Revelado há escassas semanas, o Ferrari Roma introduz um novo conceito estético e técnico para a marca italiana, honrando o legado dos GT de motor dianteiro que a marca popularizou no passado. Porém, mais do que fazer uma ponte para com o passado da marca, o novo Roma introduz uma série de novidades técnicas que tornam este desportivo de 620 CV num pretendente de luxo entre os seus rivais.

Este novo Ferrari recorre, uma vez mais, a um motor V8 de 3.9 litros, embora este tenha sido revisto para oferecer maior eficácia. Entre as novidades, destaque para um sensor de velocidade que mede as rotações da turbina para assim permitir o aumento das rotações máximas do motor em 5000 rpm e um filtro de partículas de gasolina para cumprir com as normas Euro 6D. A marca italiana denota, assim, também maior preocupação com a questão ambiental e legislativa, explicando que os seus engenheiros dedicaram especial trabalho à eficácia do filtro sem comprometer as prestações.

A potência máxima deste motor com turbo ‘twin scroll’ é de 620 CV entre as 5750 e as 7500 rpm, com um binário máximo de 760 Nm logo às 3000 rpm, surgindo associado a uma nova caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades, que é mais compacta e seis quilos mais leve do que a antecessora de sete velocidades. Além de contribuir para reduzir as emissões e os consumos, esta caixa permite também maior rapidez e suavidade entre as passagens de caixa graças ao uso de óleo de baixa viscosidade e cárter seco para minimizar as perdas por atrito na condução. Assim, melhora também a sua atuação na condução urbana e durante o funcionamento do sistema start-stop. Esta caixa de velocidades de nova geração é baseada naquela estreada no exclusivo SF90 Stradale, se bem que esta passa a dispor de escalonamento mais longo e… de marcha atrás mecânica, que no caso do Stradale era de atuação elétrica.

A Ferrari detalha ainda que o Roma surge com sistema de Gestão Variável de Pressão, um software eletrónico que ajusta a entrega do binário à mudança inserida, permitindo dessa forma retomas mais lestas. Em sétima e oitava velocidade, o binário ascende aos 760 Nm, o que permite então à marca italiana alongar o escalonamento da caixa de oito velocidades. O sistema de escape foi também redesenhado com uma nova arquitetura completa daquela unidade.

O novo Ferrari Roma acelera dos zero aos 100 km/h em 3,4 segundos, cruzando os 200 km/h em 9,3 segundos, até chegar a uma velocidade máxima superior a 320 km/h.

Dinamismo na mira

O comportamento dinâmico foi igualmente alvo de muito estudo, mesmo com dimensões mais generosas. Com 4656 mm de comprimento, 1974 mm de largura, 1301 mm de altura e 2670 mm de distância entre eixos, o novo Roma acusa 1570 kg na balança, mostrando assim trabalho elaborado na contenção do peso, uma vez que cerca de 70% de todos os seus componentes são novos. Conta com uma evolução do sistema Side Slip Control, na versão 6.0, que inclui um algoritmo que estima um controlo preciso das derrapagens controladas, integrando sistemas eletrónicos como o E-Diff, o F1-Trac, o SCM-E e o Ferrari Dynamic Enhancer, que trava as rodas interiores em curva quando escolhido o modo ‘RACE’ do ‘Manettino’, seletor que permite variar entre cinco modos de condução – Chuva, Comfort, Sport, RACE e ESC-Off.

A aerodinâmica também dá uma ajuda, com sistemas novos como o spoiler de ajuste automático na traseira, produzindo mais 95 kg de carga aerodinâmica a 250 km/h do que o outro Portofino, o outro modelo 2+ da Ferrari, graças a geradores de vórtices na parte inferior da dianteira e aerodinâmica ativa na traseira. A este respeito, o spoiler traseiro pode ser ajustado em três posições: Baixo Arrasto, Carga Média e Carga Alta, com um pequeno motor elétrico a permitir o seu ajuste relacionado com a velocidade e acelerações longitudinal e lateral.

Interior evoluído

A bordo, ambiente estruturado em dois espaços separados, um para o condutor e outro para o passageiro, numa evolução do Dual Cockpit, mas simétrico na sua abordagem entre os dois ocupantes ao invés de outros modelos da marca, que privilegiam o condutor. O recurso a elementos como a pele, Alcantara, alumínio e fibra de carbono está bem patente no interior, não faltando mesmo um elemento saudosista com os comandos F1 da consola central a imitarem a configuração em ‘duplo h’ das caixas manuais antigas.

A instrumentação é completamente digital, com ecrã de 16”, numa abordagem HMI mais evoluída, em que o volante é o centro de todas as operações, com botões táteis incluídos. Na configuração normal do painel de instrumentos, os ecrãs de navegação e áudio rodeiam o grande conta-rotações circular, embora todo o ambiente de condução possa ser personalizado. Há ainda um ecrã tátil central de 8.4 polegadas, que é opcional, incorporando o sistema de infoentretenimento, navegação e climatização. Para o passageiro, outro ecrã de 8.8 polegadas, igualmente opcional, que permite ao passageiro interagir com os sistemas de áudio, climatização ou observar a navegação. Ou seja, um autêntico copiloto…

A Ferrari oferece ainda um programa de manutenção para os primeiros sete anos do veículo, transmissível para eventuais segundos proprietários após a venda.

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