A rotina diária de uma família a bordo do novo Scenic E-Tech Electric, pode começar com a interação das crianças com o sistema OpenR Link, pedindo ao assistente de bordo: “Hey Google queremos ver o sol”, para o teto em vidro “Solarbay” ficar transparente.

 

Na verdade, durante a apresentação internacional, que ocorreu em Málaga ainda não funcionou connosco, – tivemos de fazer o pedido em inglês – mas é provável que muito em breve, com a próxima atualização, a solicitação na língua portuguesa seja cumprida.

São setenta, as instruções de voz que podem ser dadas utilizando o Google Assistant para comandar desde a climatização, os modos de condução, até ao destino a inserir no GPS. Com base na rotina diária, o Google Assistant, servindo-se da Inteligência Artificial, pode ainda sugerir proactivamente um destino, uma música para iniciar a viagem ou até mesmo desembaciar os vidros. Para além disso o OpenR Link integra o Google Play, onde estão disponíveis mais de 50 aplicações concebidas para serem utilizadas num automóvel.

São setenta, as instruções de voz que podem ser dadas utilizando o Google Assistant

Passados 27 anos desde a revelação da primeira geração, o nome, e a distinção com o troféu “Car of the Year”, agora em 2024, são as únicas coisas em comum com o também premiado monovolume compacto, apresentado em 1996.

 

O novo Scenic E-Tech Electric é um SUV elétrico familiar, que utiliza a nova plataforma modular dedicada, AmpR Medium, e é produzido na fábrica da Ampere – entidade do Grupo Renault especializada em veículos elétricos – em Douai, no norte de França. O motor elétrico também é fabricado em território francês, na Megafactory de Cléon. Ao todo, 85% das peças do Scenic E-Tech elétrico são produzidas na Europa, em que mais de metade que são de origem francesa estão situadas a menos de 100 quilómetros da fábrica. A sustentabilidade é uma preocupação da marca, onde até 24% dos materiais utilizados são de proveniência circular e mais de 90% são recicláveis.

85% das peças do Scenic E-Tech elétrico são produzidas na Europa

O design exterior revela uma grande preocupação com a aerodinâmica, onde se destaca a ampla curvatura do para-brisas e do tejadilho que termina numa traseira esculpida para reduzir o arrastamento. Na frente encontramos o logótipo com o duplo diamante ao centro e serve de motivo ao padrão gráfico aplicado na zona superior da grelha, estendendo-se até aos faróis que contemplam a nova assinatura luminosa da marca. Mais em baixo, no seguimento das luzes diurnas, foram instaladas cortinas de ar para melhorar a entrada de ar à volta do veículo.

O Scenic E-Tech está disponível com duas motorizações com base num motor síncrono mais compacto e leve, e não utiliza as dispendiosas e difíceis de obter terras-raras: 125 kW/170 CV e 280 Nm na versão de entrada e 160 kW/220 CV e 300 Nm na versão mais potente. As baterias são formadas por módulos que podem ser facilmente trocados e reparados individualmente. Será possível escolher uma versão de entrada com uma bateria de 60 kWh e a promessa de autonomia de 430 quilómetros; outra com 87 kWh que aumenta a distância entre carregamentos até aos 625 quilómetros. Com o carregador de série de 11 kW, é possível obter 137 quilómetros de autonomia em 2 horas, ou 275 quilómetros no mesmo tempo com o opcional de 22 kW em corrente alternada (AC). Já em corrente contínua (DC) até 150 kW, bastam 30 minutos para carregar dos 10% aos 80% da bateria.

 

No interior, o espaço é abundante, a plataforma CMF-EV permite ter um fundo plano, e colocar as rodas nas extremidades dos 4,47 m de comprimento, e 1,86 m de largura do Scenic E-Tech. São mais 10 cm de comprimento em relação ao Mégane E-Tech, e os maiores beneficiados são os lugares da fila traseira, bem como o espaço disponível na bagageira que vai dos 545 litros aos 1 670 litros com os bancos traseiros rebatidos. Em altura também foram conseguidos 3 cm, com o inovador teto de vidro panorâmico Solarbay, ao dispensar a instalação de uma cortina mecânica ou elétrica. Esta cobertura de vidro ocupa a totalidade do tejadilho do Scenic E-Tech, e utiliza a passagem de corrente elétrica para ficar totalmente opaco, ou transparente, por completo, somente na zona da frente, ou atrás.

A versão Esprit Alpine que conduzimos durante a apresentação em Málaga tem uma cor exclusiva Cinzento Shiste Acetinado, e vários apontamentos, tanto no exterior, como no interior que remetem para a Alpine, a marca desportiva do Grupo Renault. A bordo do Scenic E-Tech somos recebidos por um ambiente sonoro criado pelo músico francês Jean-Michel Jarre, que assina também o som que o carro emite para alertar os peões, ao circular a baixa velocidade.

Em cerca de 200 quilómetros percorridos, os bancos da frente do Scenic E-Tech proporcionaram um elevado nível de conforto e apoio lateral, particularmente o do condutor que permite os ajustes necessários para uma boa posição de condução. O seletor de sentido de marcha foi inteligentemente colocado na coluna de direção, mas não entendemos a insistência por parte da marca em ter os controlos de volume no mesmo local.

O formato do volante, mais perto de um retângulo que de um círculo, tem boa ergonomia e à semelhança do Megane E-Tech, recebeu um novo botão dedicado (Multi-Sense). Através dele é possível aceder a três predefinições: Comfort, Sport, Eco e uma Custom, que pode ser personalizada. Cada modo cria uma atmosfera diferente, combinando as luzes interiores, o conforto do banco do condutor, a temperatura interior e a cor do ecrã com aspetos de condução, como o “peso” da direção, a calibração do motor e a resposta dos pedais.

O Scenic E-Tech pesa 1 890 quilos, um peso referencial para o segmento

No percurso de montanha, não ficámos impressionados com o tato esponjoso do início do curso do pedal do travão, pelo que, aproveitámos para experimentar os quatro níveis de travagem regenerativa controlados através das patilhas atrás do volante. O Scenic E-Tech demonstrou grande agilidade e eficiência, que acreditamos se deva ao eixo traseiro multibraços Parallel Link e ao peso referencial de 1 890 quilos, para um elétrico neste segmento. Mas também um elevado conforto, quando passámos em zonas urbanas com ruas em mau estado, apesar de estar equipado com jantes de 20”, onde foi ainda possível apreciar o silêncio a bordo, que os responsáveis da Renault tão orgulhosamente exaltaram.

Para além da preocupação com a sustentabilidade, a Renault criou o programa “Human First”, do qual destacamos a introdução de tecnologia inovadora para simplificar o trabalho dos serviços de emergência após um acidente. Como o “Q Rescue Renault” que se traduz num código QR colocado no para-brisas e no vidro traseiro e fornece todas as informações sobre os sistemas técnicos e elétricos do automóvel, desta forma, os serviços de emergência podem trabalhar mais rapidamente e com maior segurança. O “SD Switch” é um interrutor mecânico colocado sobre a bateria de tração, que permite desligá-la do circuito elétrico, para garantir a segurança dos bombeiros no manuseamento de um automóvel totalmente elétrico ou de um híbrido plug-in. Por último, em caso de incêndio no automóvel, o “Fireman Access” permite aos bombeiros aceder facilmente ao coração da bateria de tração para a inundar com água. Esta é a única forma de extinguir um incêndio numa bateria de um automóvel elétrico de forma rápida e permanente, reduzindo o tempo de resposta habitual de algumas horas para apenas dez minutos.

O Renault Scenic E-Tech Electric já está disponível no mercado português nas versões Evolution, Techno, Esprit Alpine e Iconic, a partir de 40 690 euros.