A notícia avançada em primeira-mão pelo diário alemão «Süddeutsche Zeitung» e mais tarde confirmada pela agência Deutsche Press-Agentur, surge depois de ser revelado o conteúdo de um e-mail que a direção alegadamente terá feito chegar aos funcionários pelo conselho geral de trabalho do consórcio alemão.
A confirmar-se, a medida que afetará diretamente 10 por cento do quadro administrativo na Alemanha será a primeira medida de força de Ola Källenius, no cargo de CEO da Daimler desde maio de 2019. O executivo já havia explicado durante uma reunião com investidores e acionistas, em Londres, a necessidade de colocar em marcha um plano de redução de custos à escala global, como forma de responder aos contratempos financeiros que resultam da tensão gerada pelas guerras comerciais à escala global, bem como do custo elevado de algumas recolhas massivas de veículos por avaria, sem esquecer a multa avultada ainda como consequência no envolvimento do construtor nos escândalo da manipulação de emissões poluentes em motores Diesel.
O Grupo Daimler apresentou no último trimestre uma quebra nos resultados líquidos de 1,2 mil milhões de euros, o primeiro trimestre negativo na última década. E as previsões para as contas totais de 2019 apontam para uma descida importante face aos lucros a rondar os 11 mil milhões de euros comunicados no ano transato.
Nuvens negras…
Trazida a público a intenção do novo homem no leme da Daimler, sindicatos e elementos dos conselhos de trabalhadores reagiram. Logo pela voz de Michael Brecht, como membro do conselho geral de trabalho e da direção de supervisão do consórcio, primeiro sublinhando que o «pedido fez disparar emoções e um elevado nível de incompreensão», considerando-o «desproporcional face á situação financeira da empresa».Brecht avisa que o plano será rejeitado «categoricamente». E no rescaldo das primeiras conversações afirmou: «É como o Inverno, ainda não chegámos ao período da neve e do gelo, mas está a ficar cada vez mais escuro e as nuvens cada vez mais negras».