Novo Mazda CX-30: Vestido para conquistar

18/07/2019

O mercado europeu continua a ser pródigo no lançamento de novos modelos do estilo crossover, surgindo agora em grande destaque uma tendência de variação ao estilo mais desportivo coupé para conquistar mais gente em maior número. Não admira, por isso, que tendo uma filosofia de estilo tão bem conseguida, a Mazda queira também um pouco deste sucesso, preparando o novo CX-30 para o lançamento em setembro.

Mas há muito mais do que apenas estilo neste CX-30. A substância é muita, envolta num desenho fluído, que promove uma evolução da filosofia ‘KODO – A alma do movimento’, tal como já havia feito o Mazda3 de nova geração, modelo com que, aliás, partilha muitos dos seus componentes. A variação foi, por isso, de fácil decisão, indo ao encontro de uma tendência que ainda não cessou o seu projeto de crescimento na Europa.

Posicionado entre o CX-3 e o CX-5, o membro mais jovem da gama SUV da Mazda assume um papel verdadeiramente importante na companhia, assumindo os seus responsáveis que este modelo tem o potencial para ser um dos best-sellers juntamente com os outros dois crossovers.

O diretor de desenvolvimento deste modelo, Naohito Saga, que passou os últimos anos a desenvolver este crossover, apontou quais os pontos que o orientaram neste modelo, concebendo-o em torno de quatro pontos: orientação para uma vida ativa, liberdade para ir a qualquer lado, tempor agradável a bordo para todos e paz de espírito. Dando valor a estes critérios, a equipa de desenvolvimento procurou obter um modelo de fácil acesso (na entrada e na saída) para pessoas de todas as idades, ótimo suporte do corpo durante a condução, bagageira ampla (430 litros) com espaços de arrumação variados no interior e dinâmica em linha com o princípio ‘jinba ittai’, ou seja, de prazer de condução aliado à segurança.

As dimensões não são muito diferentes das do Mazda3, apresentando-se com 4395 mm de comprimento, 1795 mm de largura, 1540 mm de altura e 2655 mm de distância entre eixos.

Grelha de grandes dimensões, conectada aos faróis bastante esguios, capot alongado, linha de cintura elevada com ‘ombros’ musculados e traseira também com aspeto dinâmico, proporcionado pela linha de tejadilho descendente. De perfil, sem vincos na carroçaria, há um subtil jogo de luz e de sombras, como nos explicou Jo Stenuit, diretor de design da Mazda Motor Europe (MME), que explicou o conceito por detrás deste CX-30 e que, como não poderia deixar de ser, bebe muita inspiração no imaginário nipónico de elegância e vivência.

A bordo, o ambiente é de qualidade, com muitos materiais Premium aplicados e configuração ergonómica bem conseguida, com as áreas de comandos bem definidas e ligeira orientação de todos os elementos para o condutor. A simetria de áreas também foi procurada, como é disso exemplo o painel de instrumentos, que tem uma figura simétrica entre as saídas de ar de climatização. Na consola central, outro detalhe de meticulosa atenção aos detalhes, com a superfície em redor da alavanca da caixa composta de um trabalho artístico que exibe diferentes tonalidades consoante a luz…

Por outro lado, na consola central, bem incluído no topo do tablier, está o ecrã do sistema de conectividade de 8.8” que tem comando rotativo entre os dois bancos dianteiros, os quais, por sinal, promovem ótimo apoio do corpo dos ocupantes. Sem possibilidade de manuseamento tátil, o ecrã do sistema remete para uma outra tendência que pretende ‘libertar’ o condutor da desconcentração face à condução. De resto, o sistema MZD Connect permite conexão aos Apple CarPlay e Android Auto, por intermédio de ligação USB.

Na vertente tecnológica, além da panóplia de sistemas de assistência à condução (no pacote denominado i-Activsense), que incluem monitorização da atenção do condutor (opcional), assistente de trânsito cruzado à retaguarda (série), travagem autónoma de emergência (série), reconhecimento dos sinais de trânsito (série), assistente de manutenção na faixa de rodagem (série) ou alerta de veículos no ângulo morto (standard), há ainda um novo head-up display que projeta as principais informações da viagem – velocidade e navegação – no próprio para-brisas.

Estruturalmente, o novo CX-30 recorre a uma carroçaria com uma grande componente de aços de aço de alta resistência para manter a rigidez estrutural. O lado dinâmico tira ainda partido do sistema G-Vectoring Control que ajuda na gestão da transferência de massas em curva.

Motores: sem surpresas, mas uma inovação

Quanto a motorizações, não há surpresas neste modelo: à chegada ao mercado nacional, a gama será composta por duas vertentes, uma a gasolina e outra Diesel (cumpridoras da norma Euro 6d-TEMP), esperando-se mais tarde no ano a introdução de versão inovadora Skyactiv-X, que surgirá primeiro no mercado nacional a ‘bordo’ do Mazda3.

No que diz respeito ao Skyactiv-G, terá 122 CV de potência com um binário de 213 Nm às 4000 rpm para um consumo médio na casa dos 5,3 e os 9,7 l/100 km, enquanto as suas emissões variam entre os 141 e os 165 g/km (em ambos os casos na norma WLTP). Já o Diesel Skyactiv-D recorre a bloco 1.8 de 116 CV e 270 Nm de binário entre as 1600 e as 2600 rpm. O consumo médio homologado em ciclo WLTP é de 4,1 a 7,3 l/100 km e as emissões de 135 a 173 g/km de CO2.

Para o fim, o novo Skyactiv-X, que recorre a um mesmo motor de 2.0 litros de cilindrada como o Skyactiv-G, mas com 180 CV e 224 Nm de binário máximo (não dispondo ainda de dados de homologação para este modelo). Este é o mesmo motor com tecnologia de Ignição por Compressão Controlada pela Vela (SPCCI), com que pudemos andar já no novo Mazda3.

Em qualquer um dos casos, há a possibilidade de equiparem caixas manual ou automática (sempre de seis velocidades) ou sistemas de tração dianteira ou integral. No caso dos dois motores a gasolina, o sistema Mild-Hybrid da marca é de série, o que já não acontece na unidade Diesel.

Este sistema denominado Mazda M Hybrid contribui para a redução dos consumos e das emissões, recuperando energia das fases de desaceleração através de um pequeno motor elétrico que também assiste o motor principal quando necessário. Um gerador-alternador integrado (ISG) com acionamento por correia converte a energia cinética em eletricidade, que é armazenada numa bateria de iões de lítio num sistema de 24 Volts.

Estimativa de preços

Embora ainda não estejam definidos, a Mazda já tem uma estimativa de preços do novo CX-30 para o nosso país, com a versão de entrada com o motor Skyactiv-G a ter um custo em redor dos 28.000€, ao passo que o Skyactiv-X terá um custo em redor dos 30.500€, faltando, porém, a confirmação destes mesmos valores. A chegada ao mercado nacional está prevista para o mês de setembro.

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