da marca será 100% elétrico, assumindo-se então, de ‘corpo e alma’ como uma marca totalmente elétrica.
Com mais de 250 mil unidades vendidas na Europa até à data, a DS afirma que o conceito de eletrificação esteve na génese do seu lançamento, justificando desta maneira uma ideia que vai ser acelerada – a de introdução de novos modelos. Um dos destaques da DS Automobiles é o DS7 (ex-Crossback), que tem vindo a ser um dos modelos SUV premium mais procurados entre os híbridos plug-in (dispõe de versões de 225 CV, 300 CV e de 360 CV). Também o DS3 tem vindo a ser um modelo bem-sucedido, com 42% das vendas a fazerem-se com a versão elétrica (E-Tense).
Em Portugal, está no top oito das marcas premium, com 2% de quota de mercado dos premium, valendo a pena frisar que do total de vendas da DS Automobiles 68% foram de automóveis eletrificados.O outro pilar por que a DS quer ser reconhecida é pela arte francesa de viajar, com luxo nos acabamentos e conforto também talhado pela experiência do cliente, com materiais de muita qualidade e muita atenção aos detalhes, como o ponto pérola entre outros fatores de exclusividade, como são os bancos com padrão em bracelete. Do ponto de vista da tecnologia, a marca procura oferecer mais tecnologia aos clientes logo de série, como o sistema DS Iris, a suspensão DS Active Scan, o sistema de som Focal Electra e a tecnologia DS Night Vision.
Da pista para as estradas
Para demonstrar que a transferência de tecnologia para a pista é uma realidade relevante para a DS, a marca francesa da Stellantis criou o E-Tense Performance, que tem uma componente de desenvolvimento para a evolução técnica. Os responsáveis da marca explicam que a ideia por detrás deste concept foi a de criar um “laboratório de experimentação” a nível de design e tecnológico.
Para salientar essa mesma lógica de pertença a uma ideia de evolução técnica, este protótipo conta com diversos elementos partilhados com o monolugar de Fórmula E, como é o caso do volante (do monolugar de geração anterior), os bancos tipo bacquet, os motores elétricos e sistema de tração integral, o inversor, o software de cálculo, os amortecedores, as reduções de caixa e e a travagem mecânica e regenerativa.
A pintura que a marca denomina de ‘besouro’ caracteriza-se pelas diferentes tonalidades consoante o ângulo de observação, combinando-se com o preto brilhante usado também na carroçaria. Atrás, os farolins exibem aparência idêntica à dos automóveis de estrada da marca, destacando-se ainda o imponente difusor traseiro para segurar o veículo ao solo. O conforto também é uma preocupação, mesmo neste concept, com diversos revestimentos mais cuidados, como o couro Negro Basalte, ou o sistema de áudio da Focal desenvolvido exclusivamente para este modelo. A digitalização fica a cargo de painel de instrumentos digital de 12 polegadas, associado a ecrã central de 10 polegadas, no qual podem ser vistas imagens captadas pela câmara traseira, por exemplo.
Tecnologia de ponta
A monocoque em fibra de carbono surge acompanhada de muita tecnologia de ponta retirada ou diretamente inspirada no monolugar de Fórmula E. O grupo propulsor é composto por duas máquinas elétricas (melhoradas face às utilizadas na competição) com uma potência combinada de 600 kW (815 CV) e um binário de 8000 Nm transmitido às quatro rodas. O motor dianteiro tem uma potência de 250 kW, enquanto o traseiro debita 350 kW.
Por seu turno, a bateria de 25 kWh e 900 V foi desenvolvida em conjunto com a TotalEnergies e tem revestimento em carbono e alumínio para manter o peso sob controlo. Para o arrefecimento, a marca recorre a sistema de imersão de células, enquanto o sistema de travagem regenerativo é outra das heranças da Fórmula E: para aproveitar ao máximo as fases de travagem, até 600 kW de energia pode ser recuperada, com o E-Tense Performance a ter apenas discos e pastilhas de travão como salvaguarda. Toda a travagem é feita pela regeneração, dispondo de patamares distintos. Para o carregamento, dispõe de um carregador de alta capacidade que permite até 350 kW, o que lhe permite recarregar totalmente a bateria em cinco minutos.
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