A Citroën dá continuidade a um ano de 2020 particularmente recheado, com uma série de novidades que se estendem por diversos modelos da gama, entre o pequeno elétrico Ami e o importante C4. Pelo meio, sem se tratar de um modelo verdadeiramente novo, o C3 beneficia de uma ligeira atualização de gama, com o intuito de mantê-lo como um dos mais preponderantes ‘players’ do seu segmento. Sobretudo em Portugal.

A marca francesa reconhece a importância do C3, que foi o segundo melhor do segmento B em Portugal no ano de 2019, o que lhe valeu uma quota de 11%, com 5700 unidades comercializadas. Esse mesmo registo, num mercado tão dominado ainda pelos modelos mais acessíveis e de custo mais acessível, acabou por valer-lhe o quinto lugar no top dos automóveis mais vendidos no seu total. A nível mundial, desde o lançamento desta geração em 2016, venderam-se já 750.000 unidades, o que espelha bem a sua relevância.

Daí que a Citroën tenha optado por manter muitos dos elementos que já haviam feito do modelo um sucesso, embora reforçando outros critérios que lhe permitem tornar-se mais apelativo. Um deles é o da personalização, que assenta que nem uma luva num modelo que se quer jovial, irreverente e pautado por ser único.

Entre as grandes novidades estéticas estão a dianteira que recebe os novos códigos de identidade da marca, sobretudo com uma grelha em ‘v’ integrada com os faróis, que agora recebem tecnologia LED para uma presença na condução noturna em todas as versões. Nas laterais, os outrora discutíveis e agora carismáticos Airbump surgem também retocados, com uma aparência mais compacta. Junte-se ainda duas novas opções de jantes para o C3, uma de 16 polegada (‘Helix’) e outra de 17 polegadas (‘Vector’).

Esta é apenas uma parte daquele que é considerado um crescimento substancial de medidas de personalização, com o renovado C3 a ser apontado pela Citroën como o carro “mais personalizável do seu segmento”, uma vez que passa das 36 configurações possíveis para um total de 97 combinações exteriores (!), possíveis pelas sete cores de carroçaria, quatro cores de tejadilho, quatro ‘Packs Color’ (que alteram a tonalidade de alguns elementos da carroçaria, como os Airbumps), três decorações de tejadilho, três ambientes interiores e as já referidas jantes.

Tecnologias do conforto

Por dentro também existem algumas novidades, embora o C3 seja maioritariamente igual ao modelo lançado em finais de 2016. Uma vivência muito agradável e que recebe bem os seus ocupantes, com doses generosas de conforto, agora reforçadas pela adoção de novos bancos Advanced Comfort e de um apoio de braços para o condutor. Os bancos passam a ter mais 15 mm de espessura, pelo que a experiência de estar sentado a bordo do C3 é mesmo semelhante à de uma poltrona móvel.

O novo C3 passa a dispor de ajuda ao estacionamento dianteiro, passando a oferecer, assim, de um total de 12 ajudas à condução ou de conforto, como a abertura das portas e arranque em modo mãos-livres, a assistência de arranque em inclinação, o Active Safety Brake, o reconhecimento de sinais de trânsito ou a comutação automática de máximos. Todos estes elementos permitem reforçar a comodidade e a vivência a bordo do novo C3, que mantém os 3,99 m de comprimento e os 300 litros de bagageira (na configuração de cinco lugares).

Reforçou-se também a vertente da conectividade, com tecnologias Connect Assist (de assistente de emergência/SOS), Connect Nav (de serviços de navegação com serviço TomTom Traffic) e Connect Play com ecrã tátil de 7″ (integração com os smartphones e tecnologias Andoid Auto e Apple CarPlay).

Gama de motores

A este respeito, tudo na mesma na gama C3, com a Citroën a manter três variantes, com duas a gasolina e uma Diesel, com consumos que variam entre os 4,4 e os 6,8 l/100 km e emissões de CO2 entre os 116 e os 138 g/km.

Nas opções a gasolina, o bloco 1.2 PureTech de três cilindros divide-se em duas variantes, uma de 83 CV com caixa manual de cinco velocidades e outra de 110 CV com caixa manual de seis velocidades (opcionalmente, pode receber caixa automática de seis velocidades EAT6). No quadro Diesel, apenas está disponível o motor 1.5 BlueHDi de 100 CV e caixa manual de cinco velocidades.

Nível C-Series será ‘coração’ da gama

Já disponível para reserva nos concessionários há cerca de três meses, o novo C3 chega com quatro níveis de equipamento disponíveis, desde o Feel Pack até aos níveis de topo Shine e Shine Pack, passando pela novidade no coração da gama, a versão especial e exclusiva C-Series, que se destaca por condensar já uma grande dose de equipamentos importantes, como o sensor de luminosidade e os faróis LED, por exemplo.

O intervalo de preços para as versões a gasolina está compreendido entre os 16.372€ e os 21.172€, ao passo que as versões Diesel são comercializadas entre os 20.972€ e os 23.372€.
NOVO CITROËN C3 – Preços (sem despesas de legalização, transporte e preparação)
Motores

Nível de Equipamento

FEEL PACK C-SERIES SHINE SHINE PACK
1.2 PureTech 83 S&S CVM 16.372€ 17.172€ 17.472€
1.2 PureTech 110 S&S CVM6 18.372€ 18.672€ 19.972€
1.2 PureTech 110 S&S EAT6 19.872€ 21.172€
1.5 BlueHDi 100 S&S CVM 20.972€ 21.772€ 22.072€ 23.372€

 


Primeiro contacto pelos arredores de Madrid

O primeiro contacto com o renovado Citroën C3 deu-se nas estradas envolventes à cidade de Madrid, em Espanha, num momento em que a Covid-19 volta, teimosamente, a causar grandes preocupações aos habitantes daquela cidade. Numa operação bastante cuidada por parte da Citroën, fomos levados a percorrer as vias fora da metrópole, podendo assim tirar uma primeira ilação do que representam estas mudanças no compacto de segmento B.

Muitas das impressões do modelo de lançamento são mantidas aqui. O Citroën C3 é um automóvel extremamente confortável, com todos os seus comandos a pautarem-se por serem suaves, o que quer dizer que a direção é mais ‘cremosa’ do que direta, acompanhando por isso também o amortecimento bastante subtil, isolando em grande medida os ocupantes de quaisquer buracos ou irregularidades que o asfalto possa oferecer. Os bancos renovados também ampliam ainda mais essa sensação, pelo que facilmente se percebe que poucos modelos no segmento dispõem de tamanha concentração de macieza e cuidado para com a vivência dos passageiros em termos de suavidade de viagem.

Post-production : Astuce Productions

O outro lado da moeda é um comportamento em curva que pende muito mais para o lado da tranquilidade do que para o arrojo da condução dinâmica, embora seja bastante seguro. A versão ensaiada – PureTech 110 com caixa manual – mostra um motor muito vigoroso e aproveitável numa ampla faixa de regimes, com uma sexta relação mais pensada para a contenção dos consumos que, registe-se, foram comedidos, nunca saindo da casa dos cinco litros.

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