Renault Espace: Um novo SUV em busca do tempo (e do espaço) perdido…

15/06/2023

Na sua sexta existência, o Renault Espace assume-se como SUV e não como monovolume. Tempos novos, vidas novas. Com capacidade de cinco a sete lugares, não esconde as semelhanças com o Austral. Chega em setembro e tem um preço que começa nos 45.500 euros.

 

O monovolume morreu, viva o SUV! Na sua sexta geração, o Renault Espace mudou a forma e a essência e adaptou-se ao mais competitivo dos segmentos, oferecendo uma configuração que pode chegar aos sete lugares. Uma forma de procurar o tempo – e o espaço, diga-se – perdido. A apresentação internacional do novo Renault Espace teve lugar no Porto, percorrendo os primeiros contactos dinâmicos as belas estradas banhadas pelo Douro. Um cenário perfeito e que prova que Portugal é já um destino sólido em eventos com vista aberta para o Mundo.

Muito há a revelar sobre este novo modelo. Mas não há como fugir aos pensamentos que surgem logo ao primeiro olhar: as semelhanças físicas – e de conteúdo, claro está – com o Austral. Quaisquer parecenças não serão coincidência. Mas causará esta semelhança alguma confusão no público? A questão foi colocada na conferência de imprensa. E a resposta é simples. “São produtos diferentes para pessoas diferentes. Quem procura um, não procura o outro”, explica Hugo Barbosa, diretor de Comunicação da Renault Portugal.

Falemos então das linhas que, já entendemos, são parecidas, apesar do Espace disputar o segmento D-SUV e o Austral o C-SUV. Trata-se de um modelo que fez o seu caminho estético ao longo dos anos, desde que foi lançado no mercado, pela primeira vez, em 1984. Uma indústria automóvel completamente diferente, num mundo, também ele, muito distinto do atual. Esta sexta geração é a mais vanguardista de sempre, sobre isso, não há dúvidas.

Seis gerações, sete lugares

As linhas podem “descrever”, na perfeição, um Austral, certo, mas as dimensões são distintas. O Espace oferece mais 21 cm de comprimento do que este – apesar de ser 14 cm mais curto do que a sua anterior geração – o que beneficia a habitabilidade, que pode ser configurada com duas ou três filas de bancos. A segunda fila, de resto, pode ser regulada de forma longitudinal 220 mm em duas secções independentes. Já a terceira, a que permite os dois lugares extras, obriga quem lá se sente a não ter umas pernas muito longas nem a sofrer de claustrofobia. A capacidade da bagageira varia entre os 159 e os 1.818 litros, consoante o “jogo” de bancos que se pretenda colocar em prática no interior do Renault Espace.

Para aproveitar ao máximo o espaço interior, o novo Espace permite deslizar o banco da segunda fila para a frente e para trás em 220 mm. Este é dividido em duas unidades independentes, com uma relação de 60-40. Se tirar pleno partido desta solução e deslizar o banco todo para trás, os tira-se partido do maior espaço para os joelhos do segmento (até 321 mm); se optar por regular longitudinalmente o banco da segunda fila para a frente, potenciando antes espaço na bagageira, a versão de 5 lugares ficará com uma capacidade de 777 litros na mala. Por falar do habitáculo. Quando se entra no novo Espace, somos confrontados com a forte luminosidade proporcionada pelo amplo tejadilho panorâmico (1,33 m).

As parecenças exteriores com o Austral combinam com as interiores. Os materiais são de qualidade irrepreensível e muito agradáveis ao toque. Já a digitalização dos serviços é ponto-forte na Renault: ecrã duplo de 2,3’ (painel de instrumentos) e sistema de multimédia central (12’), a juntar a um Head-up Display de 9,3’ e a um muito eficaz sistema OpenR link, que funciona de forma muito intuitiva em associação com aplicações como, por exemplo, o Waze, auxiliar de caminho indispensável nos tempos modernos, mesmo quando a apresentação internacional acontece em solo nacional, como foi o caso do modelo em apreço.

Alma híbrida com 200 cv

A alma do novo Espace é de natureza híbrida. O (agora) SUV francês apenas tem confirmado, para já, o motor E-Tech full hybrid. Uma “fórmula” locomotiva que é composta por um três cilindros turbo (motor 1.2 turbo de três cilindros a gasolina que funciona no ciclo Miller e debita um máximo de 130 cv e 205 Nm) e duas unidades elétricas. A unidade principal (50 kW, 70 cv, 205 Nm), alimentada por uma bateria de iões de lítio com 2 kWh/400 V que garante a locomoção elétrica; e uma unidade secundária, um motor de arranque/gerador de alta voltagem (25 cv, 50 Nm) que assegura o arranque do motor de combustão (ICE) e opera as trocas de relações.

Tudo combinado, chegamos a uns nutridos 200 cv de potência. Uma condução sempre dinâmica, nas mais diversas situações, sempre numa tónica suave e silenciosa, e controlada -o que não é um detalhe. Contribui para tal a otimizada direção às quatro rodas (4Control Advanced).

A partir de 45.500 euros

São três os níveis de equipamento disponíveis. O mais básico, o Techno (45.500 euros), conta com ecrã OpenR de 24 polegadas, porta traseira elétrica, carregador de smartphone por indução, jantes em liga leve de 19 polegadas, sistemas Isofix nos bancos esquerdo e direito da segunda fila e um conjunto de dispositivos de segurança que inclui o sistema de alerta de ângulo morto.

Já o nível Esprit Alpine (48.300 euros), pela primeira vez disponível no Espace, respeita a essência da sua designação e tem interior mais desportivo: encostos de cabeça com logótipo da marca, tablier em Alcântara tem pespontos azuis e, nos bancos, o mesmo material (Alcântara) combina-se de forma harmoniosa e elegante com o couro sintético e o tecido Latis Bright.

Por último, o nível Iconic (50.300 euros), aposta tudo no requinte. As aplicações são em madeira de freixo genuína no tablier e os estofos em pele almofadada num tom de cinza areia claro, combinados com o piso Mokka Brown. Nesta versão de topo do Espace é possível ajustar os bancos eletricamente e ainda aquecê-los, tal como ao volante. E para que nada falte, o banco do condutor também inclui a função de massagem lombar.