M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A Rússia vai ter uma nova aeronave pronta para operações militares na orla da atmosfera terrestre, na fronteira com o espaço sideral. E vai fazê-lo com um drone espacial que não necessita de um piloto, podendo voar sozinho até altitudes de 160 quilómetros. Já está em fase de desenvolvimento e vai começar a fazer missões de teste em 2023.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O novo drone espacial está a ser construído pela ISON (International Scientific Optical Network), para ser utilizado pela Roscosmos, a empresa estatal encarregada de todas as operações russas fora do planeta Terra. Por isso, a construção desta aeronave está a ser subsidiada diretamente pelas autoridades russas e todos os componentes vão ser construídos no país. O drone espacial vai ter a capacidade de transportar uma grande variedade de equipamento, desde reconhecimento e espionagem, a armamento ofensivo.

A aeronave russa vai necessitar de ser transportada às costas de outro avião até altitudes elevadas. A partir daí, o drone espacial vai utilizar um reator Briz-M para continuar a ascender até sair da atmosfera terrestre. O motor em si não lhe dá grande velocidade, pois só consegue atingir Mach 7 (mais de 5000 quilómetros por hora), mas vai ser o suficiente para ascender em voo vertical e atingir uma altitude de 160 quilómetros.

O drone espacial vai ter uma vida útil de 50 voos antes de necessitar de um novo motor. O projeto da ISON poderá não ser o único a ser usado pelos militares russos, pois a MiG também tem planos para um avião hipersónico capaz de voar nos limites da atmosfera. No entanto, este não deverá estar pronto antes de 2035.