Ensaio ao novo Hyundai Kauai 1.6 CRDi: a aposta arrojada
O modelo não é novo e já está bem integrado no mercado português. O Hyundai Kauai entra no ramo competitivo dos pequenos SUV que contam já com concorrentes de peso: Renault Captur, Peugeot 2008.
Saiba mais sobre o pequeno destemido aqui.
Após todo um ciclo polémico, eis que a Hyundai decide continuar a aposta no Diesel e lança o novo motor 1.6 CRDi. Para este novo bloco, os engenheiros partiram do zero, algo bastante complicado, já que os dois blocos substituídos, o 1.6 e 1.7 CRDi, estavam desatualizados. As evoluções não são pequenas desde que os engenheiros mudaram para um bloco de alumínio e o sistema catalítico SCR para atender aos novos padrões antipoluição (ciclo WLTP). Os coreanos anunciam um mecanismo “fiável”, promessa que não aparenta ser inócua, dada a complexidade alcançada por este tipo de motor.
No capítulo Diesel, o pequeno e destemido Kauai, pode contar com essa nova oferta proposta em duas potências, 115 e 136 cv, sendo esta última proposta apenas disponível com a dupla embraiagem DCT.A bordo do Kauai a Diesel: fiel a si mesmo
A experiência correspondeu às expetativas. O Kauai Diesel não prima propriamente pela leveza: com quase 1400 kg na totalidade, é um peso pesado no seu segmento. Contudo, ao modelo de 136 cv com a caixa de DCT e transmissão 4×4 não falta dinamismo.
No que diz respeito a consumos, em estrada e em ritmo de passeio, o Kauai apresenta valores a rodar os 5,8 l. Mas, se estivermos numa estrada cheia de curvas em plena Catalunha, em ritmo “paso doble” o valor pode ultrapassar os 7 litros.
De resto, o Kauai mantém-se fiel a si mesmo. Um modelo dinâmico, ágil e confortável. Ideal para os aventureiros que não têm necessidade de “levar a casa às costas”.
A aposta no Diesel continua no modelo coqueluche da Hyundai. Além de receber um facelift, o best-seller Tucson recebeu uma atualização ao nível da motorização, mais exatamente na sua gama de motores a Diesel.
Além da chegada prevista em 2019 de um bloco Mild-Hybrid com bateria de 48 volts emparelhada ao motor 2.0 Litros Diesel (capaz de reduzir o consumo de combustível e a emissão de gases poluentes em cerca de 7%), o grande destaque vai, sem dúvida, para a opção 1.6 Litros de 4 cilindros (115cv ou 136cv). Este bloco mais equilibrado promete ganhar mais popularidade entre os demais, graças as sensações que proporciona. No entanto, a opção mais potente parece ser a que melhor corresponderá às exigências do cliente.
Assim como no Kauai, a versão ensaiada de 136 cv com caixa automática de dupla embraiagem com 7 velocidades, demonstrou bem o comportamento dinâmico em estrada sinuosa. Contudo, no que diz respeito ao conforto, o Tucson tem a vantagem.
Mais espaço, mais possibilidades
Conforto e espaço são chave para o Tucson que apresenta um novo painel de instrumentos cujo investimento na qualidade, salta à vista. A marca deu primazia aos materiais nobres como couro estampado, ainda que a presença do plástico seja uma constante. Na consola central mantém-se o sistema de navegação e multimédia que aparece num ecrã de 8 polegadas colocado no topo, facilitando assim a interação com o condutor que terá tudo na mesma linha de visão. As distrações ficam, portanto, limitadas.
Os assentos foram revistos e a bagageira conta com 513 litros de capacidade.
Hyundai Santa Fe: a jóia da coroa
A quarta geração de um dos SUV mais bem-sucedidos do mundo, chegará ao mercado nacional perto do final do ano.
No que toca a novidades, essas começam no exterior. A frente passa a adotar uma nova grelha Cascading com um friso mais extenso na parte superior, e uma nova assinatura LED à semelhança daquela presente no “irmão mais novo” Kauai. As linhas continuam harmoniosas tendo em conta a dimensão deste musculado SUV que tem como opção jantes de 17 e 19 polegadas. Novas cores foram introduzidas, ampliando assim o leque de opções para dez cores para o exterior e quatro combinações para o interior que exibe uma qualidade de materiais irrepreensível.
A sensação topo de gama começa aqui, mas há detalhes que a reforçam.
Um passeio bem “controlado”
Na versão ensaiada com bloco Diesel de 200cv e 440Nm e caixa automática de oito velocidades, o “peso pesado” ganhou leveza. A passagem de relações faz-se suavemente, não acusando nenhum esforço em subida, terreno mais exigente ou em curvas apertadas.
A insonorização no habitáculo facilita a concentração em estrada e a conversa com o pendura percetível (exceto quando este é fã de um estilo musical incompatível com os nossos gostos). Ainda que testados os quatro modos de condução (Comfort, Eco, Smart e Sport), não sentimos necessidade de “saltitar” entre elas. O modo Eco foi talvez o mais utilizado e o desempenho do SUV não acusou qualquer deficiência nesse aspeto.
Ainda assim, houve um detalhe que influenciou a condução. O sistema de segurança de manutenção em faixa foi algo intrusivo, corrigindo em excesso a direção do SUV. Facto castrador quando as próprias estradas são irregulares ou quando consideramos que o veículo que segue à nossa frente tem um comportamento estranho. Isso resolve-se facilmente ao desligar este modo de segurança. Contudo, não deixamos de pensar até que ponto é que este sistema pode prejudicar…
Além deste sistema, destaque para o “Rear Ocupant Alert”, que deteta a presença de seres vivos no banco traseiro caso o condutor decida trancar o veículo. O alarme dispara assim que o sensor detetar o afastamento da chave. Nota ainda para o “Safety Exit” que impede a abertura das portas traseiras, ao detetar a presença de um carro nas laterais.
Sistemas “made in USA” que garantem viagens em total segurança, numa altura em que nos deixamos condicionar pelo stress do dia-a-dia. Aliás, para combater a distração a Hyundai colocou o sistema de infotainment numa posição superior, facilitando a sua visibilidade. E graças ao head-up display, o condutor não necessitará de tirar os olhos da estrada para acompanhar as informações que necessitar de obter.
Novas informações sobre as motorizações destes três SUV para o mercado português serão divulgadas em breve. Ainda que o Diesel seja ainda uma aposta, a Hyundai está decidida em investir nos sistemas eletrificados. Espera-se, por exemplo, que o Santa Fe tenha uma versão híbrida e Plug-In em 2019.
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