“Kia vai cumprir meta de emissões sem cortar modelos”

31/08/2019

Numa fase transitória que se espera de grande dificuldade para as marcas automóveis, a Kia evidencia alguma tranquilidade, atendendo ao seu plano de produto com diversos Plug-in prestes a chegar e um reforço na aposta elétrica. Para Emilio Herrera, diretor de operações da Kia Motors Europe (KME), o plano é fortalecer a vertente de eletrificação para precaver a chegada da meta de 95 g/km de emissões de CO2 estabelecida para 2020.

Em declarações prestadas ao Motor24 durante o evento de apresentação do novo Xceed, que será de fundamental importância para a marca no mercado europeu, Emilio Herrera apontou uma estratégia com dois pilares que permitirão à Kia atravessar a fase de transição das emissões de CO2 de maneira mais ambiciosa.

Interrogado se a Kia estará em posição de cumprir o valor de 95 g/km de CO2 em 2020, o espanhol deixou bem claro que não existe outra opção, embora sempre pensando também no lado comercial: “Sim [quanto ao cumprimento], os meus superiores disseram-me que reduzir o volume de vendas não é uma opção e pagar uma multa também não…”, começou por dizer, gracejando, mas apontando de seguida o caminho a seguir. E esse é bastante óbvio: reforçar as vendas de elétricos, uma circunstância que até aqui tem sido dificultada pela oferta inferior à procura. As causas prendem-se com um ritmo de produção mais lento do que o da procura por parte dos mercados, o que será resolvido ainda este ano.

“A produção de elétricos da Kia no último trimestre será maior do que em todo o ano. A procura é muito maior do que esperávamos. Para o ano, temos de vender 40 mil elétricos na Europa para cumprir a meta das emissões”, afirma, suportado também pelo Diretor Geral da Kia Portugal, João Seabra, que acredita que será possível à marca atingir essa marca facilmente.

No entanto, sabendo-se que há marcas que estão a apostar noutra estratégias, nomeadamente, com o corte de modelos ou gamas inteiras para baixar a médias das emissões poluentes, Emilio Herrera garante que na Kia “isso não é tema. Não vamos cortar qualquer modelo, nem desistir do segmento A. Há marcas que estão a cortar no segmento A, mas para nós não existe esse risco. Vamos ter um novo Picanto, por exemplo”.

Quanto ao Xceed, a sua importância será fundamental para a Kia, cumprindo com a estratégia objetiva da marca de lançar modelos exclusivos para o mercado europeu. Para Herrera, essa “é a única forma de nos diferenciarmos. Quando lançámos o Ceed dissemos duas coisas – primeiro, que íamos eletrificar, segundo, diversificar. Acreditamos que este [modelo] será muito atrativo e o mais vendido da gama Ceed. Acreditamos que no total da gama o Xceed será cerca de 50% das vendas, por dois motivos: um, porque é um crossover, que é a tendência do mercado, e depois, porque vamos ter uma versão Plug-in híbrida, que estará pronta em finais de novembro e que será muito importante em todos os mercados, até mesmo em Portugal”.

João Seabra, do lado português, também acredita no sucesso do novo Xceed como forma de fazer crescer a marca na Europa, lembrando que “a qualidade Premium dos nossos carros, aliada ao design, dar-nos-á muito a ganhar. Estamos a atrair outro tipo de clientes que não só os que vinham para a Kia anteriormente”.

Sobre o tópico das emissões, o responsável de operações da Kia em Portugal aponta que “estamos bem posicionados, porque temos dois elétricos, o e-Niro e o Soul, teremos os Plug-in e os mild-hybrid e os Diesel, que ajuda ainda a baixar. Para a Kia poder cumprir sem qualquer tipo de problemas, sem subterfúgios, para o ano tem de vender 35 mil elétricos, mas os mercados pedem 80 mil. Não temos de inventar modelos, temos só de os trazer para a Europa, é uma questão estratégica”, afiançou.

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