A ofensiva híbrida da Renault dá um passo significativo no segmento B com a revelação das novas variantes E-Tech do Clio, híbrido convencional, e do Captur, este um Plug-in híbrido. Os dois modelos foram revelados no Salão de Bruxelas, na Bélgica, e chegarão a Portugal no final da primavera.

Na Renault, a sigla E-Tech promete tornar-se bastante relevante, sobretudo ao ser aplicada num mercado verdadeiramente importante no Velho Continente, mesmo que em duas existências distintas. De um lado, no Clio, a Renault irá aplicar uma fórmula híbrida convencional, enquanto do outro, com o Captur, será oferecida uma variante Plug-in, com até 50 quilómetros de autonomia elétrica em ciclo WLTP. Ambos os modelos têm por base a plataforma CMF-B, para os modelos compactos, que foi estreada em 2019 com o Clio de nova geração.

Detalhando cada uma das propostas, o Captur assume grande relevância pelo facto de oferecer 50 quilómetros de autonomia em modo puramente elétrico (65 quilómetros em ciclo urbano). A marca explica que um dos pontos mais importantes destes modelos E-Tech será a regeneração de energia decorrente das fases de desaceleração, contribuindo para o aumento da autonomia. A velocidade máxima em modo EV é de 135 km/h, ativando-se depois o motor de combustão interna, neste caso um bloco 1.6 a gasolina de nova geração. O esquema deste Captur E-Tech compreende ainda dois motores elétricos e uma embraiagem multimodo sem embraiagem, o qual permite o arranque do veículo sempre em modo elétrico. A bateria tem uma capacidade de 9.8 kWh (400V).

A tecnologia é totalmente desenvolvida pela Renault para uso ‘próprio’, com mais de 150 patentes registadas ao longo da sua conceção, destacando-se a aplicação de dois motores elétricos, um dos quais um Alternador Gerador de Alta-Voltagem (HSG) para o arranque e alimentação em modo elétrico e o outro é o motor de tração, que carece ainda de valores de potência. O que se sabe é que o consumo misto homologado em ciclo WLTP é de apenas 1,5 l/100 km para emissões de CO2 de apenas 33 g/km de CO2. A potência máxima combinada é de 160 CV.

O sistema Multi-Sense do SUV compacto pressupõe ainda a adição de mais um modo de condução, neste caso o ‘Pure’, que representa a condução sem emissões, enquanto o modo ‘Sport’ é igualmente diferenciado para funcionamento paralelo dos motores elétricos e entrega de maior potência em conjunto. Caso o condutor pretenda guardar a carga da bateria num determinado momento para uma utilização posterior, basta carregar no botão ‘E-Save’, que assim dá primazia ao motor a gasolina para as tarefas de locomoção.

Clio: outra receita

Mais convencional, o Clio E-Tech recorre a uma bateria de menor capacidade 1.2 kWh (230V), mas também a um valor conjunto de potência mais baixo, de 140 CV. O motor a gasolina não se altera, ou seja, é também o novo 1.6 de quatro cilindros. Todos os componentes híbridos incluídos representam um peso adicional de apenas 10 kg face ao motor 1.5 dCi de 115.

A nível de eficiência, a marca francesa explica que, graças ao conceito de travagem regenerativa (com modo ‘B’ para maior regeneração), o novo Clio E-Tech pode circular até 80% do tempo em modo elétrico dentro da cidade. Neste sentido, o consumo de combustível em ciclo urbano reduz-se em até 40% face a um modelo com motor de combustão interna. Sem dados mais completos, sabe-se que as suas emissões de CO2 ficam abaixo dos 100 g/km em ciclo WLTP.

Ambos os modelos revelam pequenos detalhes interiores e exteriores em azul para assinalar a sua particularidade híbrida, além de placas identificativas de cada tecnologia.

Este é apenas mais um passo do Grupo Renault no sentido da mobilidade mais ecológica, juntando estes modelos ao Zoe para uma gama mais ‘verde’. Em breve, a gama E-Tech será ampliada com a chegada do Mégane E-Tech a partir do facelift, que irá chegar ainda este ano, prevendo aumentar sua gama ecológica com oito modelos totalmente elétricos e 12 modelos com capacidade elétrica (híbridos e híbridos recarregáveis).

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