Híbridos ao poder na Mercedes-Benz: Classe A, B e GLE são ‘pontas de lança’

15/09/2019

Para a Mercedes-Benz, o caminho da eletrificação é irreversível. Mas, esse mesmo caminho não é, obrigatoriamente, único. Na verdade, a marca alemã concebe três linhas em paralelo, todas sob a égide EQ, a qual simboliza, de forma mais lata, as ideias de eletrificação, conectividade e digitalização. Os mais recentes exemplos dessa filosofia estão já apresentados: os Classe A 250 e, Classe B 250 e e o GLE 350 de 4MATIC, que recorre à terceira geração de sistema híbrido Plug-in da Mercedes-Benz.

No esforço para reduzir emissões, sem grande volta a dar, a Mercedes-Benz tem a eletrificação como estratégia. A estratégia tem por base a sigla EQ, à qual correspondem três formatos tecnológicos: EQ Boost (com tecnologia micro-híbrida de 48 volts), EQ Power (a mais recente Plug-in híbrida) e, por fim, a EQ para os elétricos a que se junta depois uma letra correspondendo à gama do modelo (como a EQC).

A meta, por isso, é o aumento do número de gamas eletrificadas, estimando a Mercedes-Benz que por 2020 tenha mais de 20 modelos EQ Power nas estradas, destacando-se por ser a única fabricante a ter soluções híbridas Plug-in a gasolina e Diesel.

Compactos à frente

Modelos importantes para a estratégia comercial da Mercedes-Benz na Europa, os Classe A (compacto e Limousine) e Classe B recebem a tecnologia PHEV de nova geração, já com capacidade para percorrer até 77 quilómetros no ciclo NEDC (ou 69 no novo WLTP) com a eficiência de zero emissões a partir de uma motorização híbrida de 160 kW (218 CV) e 450 Nm de binário máximo, o que lhe permite acelerar dos zero aos 100 km/h em apenas 6,6 segundos. O motor elétrico de 75 kW está integrado na caixa automática de dupla embraiagem com oito velocidades, ajudando o motor 1.3 de 160 CV e 250 Nm nas suas tarefas de propulsão, quando necessário, ou movendo o carro sozinho.

A bateria de iões de lítio com 43 Ah e capacidade de 15.6 kWh permite-lhe aumentar a autonomia elétrica e atingir uma velocidade máxima sem emissões de 140 km/h. Tem um peso de 150 kg e arrefecimento líquido. O consumo de combustível no Classe A varia entre os 1,4 e os 1,5 l/100 km e as emissões entre 33 a 34 g/km de CO2 (no B 250 e esses valores são de 1,4 a 1,6 l/100 km e de 32 a 36 g/km de CO2).

Outra das suas particularidades é o facto de permitirem carregamento DC de 24 kW, podendo carregar 10% a 80% da bateria em apenas 25 minutos. Numa wallbox (que também estará disponível) de 7.4 kW em corrente alternada (AC) o mesmo carregamento cumpre-se em 1h45m.

A montagem da bateria procurou não interferir no espaço a bordo, estando localizada sob os bancos traseiros enquanto o depósito de combustível passou para junto do eixo traseiro, tirando apenas 70 litros à capacidade normal de um outro Classe A com motor 1.3 a gasolina. Uma particularidade técnica deste sistema é o desenvolvimento inteligente de um novo escape, com a panela de escape no centro do veículo e a saída de escape orientada para a frente, estando este sistema integrado no túnel central.

O mesmo sistema é aplicado no B 250 e, sendo que ambos os automóveis apenas chegam ao mercado no final do ano.

GLE 350 de com nova tecnologia

Também em estreia, mas com chegada apenas para o primeiro trimestre de 2020, o GLE 350 de 4MATIC estreia a terceira geração do sistema híbrido Plug-in, com maiores capacidades e uma autonomia 100% elétrica já acima dos 100 quilómetros, mais concretamente, 106 km no ciclo NEDC. No ciclo WLTP, reduz-se para um valor entre 90 e 99 quilómetros.

A marca recorreu neste modelo a uma nova composição do esquema das baterias, dispondo do dobro das células da versão anterior, mas com o mesmo tamanho. Com 43 Ah, esta bateria tem duas placas em paralelo, duplicando assim a sua capacidade (15.6 kWh em duplicado, num total de 31.2 kWh), podendo assim obter uma potência elétrica de 100 kW e 440 Nm de binário. O motor de quatro cilindros em linha turbodiesel de última geração oferece 194 CV e 400 Nm. Combinados, estes dois motores oferecem 235 kW ou 320 CV, para um binário máximo de 700 Nm. O motor está associado a uma caixa automática 9G-TRONIC híbrida.

A velocidade máxima em elétrico é de 160 km/h, enquanto a aceleração dos zero aos 100 km/h cumpre-se em 6,8 segundos.

A disposição paralela das células de baterias reduz também o esforço individual e aumenta a eficiência, fornecendo uma corrente maior durante um maior período de tempo.

O carregamento pode ser feito em DC ou AC. No primeiro caso, pode receber até 64 kW em tomadas CCS para carregar dos 10% aos 80% em 20 minutos. No segundo caso, recorrendo a uma wallbox em AC de 7.4 kW, o tempo estende-se para as 3h15m.

Para incrementar a eficiência, a marca melhorou o sistema de recuperação de energia cinética, graças a uma evolução do sistema 4MATIC com entrega variável do binário entre os dois eixos. Isso quer dizer que o binário de 700 Nm podem ser distribuídos continuamente entre os eixos da frente ou traseiro. Além de melhorar a performance em pisos escorregadios ou com obstáculos, intensifica também a recuperação de energia que pode beneficiar de diferentes modos de regeneração (do mais intenso ao menos evidente), com a possibilidade de recuperar até 1800 Nm de binário elétrico nas rodas.

O novo GLE 350 de 4MATIC apenas chegará ao mercado no primeiro trimestre de 2020.

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