Anunciado no recém-realizado evento eWays do Grupo Renault, o plano de lançamento de dez novos automóveis 100% elétricos para aquela companhia pressupõe um reforço significativo do seu investimento na tecnologia, mas também na gama disponível, destacando-se o regresso de alguns nomes históricos para a Renault, como o 5 e o 4, que foi antecipado de forma subtil neste evento.

Tendo por base as suas plataformas dedicadas para modelos elétricos (CMF-EV e CMF-BEV), o grupo irá ter dez novos automóveis até 2025, sete dos quais para a marca Renault. Já confirmado e revelado – embora em formato protótipo –, o icónico Renault 5, com uma apresentação moderna e elétrica, será fabricado no Norte de França, desde a bateria, à unidade motriz elétrica, até à montagem, na nova plataforma CMF-B EV, na Renault ElectriCity, que junta as fábricas e fornecedores de componentes numa rede estreita de cooperação.

O Grupo Renault irá ainda reavivar outra ‘estrela’ clássica e icónica, atualmente batizada 4ever, com a intenção de fazer dela um clássico intemporal. Naturalmente, tratar-se-á de uma reinterpretação moderna e elétrica do Renault 4L, que terá maior funcionalidade graças aos elementos elétricos mais compactos, com uma imagem que se prende à do clássico de outros tempos. Também a Renault capitaliza com a onda de nostalgia que atualmente é corrente na indústria automóvel.

Por outro lado, irá também fortalecer a sua posição no segmento C totalmente elétrico, desde logo com o novo MéganE, já no próximo ano, que aposta num visual mais robusto com indicadores de crossover compacto. No lado dos desportivos, a “garagem de sonhos” da Alpine, revelada em janeiro, começará a tornar-se realidade já a partir de 2024, com modelos 100% elétricos, alguns dos quais desenvolvidos em parceria com a Lotus.

O objetivo do Grupo Renault é chegar ao ‘mix’ mais ‘verde’ do mercado europeu em 2025, com mais de 65% de automóveis elétricos e eletrificados no seu ‘mix’ de vendas e até 90% de automóveis elétricos a bateria no ‘mix’ de vendas da marca Renault, em 2030.

Jogo das plataformas

Com as plataformas CMF-EV e CMF-BEV, o Grupo Renault capitaliza os dez anos de experiência em veículos elétricos. Para os segmentos C e D, a plataforma CMF-EV destaca-se por combinar o que a marca apelida de prazer de condução com elevada autonomia (até 580 quilómetros em ciclo WLTP). Esta plataforma representará 700.000 unidades no seio da Aliança Renault-Nissan, até 2025, sendo resultado do conhecimento profundo do Grupo Renault e dos engenheiros da Nissan, que trabalham na redução do atrito, redução de peso e em modelos de gestão térmica de última geração.

A arquitetura extrapolou os limites, permitindo uma maior amplitude para concentrar todos os elementos técnicos no compartimento do motor. Permite a redução de toda a cablagem cruzada da traseira para a dianteira e reduz o peso e o custo. A ventilação e o ar condicionado também estão localizados no compartimento do motor, permitindo um design do tablier mais fino. O novo MéganE, produzido em Douai, será baseado na plataforma CMF-EV.

Para o segmento B, a nova plataforma CMF-BEV permitirá que o Grupo Renault faça elétricos mais acessíveis, com até 400 quilómetros de autonomia WLTP prevendo-se um custo 33% mais reduzido, se comparada com a do atual ZOE. Isso foi possível devido à permutabilidade do módulo de bateria, a uma unidade motriz com as proporções certas de 100 kW e a todos os componentes não-VE herdados da Plataforma CMF-B, que dará origem a três milhões de veículos por ano, até 2025. Esta plataforma também contará com a inovação Plus & Charge do Grupo Renault, baseada na regulamentação NF-C 15118.

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