O monovolume morreu, viva o SUV! Na sua sexta geração, o Renault Espace mudou a forma e a essência e adaptou-se ao mais competitivo dos segmentos, oferecendo uma configuração que pode chegar aos sete lugares. Uma forma de procurar o tempo – e o espaço, diga-se – perdido. A apresentação internacional do novo Renault Espace teve lugar no Porto, percorrendo os primeiros contactos dinâmicos as belas estradas banhadas pelo Douro. Um cenário perfeito e que prova que Portugal é já um destino sólido em eventos com vista aberta para o Mundo.
Muito há a revelar sobre este novo modelo. Mas não há como fugir aos pensamentos que surgem logo ao primeiro olhar: as semelhanças físicas – e de conteúdo, claro está – com o Austral. Quaisquer parecenças não serão coincidência. Mas causará esta semelhança alguma confusão no público? A questão foi colocada na conferência de imprensa. E a resposta é simples. “São produtos diferentes para pessoas diferentes. Quem procura um, não procura o outro”, explica Hugo Barbosa, diretor de Comunicação da Renault Portugal.
Seis gerações, sete lugares
As linhas podem “descrever”, na perfeição, um Austral, certo, mas as dimensões são distintas. O Espace oferece mais 21 cm de comprimento do que este – apesar de ser 14 cm mais curto do que a sua anterior geração – o que beneficia a habitabilidade, que pode ser configurada com duas ou três filas de bancos. A segunda fila, de resto, pode ser regulada de forma longitudinal 220 mm em duas secções independentes. Já a terceira, a que permite os dois lugares extras, obriga quem lá se sente a não ter umas pernas muito longas nem a sofrer de claustrofobia. A capacidade da bagageira varia entre os 159 e os 1.818 litros, consoante o “jogo” de bancos que se pretenda colocar em prática no interior do Renault Espace.
Para aproveitar ao máximo o espaço interior, o novo Espace permite deslizar o banco da segunda fila para a frente e para trás em 220 mm. Este é dividido em duas unidades independentes, com uma relação de 60-40. Se tirar pleno partido desta solução e deslizar o banco todo para trás, os tira-se partido do maior espaço para os joelhos do segmento (até 321 mm); se optar por regular longitudinalmente o banco da segunda fila para a frente, potenciando antes espaço na bagageira, a versão de 5 lugares ficará com uma capacidade de 777 litros na mala. Por falar do habitáculo. Quando se entra no novo Espace, somos confrontados com a forte luminosidade proporcionada pelo amplo tejadilho panorâmico (1,33 m).

As parecenças exteriores com o Austral combinam com as interiores. Os materiais são de qualidade irrepreensível e muito agradáveis ao toque. Já a digitalização dos serviços é ponto-forte na Renault: ecrã duplo de 2,3’ (painel de instrumentos) e sistema de multimédia central (12’), a juntar a um Head-up Display de 9,3’ e a um muito eficaz sistema OpenR link, que funciona de forma muito intuitiva em associação com aplicações como, por exemplo, o Waze, auxiliar de caminho indispensável nos tempos modernos, mesmo quando a apresentação internacional acontece em solo nacional, como foi o caso do modelo em apreço.
Alma híbrida com 200 cv
A alma do novo Espace é de natureza híbrida. O (agora) SUV francês apenas tem confirmado, para já, o motor E-Tech full hybrid. Uma “fórmula” locomotiva que é composta por um três cilindros turbo (motor 1.2 turbo de três cilindros a gasolina que funciona no ciclo Miller e debita um máximo de 130 cv e 205 Nm) e duas unidades elétricas. A unidade principal (50 kW, 70 cv, 205 Nm), alimentada por uma bateria de iões de lítio com 2 kWh/400 V que garante a locomoção elétrica; e uma unidade secundária, um motor de arranque/gerador de alta voltagem (25 cv, 50 Nm) que assegura o arranque do motor de combustão (ICE) e opera as trocas de relações.
Tudo combinado, chegamos a uns nutridos 200 cv de potência. Uma condução sempre dinâmica, nas mais diversas situações, sempre numa tónica suave e silenciosa, e controlada -o que não é um detalhe. Contribui para tal a otimizada direção às quatro rodas (4Control Advanced).
A partir de 45.500 euros
São três os níveis de equipamento disponíveis. O mais básico, o Techno (45.500 euros), conta com ecrã OpenR de 24 polegadas, porta traseira elétrica, carregador de smartphone por indução, jantes em liga leve de 19 polegadas, sistemas Isofix nos bancos esquerdo e direito da segunda fila e um conjunto de dispositivos de segurança que inclui o sistema de alerta de ângulo morto.
Já o nível Esprit Alpine (48.300 euros), pela primeira vez disponível no Espace, respeita a essência da sua designação e tem interior mais desportivo: encostos de cabeça com logótipo da marca, tablier em Alcântara tem pespontos azuis e, nos bancos, o mesmo material (Alcântara) combina-se de forma harmoniosa e elegante com o couro sintético e o tecido Latis Bright.
Por último, o nível Iconic (50.300 euros), aposta tudo no requinte. As aplicações são em madeira de freixo genuína no tablier e os estofos em pele almofadada num tom de cinza areia claro, combinados com o piso Mokka Brown. Nesta versão de topo do Espace é possível ajustar os bancos eletricamente e ainda aquecê-los, tal como ao volante. E para que nada falte, o banco do condutor também inclui a função de massagem lombar.
