Frio, muito frio. Temperaturas abaixo de zero graus. E uma imensidão de sobras e pinheiros a espreitar entre o branco imaculado da neve. A Floresta Negra, a sudoeste da Alemanha, foi a grande musa inspiradora dos irmãos Grimm na criação de muitos dos seus imortais contos. Branca de Neve e os Sete Anões e Capuchinho Vermelho e o Lobo Mau são dois exemplos maiores das suas obras.
Poucos locais do mundo seriam mais adequados do que esta cordilheira misteriosa, zona fronteiriça com França, para a apresentação internacional do Grandland X Hybrid 4, o primeiro SUV híbrido plug-in da história da Opel. Até as cores do modelo escolhido pelo Motor 24 foram perfeitas: carroçaria vermelha, capot e tejadilho pretos – a outra opção casava o azul e o preto. Uma combinação entre o vermelho do capuchinho e o preto do lobo mau?
Primeiro híbrido plug-in
Posicionado na gama SUV, estamos perante o modelo mais dotado em matéria de equipamento ; o mais potente e eficiente. Os consumos médios variam entre os 1,3 e os 1,4 l/100 km, no ciclo WLTP, e o consumo situa-se entre os 29 e os 32 g/km de CO2, no mesmo ciclo. A Opel não quis facilitar na sua primeira incursão nos híbridos plug-in.
Toda a história do Grandland X Hybrid 4, que promete uma autonomia de até 59 quilómetros sem emissões (69 no anterior ciclo NEDC), assenta em dois motores elétricos. E num terceiro a gasolina. A potência de 300 cv, é garantia de prestações dignas de um desportivo, como o provam os 6,1 segundos no arranque 0-100 km/h e a velocidade máxima de 235 km/h.
Quatro modos de ser
O sistema híbrido tem quatro modos de funcionamento. E os 200 quilómetros de estrada que circunda a Floresta Negra têm condições ímpares para desfrutar cada um deles. Começámos a viagem de forma suave e silenciosa, em modo Elétrico; acionámos o modo Híbrido quando a montanha começou a subir, na mesma proporção em que as temperaturas desciam, e aqui o sistema seleciona, automaticamente, o tipo de motor mais eficiente para cada momento ou situação, permitindo ativar o modo elétrico quando se chega a uma zona urbana. Regressámos em modo Sport, sim, até porque já estávamos atrasados. Pelo meio, testámos o quarto modo, o AWD (tração integral), mas esse ficou por conta de uma tímida incursão fora do asfalto, através de um estreito caminho entre árvores e neve, um daqueles troços em que sabemos perfeitamente onde fica a entrada, mas nunca a saída. E que convidam a não abusar da sorte. Pelo que a verdadeira experiência da tração às quatro rodas motrizes ficará reservada para um ambiente um pouco menos inóspito. Adiante-se, porém, que o sistema aciona o modo elétrico do eixo traseiro, garantindo a sua máxima capacidade de tração.
Chega em Março
O local da apresentação do Grandland X Hybrid 4 pode ser dado a fábulas, mas a aposta da Opel nos modelos elétricos e híbridos é bem real. E estratégica. Segundo os responsáveis da marca, até 2024, todas as suas gamas contarão com uma versão elétrica ou híbrida. Este é apenas o primeiro passo rumo a uma longa caminhada.
Em Portugal, o Grandland X Hybrid 4 estará disponível em Março, com o nível de topo Ultimate, por 57.670 euros. Entre o equipamento, encontram-se as jantes de liga leve de 19”, fecho centralizado e ignição sem chave, sistema de infoentretenimento IntelliLink com navegação, faróis AFL LED com comutação automática, para-brisas aquecido e os novos serviços telemáticos Opel Connect, entre muitos outros. A esta lista, juntam-se ainda vários sistemas de assistência à condução: reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de saída de faixa com correção ativa de direção, alerta de ângulo cego, de cansaço do condutor, e de colisão dianteira iminente e travagem automática.

Em abril, será a vez de chegar ao mercado nacional a versão 4×2 do modelo, que custará sensivelmente menos 10.000 euros do que a variante de tração às quatro.
Até ao momento, a Opel ainda não se econtra em condições de garantir se o Grandland X Hybrid 4 pagará Classe 1 ou 2 nas portagens nacionais.