Publicidade Continue a leitura a seguir

Carros que marcaram a década de 1990: Os desportivos acessíveis

Opel Tigra (1994): Criado com foco nos mais jovens que procuravam irreverência e acessibilidade, o Opel Tigra foi lançado em 1994 com base no económico Corsa de segunda geração. Construído em Espanha, o Tigra assumia um desenho de estilo coupé curto com quatro lugares (conceito de 2+2), tendo surgido no mercado até ao ano de 2000. Contudo, não partilhava nenhum dos painéis da carroçaria com o Corsa e o interior era mais jovial. Os motores dividiam-se em variantes a gasolina de 1.4 litros com 90 CV e 1.6 de 106 CV. Mais apelativo pela imagem do que pelo comportamento, o Tigra de primeira geração contou com suspensão ajustada pela Lotus. Recentemente, a Opel lançou um sucessor com o mesmo nome, mas o sucesso foi bem menor.
Toyota Celica (1990): Incontornável, o Celica de quinta geração acabou por se assumir como um modelo muito acarinhado pelos adeptos da marca, até pela sua participação em muitas provas do Mundial de Ralis (WRC). Com um visual muito arredondado e capacidades dinâmicas muito trabalhadas, este coupé tornou-se conhecido pela sua vertente GT-Four com 221 CV para prestações dignas de um desportivo. De entrada, o 1.6 ST-i fazia as 'honras', mas apelava sobretudo pelo seu visual e não tanto pelo lado das prestações.
Opel Calibra (1990): Embora revelado em 1989, o percurso comercial do Calibra fez-se na totalidade na década de 1990, razão pela qual merece estar nesta lista. Com um design belíssimo (fruto dos esforços de Wayne Cherry e de Erhard Schnell) e uma aerodinâmica muito trabalhada, com um coeficiente de arrasto de apenas 0,26 Cd, o Calibra foi durante largos anos o detentor do título de modelo de produção em série com melhor desempenho neste campo. Baseado no chassis do Vectra A, o Calibra contava com maior rigidez torsional para melhor desempenho (incluindo também um eixo traseiro com suspensão independente) e, como destaque, um motor 2.0 de 16 válvulas capaz de debitar 150 CV de potência. Ainda assim, com motor colocado em posição dianteira e também com tração dianteira, a sua vocação desportiva era muito mais dedicada pelo visual do que pelas prestações.
Honda CR-X Del Sol (1992): Com o grande sucesso do CR-X original, a Honda pensou numa forma de reformular essa mesma abordagem desportiva com um roadster acessível. Baseado na mesma plataforma do Civic, este modelo contava apenas com dois lugares e uma carroçaria de estilo 'targa', em que o tejadilho rígido era amovível e guardado num espaço da bagageira. Tal como o modelo de que derivava, tinha uma gama de motores composta por unidades de tecnologia VTEC de 1.6 litros com 130 CV e 160 CV, esta última para o mais desportivo VTI. Contudo, ao contrário do anterior CR-X, o Del Sol nunca obteve o mesmo sucesso, levando a que a marca nipónica nunca lhe concedesse um verdadeiro sucessor até ao CR-Z, um híbrido que tentou recuperar a sua filosofia.
Renault Clio Williams (1993): Tirando partido de uma parceria que na Fórmula 1 entregava valiosos frutos, a Renault lançou em 1993 um Clio muito especial e que ficou para sempre na mente dos amantes de carros desportivos, o Clio Williams. Desenvolvido para homenagear os triunfos nas pistas com a equipa de Fórmula 1, Williams Grand Prix, a marca francesa produziu diversas séries deste pequeno desportivo ainda que a intenção original fosse a criação de apenas uma única, que acabando por conceber um total de 12.100 exemplares. Encarregue do desenvolvimento deste carro esteve a Renault Sport, que tiraram partido do Clio 16S como base, mas com um motor de 2.0 litros com 147 CV e 175 Nm de binário. As jantes douradas da Speedline emprestavam um outro encanto a um pequeno desportivo que, na sua cor azul (ao contrário do convencional amarelo que é hoje imagem de marca), fazia girar cabeças na sua direção.
Mercedes-Benz SLK (1997): Na senda dos roadsters que ganharam popularidade, a Mercedes-Benz criou o seu próprio modelo de dimensões compactas, o SLK, que estreou o conceito Coupé-Cabriolet com tejadilho rígido-retrátil em massa. De início, o conceito do SLK era o de rivalizar com modelos de gama superior, tirando partido de um motor a gasolina de 2.3 litros com 193 CV de potência, mas beneficiou também, mais tarde, de variantes com motor a gasolina de 2.0 litros de 136 CV.
Ford Puma (1997): Atenta ao sucesso do Opel Tigra, a Ford lançou também um pequeno coupé desportivo com base no Fiesta, utilitário mais 'casual', mas com diferenças significativas ao nível dos propulsores e do chassis, afinado para comportamento mais desportivo. Assim, contava com uma gama de motores que ia dos 90 CV do 1.4 Zetec aos 125 CV do 1.7 Zetec, que ofereciam boas prestações e economia aceitável. O baixo peso era uma característica positiva que contribuía para o seu comportamento. O estilo, por sua vez, era inspirado no do primeiro Ford Ka.
Mazda MX-5 (1990): Também apresentado em 1989 (mas apenas lançado na Europa em 1990), o MX-5 de primeira geração traçou uma viragem na abordagem aos roadsters desportivos. Com uma condução dinâmica pura e muito próximo à dos roadsters britânicos das décadas de 1960, o MX-5 original (de nome de código NA) revelou-se um sucesso quase imediato, fazendo valer do baixo peso (cerca de 940 kg) e da tração traseira dois ingredientes para condução divertida. Acrescente-se o baixo custo de manutenção, fruto do motor fiável 1.6 de 115 CV de potência. Desde então, contou com mais três gerações, sendo que ao longo destes anos conta já com mais de um milhão de unidades vendidas.
Audi TT (1999): A Audi lançou-se nos desportivos de elevado carácter no final da década com duas vertentes do TT, primeiro em coupé e depois em formato roadster, recorrendo à mesma plataforma do Volkswagen Golf, entre outros. O motor em posição transversal garante uma melhor distribuição do peso, podendo receber tração dianteira ou integral. A gama de motores iniciava-se com versão mais acessível na forma do 1.8 de 180 CV. Com enorme sucesso, o TT veio a conhecer sucessores diretos até ao presente, onde se mantém como um dos desportivos de visual mais agressivo, replicando aquilo que se viu no modelo original, embora neste caso, as linhas fossem mais arredondadas.
Subaru Impreza (1992): O mais popular dos modelos da Subaru surgiu em 1992 e tem como principal embaixador o piloto Colin McRae, que nos troços de ralis fez muito pela notoriedade deste modelo. Foi assim que o Impreza ganhou muitos adeptos, sendo na versão GT que mais se destacou nas estradas numa fase inicial com propriedades como a tração integral, suspensões mais firmes e motor 2.0 de quatro cilindros boxer com 211 CV de potência a merecerem nota de referência. Depois, surgiria o Impreza WRX, já mais extremo e, posteriormente, ainda, uma versão STi trabalhada pela Subaru Tecnica International para outros patamares de exigência.

Publicidade Continue a leitura a seguir

A década de 1990 ficou fortemente marcada por supercarros e pela transição de muitas das tecnologias da competição para a estrada. Mas foi também uma década em que muitos dos automóveis ficaram na memória pelo seu estilo, dinâmica ou arrojo de ideais, sem que tenham sido particularmente inacessíveis à bolsa do comum comprador.

Continuando a série que lançámos recentemente, passamos em revista alguns dos carros mais emblemáticos daqueles anos, com diferentes focos. Hoje, prestamos homenagem aos desportivos que fizeram sonhar, mas pelos quais não era preciso empenhar a casa…

Se teve algum destes modelos conte-nos algum episódio marcante que teve a bordo ou apenas a razão porque o escolheu como carro próprio.