Toyota GR Supra: O regresso da lenda com 340 CV

14/01/2019

Está oficialmente de regresso o Toyota Supra. Um dos grandes ícones dos superdesportivos japoneses – numa tríade composta por este modelo, Nissan Skyline/GT-R e Honda NSX – foi agora revelado com um desenho dinâmico e talhado pela aerodinâmica, distinguindo-se ainda pela motorização turbo de seis cilindros em linha com 340 CV de potência.

Uma resposta contundente a todos os amantes da condução desportiva. O novo GR Supra foi revelado em Detroit depois de meses de expectativa quanto a um desportivo de alto gabarito, pensado e desenvolvido para oferecer prestações e condução dinâmica sem grandes artifícios ou filtros.

Trata-se da quinta geração deste modelo e será o primeiro modelo GR global a ser produzido pela Toyota Gazoo Racing, que é o braço desportivo da marca nipónica. A responsabilidade do seu desenvolvimento recaiu sobre Tetsuya Tada, engenheiro-chefe deste projeto, mas também do GT86, além de ser um entusiasta da condução desportiva. Tada aderiu à fórmula clássica de motor de seis cilindros em linha montado na dianteira que impulsiona as rodas traseiras, aproveitando a herança das antigas gerações Supra da Toyota e do desportivo original 2000GT.

É desse clássico que o GR Supra retira inspiração, aliás, sendo evidente no capot longo, na carroçaria compacta e no teto com duas bolhas, Os pontos de contacto com o Supra anterior vão além do que os olhos vêem, no entanto, dado que o novo Toyota GR Supra partilha a mesma fórmula clássica de desportivo dos seus antecessores, com motor de seis cilindros montado na frente e tração traseira.

O tema de design do Toyota Supra foi primeiro injetado pela Toyota no concept-car FT-1, estilizado pelo estúdio CALTY na Califórnia e revelado em 2014 no mesmo salão em que agora se revela em forma definitiva o Supra. O designer-chefe do Toyota Supra, Nobuo Nakamura, deu à sua equipa um breve resumo sobre o conceito “Condensed Extreme”, uma noção de desenho compacto que fica evidente na relação entre os pneus de grande diâmetro, a curta distância entre-eixos e o comprimento total. Aliás, a distância entre eixos é menor do que no coupé GT86 e que os pneus sejam maiores. Já a parte “Extreme” é interpretada na postura ampla do carro, com proporções apertadas do habitáculo e vias largas, “contribuindo para elevados níveis de manobrabilidade e de estabilidade”, de acordo com a marca.

A rigidez estrutural é superior, até, à do superdesportivo Lexus LFA e a repartição de pesos é de 50:50

A marca procura alcançar uma premissa de condução ágil e dinâmica graças a uma combinação de uma curta distância entre eixos e de vias largas, além de contar com baixo peso, baixo centro de gravidade e carroçaria altamente rígida.

Ao longo do processo de desenvolvimento deste novo desportivo, a Toyota Gazoo Racing levou a cabo testes intensos numa ampla variedade de desafiantes estradas em todo o mundo, com direito a passagem por alguns dos circuitos mais famosos e desafiantes do mundo, como o de Nordschleife, em Nürburgring, onde foi apanhado por diversas vezes em imagens espia. A alta rigidez estrutural (superior, até, à do superdesportivo Lexus LFA), o centro de gravidade mais baixo do que o do coupé GT86 e a ideal repartição de peso 50:50 entre a dianteira e a traseira foram fundamentais para que se atingissem as metas dinâmicas, mas exigiram “arrojadas decisões de engenharia”, como adianta a marca. Por exemplo, o equilíbrio de peso desejado foi obtido movendo o motor o mais para trás possível, o que suscitou novos desafios para a produção.

A alta rigidez da carroçaria permitiu refinamentos mais precisos e detalhados da geometria da suspensão e do ajuste dos amortecedores. O novo design da suspensão é composto por molas MacPherson de dupla articulação na frente e um sistema de cinco braços na traseira. A rigidez dos pontos de montagem do subchassis da suspensão dianteira e do braço de controlo foi elevada ao máximo para melhorar a capacidade de curvar, enquanto o uso de alumínio para os braços de controlo e rolamentos giratórios reduz o peso não suspenso do carro, proporcionando agilidade. Outro aspeto de grande cuidado revela-se no facto de possuir cubos de roda de elevado desempenho com uma maior curvatura e cinemática otimizada. A direção assistida elétrica é ajustada para uma resposta desportiva e pode ser usada nos modos Comfort e Sport.

Adicionalmente, jantes de 19 polegadas em alumínio forjado envolvidas por pneus Michelin Pilot Super Sport de elevada aderência que são ligeiramente mais largos na traseira do que na frente, e travões equipados com pinças Brembo de quatro êmbolos.

Cockpit com o condutor em foco

O habitáculo do Supra reflete a lógica de cockpit com elementos tradicionais de um GT com funcionalidade. Projetado para ajudar o condutor a focar-se na sua missão principal, influenciado pela configuração que existe em monolugares de corrida. O painel de bordo horizontal, baixo e fino maximiza a visão frontal através do para-brisas, enquanto os comandos principais estão agrupados para uma operação rápida e fácil.

O head-up display, os medidores e as patilhas para passagem de caixa encontram-se bem à frente do condutor, com interruptores adicionais localizados no volante de três raios revestido a pele. O visor da instrumentação de alta definição de 8.8 polegadas tem conta-rotações de efeito 3D e indicador da transmissão posicionados no centro; à esquerda há um mostrador digital de velocidade e à direita a informação de navegação. No centro da consola surge um ecrã multimédia central de 8,8 polegadas, o qual pode ser comandado de forma tátil ou através de um comando rotativo.

O espaço para bagagens pode ser ampliado através de um painel removível na parte traseira do habitáculo, criando espaço suficiente para um saco de golf ou para todo o kit pessoal necessário para um dia de circuito.

Motor vigoroso

O motor de 3.0 litros beneficia de um turbocompressor twin-scroll e produz 340 CV de potência e 500 Nm de binário, sendo acoplado a uma caixa automática de oito velocidades.

O condutor pode assumir o controlo manual das passagens de caixa usando as patilhas montadas no volante para esse efeito e pode selecionar os modos de condução Normal ou Sport de acordo com as suas preferências e condições. A função de Controlo de Partida permite aceleração intensa com a máxima motricidade, ajudando o carro a disparar de 0 a 100 km/h em apenas 4,3 segundos. O som e a resposta do motor, o tipo de passagens de caixa, o amortecimento, a direção e o desempenho do diferencial ativo vêem as suas respostas ajustadas quando o condutor seleciona o modo Sport. O Controlo de Estabilidade tem uma configuração especial de “pista” que pode ser selecionada para reduzir o nível de intervenção do sistema para que o condutor exerça maior controlo sobre o desempenho dinâmico do veículo.

Diferencial ativo

Todas as versões do Toyota GR Supra vendidas na Europa serão equipadas com um diferencial ativo que opera tanto na aceleração quanto na desaceleração e pode ser ajustado de zero até 100% de bloqueio, com resposta imediata. Uma Unidade de Controlo Eletrónico (ECU) específica monitoriza uma ampla gama de sinais, incluindo movimentos do volante pressões nos pedais de acelerador e travão, rotação do motor e movimento de deriva para o acionamento apropriado do atuador.

Para ter certeza de que o carro cumpriu o que prometia, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, testou-o ele próprio em Nürburgring no seu papel de Piloto Mestre antes de dar a luz verde final.

As entregas aos clientes do novo Toyota GR Supra terão início a partir do final do verão de 2019, sendo este novo modelo fabricado em Graz, na Áustria.

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