A denominação Dino foi aplicada inicialmente a uma submarca que Enzo Ferrari deixou para os modelos com motor V6, assim sem os emblemáticos V12 que o fundador da companhia tanto adorava. O conceito dos motores V6, mais compactos, foi desenvolvido pelo seu filho, Alfredo (conhecido também por Alfredino, daí o Dino), até à sua morte em 1956. Para homenagear o trabalho desenvolvido pelo seu filho, Enzo deu origem aos Dino 206 GT entre 1967 e 1969, com um motor V6 de 2.0 litros com apenas 180 CV de potência (teria depois evoluções de potência nos 246 GT e 246 GTS). assim, mais tarde, o Dino teria mesmo honra de figurar com o símbolo do ‘Cavallino’.
Assim que se tornou evidente que a Ferrari estaria a desenvolver um novo modelo com motor V6, a especulação em torno do nome ‘Dino’ subiu de tom. Mas Enrico Galliera adianta que há uma relação conceptual para a não utilização desse nome.
“O conceito do Dino é um dos mais icónicos na história da Ferrari. Todos conhecem o Dino e a pergunta é comum, mesmo fora das apresentações de automóveis, quando apresentamos a nossa estratégia – ‘quando é que volta o Dino?’”, começa por explicar o diretor de Marketing da Ferrari.
“A resposta é que é verdade que existem algumas semelhanças, sobretudo no motor, sendo esse o primeiro a usar motor V6, mas não tinha o símbolo da Ferrari. A razão prendia-se com o facto de o Dino ter sido criado, antes de mais, para atrair novos clientes, abrindo um novo segmento e, para tal, a Ferrari aceitou alguns compromissos em termos de espaço, performance e preço. Foi por isso que na altura não recebeu o símbolo da Ferrari. O 296 GTB não tem esse posicionamento nem o tipo de conceito. Partilha um V6 mas é um verdadeiro Ferrari em performance, não é um preço de entrada e cria um novo segmento de performance que não se coaduna com aquele que era o do Dino. Usar o nome seria uma boa jogada de jogada de marketing, mas não seria consistente com a nossa estratégia de produto. Decidimos dar dignidade a este carro, criando o nome próprio e o seu próprio posicionamento, deixando o nome Dino para o belo clássico que gostamos de ver no nosso museu”, explicou.
Assim, o novo 296 GTB não é apenas o primeiro V6 a usar o símbolo da Ferrari – uma vez clarificada a questão do nascimento do Dino original –, como também recorre a um sistema híbrido plug-in que lhe confere uma posição total de 830 CV.
O modelo será lançado no mercado europeu no primeiro trimestre de 2022, tendo um preço base (com impostos) de 269 mil euros em Itália. A versão Assetto Fiorano, pensada para utilização mais extrema em pista com diversos componentes em fibra de carbono e redução de peso, sobe para os 302 mil euros.
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